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E-mail da Mercedes para FIA foi lembrete sobre regra de ultrapassagem

Durante a paralisação do GP da Inglaterra no último domingo, provocada pela batida entre Lewis Hamilton e Max Verstappen na largada, o chefe da Mercedes Toto

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Redação Publicado em 23/07/2021, às 00h00 - Atualizado às 13h19


Durante a paralisação do GP da Inglaterra no último domingo, provocada pela batida entre Lewis Hamilton e Max Verstappen na largada, o chefe da Mercedes Toto Wolff sinalizou para Michael Masi, diretor de provas da Federação Internacional do Automobilismo (FIA), o envio de um e-mail. Quatro dias depois, a equipe alemã revelou o conteúdo da mensagem: diagramas ilustrando a regra de ultrapassagem que confirmaria o direito do heptacampeão na manobra que tirou o piloto da RBR da disputa.

– Estávamos preocupados em nos certificar de que os comissários estariam seguindo a orientação interna da Federação Internacional do Automobilismo (FIA) sobre os erros e acertos das ultrapassagens. Porque para nós, a manobra que Lewis fez estava absolutamente de acordo com o guia de ultrapassagem – disse James Allison, diretor técnico da Mercedes.

Hamilton e Verstappen se chocaram quando o heptacampeão tentou ultrapassar por dentro; o britânico tocou com a roda dianteira esquerda no pneu traseiro direito da RBR, fazendo com que o rival rodasse e batesse com força na barreira de proteção.

Allison explica que, estando com parte do carro ao lado do adversário e sendo capaz de contornar o traçado – no caso, a curva Copse -, o piloto que vem por dentro tem direito a manter a posição:

– Se você está ultrapassando na parte interna da curva, não é necessário que você esteja à frente, requer que você esteja substancialmente ao lado. E Lewis definitivamente estava. Seu eixo dianteiro estava bem além do ponto médio do carro de Verstappen. Além disso, você deve ser capaz de fazer a curva, não sair da pista ou perder o controle do carro e, então, a curva é sua; o outro carro é que tem o dever de evitar bater em você.

Apesar da interpretação, o heptacampeão foi punido pela direção de prova com 10s. As “provas”, para Allison, tornaram mais difícil aceitar a decisão. O engenheiro chamou atenção, ainda, para o fato do britânico ter ultrapassado Lando Norris e Charles Leclerc no mesmo ponto sem grandes consequências.

– Foi duro receber a punição. Sei que nem todos concordam com isso, mas ainda acredito que seja esse o caso, e certamente não faz diferença se a Copse é uma curva rápida ou não. Mais tarde na corrida, Lewis fez mais duas ultrapassagens na Copse usando exatamente a mesma orientação e não houve um contato em nenhum desses casos – defendeu.

A ultrapassagem em Norris, na 31ª volta, valeu a terceira colocação para Hamilton, que havia caído para quinto depois de fazer seu pit stop e cumprir a punição recebida. Posteriormente, ele superou Leclerc no 50º giro, no exato ponto, para garantir o triunfo na etapa.

Toto Wolff e Lewis Hamilton comemoram vitória no GP da Inglaterra — Foto:  Mario Renzi - Formula 1/Formula 1 via Getty Images

Toto Wolff e Lewis Hamilton comemoram vitória no GP da Inglaterra — Foto: Mario Renzi – Formula 1/Formula 1 via Getty Images

Pé de guerra

Masi solicitou a Wolff, durante a bandeira vermelha, que encontrasse os comissários da corrida para discutir o conteúdo do e-mail. Chefe da RBR, Christian Horner também acompanhou o rival, e não ficou nada satisfeito com o que considerou uma forma de influenciar as decisões da disputa.

– Fui lá vê-los porque ouvi que Toto estava lá apresentando provas. Não acho certo que os chefes de equipe possam fazer lobby junto aos comissários. Eles deveriam ser afastados para não serem influenciados. Para mim, foi inaceitável que ele tenha subido lá – disparou o britânico.

Lewis Hamilton conversa com estrategista da Mercedes, Peter Bonnigton, durante bandeira vermelha no GP da Inglaterra — Foto: Mark Thompson/Getty Images

Lewis Hamilton conversa com estrategista da Mercedes, Peter Bonnigton, durante bandeira vermelha no GP da Inglaterra — Foto: Mark Thompson/Getty Images

O diretor de provas da FIA, na ocasião, minimizou o ocorrido, normalizando que chefes e funcionários das equipes estejam em contato com os comissários para tratr de questões sensíveis nas provas:

– Se tivermos um incidente após a corrida, convidamos as equipes e os pilotos a virem e se apresentarem diante dos comissários. Tivemos o caso em Monza no ano passado, quando Lewis foi falar com os comissários para entender o que aconteceu e dar uma olhada em todo o quadro. Durante a suspensão, essa capacidade existe, então não há razão para não fazê-lo.

Apesar disso, Masi alertou as equipes de que visitas aos comissários de prova só seriam permitidas com uma convocação ou autorização prévia, norma passível de punição com uma reprimenda, multa, retirada de pontos e até mesmo a desclassificação da corrida.

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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