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Em busca do tri, seleção tem Senna como inspiração para vencer em casa

Naquele 1º de maio de 1994, quando um acidente fatal na curva de Ímola tirou a vida de Ayrton Senna, Gabi sequer era nascida. A mais jovem jogadora da seleção

Em busca do tri, seleção tem Senna como inspiração para vencer em casa
Em busca do tri, seleção tem Senna como inspiração para vencer em casa

Redação Publicado em 06/08/2016, às 00h00 - Atualizado às 10h28


Triunfo de piloto no GP do Brasil de 1991 serve de motivação para jogadoras rumo à Olimpíada do Rio. Pulseira do ídolo dá acesso a mensagem de superação do piloto

Naquele 1º de maio de 1994, quando um acidente fatal na curva de Ímola tirou a vida de Ayrton Senna, Gabi sequer era nascida. A mais jovem jogadora da seleção brasileira de vôlei só nasceria semanas depois, no dia 19 do mesmo mês. Uma vitória de um dos maiores nomes da história do automobilismo, no entanto, vai servir de inspiração para a novata e para todo o grupo rumo ao sonho do tri olímpico dentro de casa.

Seleção vôlei pulseira Ayrton Senna Gabi (Foto: João Gabriel Rodrigues)Gabi mostra pulseira: motivação em busca do ouro olímpico no Rio (João Gabriel Rodrigues)

No dia 24 de março de 1991, após sete tentativas frustradas, Senna cruzou a linha de chegada do Autódromo de Interlagos em primeiro lugar. Era sua primeira vitória dentro de seu país. No caminho, precisou segurar o carro à força, já sem algumas das marchas, com problemas nos pneus e espasmos musculares devido ao esforço. Por isso, o Instituto Ayrton Senna tenta fazer com que a luta do piloto para vencer dentro de casa inspire os atletas brasileiros durante os Jogos.

Em um treino antes da estreia, contra Camarões, no sábado, às 15h, a seleção de vôlei recebeu uma pulseira do Instituto. Com ela, as jogadoras podem acessar um aplicativo no celular que contém uma mensagem de Senna sobre o GP do Brasil de 1991. No fim, a mensagem: “Nada é mais importante que vencer em casa” (veja no vídeo acima).

– Ele tinha tudo para desistir, mas não desistiu. Ele teve algumas oportunidades, nós temos uma só. Mais incrível é que, depois de 22 anos, ele continua sendo impactante, tão importante para tantas pessoas e para nós, atletas. Meu pai é apaixonado por Fórmula 1, já falou muito sobre o Senna para mim. Lógico, acompanhamos tudo. O mais forte de tudo é a superação, que inspira a todos. Como a mim, quando torci o pé e não desisti. Superar limites. Só tinha uma marcha, quase impossível de conseguir, mas conseguiu. Superou tudo, os limites dele, o impossível. Os momentos que vamos passar aqui dentro, de achar que não vai dar certo, de pressão, ele vai servir, com certeza, de inspiração.

Todos os atletas do Time Brasil nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio vão receber ou já receberam a pulseira. Larissa Mrozowski, gerente de branding do Instituto, diz que, ainda que o automobilismo não seja um esporte olímpico, a mensagem pode inspirar os brasileiros em busca de conquistas no Rio.

– A gente quis inserir o Ayrton Senna na Olimpíada apesar de o automobilismo não ser um esporte olímpico. Mas, por ele ter sido o atleta que ele foi e continuar a trazer essa mensagem de inspiração para todo mundo. Então, por que não levar isso para atletas que vão competir pela primeira vez uma Olimpíada e uma Paralimpíada em casa? O Ayrton lutou muito para conquistar essa vitória, foram oito tentativas. E, agora, só temos uma chance. A Olimpíada no Brasil só vai acontecer agora. Então, que seja uma vitória. Parece que a gente está ouvindo ele falar hoje. É uma mensagem muito atual.

Seleção vôlei pulseira Ayrton Senna (Foto: João Gabriel Rodrigues)Jogadoras assistem ao vídeo motivacional (Foto: João Gabriel Rodrigues)

Técnico da seleção, Zé Roberto também acredita. Diz que a força da mensagem de Senna supera os limites do esporte e do tempo.

Seleção vôlei pulseira Ayrton Senna Fernanda Garay (Foto: João Gabriel Rodrigues)Garay fala da importância de Senna para levar bandeira do Brasil para o mundo (Foto: João Gabriel Rodrigues)

– Essa emoção, essa mobilização que o Ayrton traz. Essa mensagem de superação, de ganhar, de representar o país. Ele teve significado muito importante e continua tendo. Precisamos manter a memória dele viva.

Fernanda Garay também não tem lembranças tão claras de Ayrton em ação. Aos 30 anos, era apenas uma criança quando o piloto brilhava nas pistas. Sabe, porém, da importância de Senna ao levar a bandeira brasileira para todo o mundo.

– Há 22 anos que ele faleceu. Mas está na minha memória. Claro que não lembro dessa corrida, de 1991, mas quero muito pesquisar. Só de ouvir o relato dela, emociona. Eu tenho na memória de tudo o que ele fez pelo país. Tudo o que fala de glória e superação diz muito sobre o nosso momento. O nome dele significa vitória, levar a bandeira do nosso país lá fora. É motivo de orgulho.

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