Diário de São Paulo
Siga-nos

Duilio completa 100 dias como presidente do Corinthians sem reforços e com desafio financeiro

Eleito presidente do Corinthians em 28 de novembro do ano passado para um mandato de três anos, Duilio Monteiro Alves foi empossado em 4 de janeiro de 2021 e

Corinthians
Corinthians

Redação Publicado em 14/04/2021, às 00h00 - Atualizado às 17h43


Eleito presidente do Corinthians em 28 de novembro do ano passado para um mandato de três anos, Duilio Monteiro Alves foi empossado em 4 de janeiro de 2021 e completou 100 dias no cargo nesta terça-feira. Entre os principais desafios enfrentados, está a redução das dívidas do clube.

– Já cumprimos muitas das nossas metas de campanha. Enfrentamos o desafio de trazer dinheiro novo logo nos primeiros dias, conseguimos anunciantes exclusivos do feminino. Trouxemos empresas renomadas, especializadas em gestão, para auxiliar o clube a fazer a melhor administração possível. Fizemos alguns sacrifícios, cortamos gastos. Mas a verdade é que ainda estamos longe. O mais importante, porém, foi unir o clube pelas mensagens que passamos à torcida e aos sócios. Sinto o Corinthians mais unido para fazer o que tem que ser feito – diz Duilio.

– Tudo no Corinthians é pra ontem, já estamos acostumados. Mas acho que o grande desafio é tomar decisões corretas, que aperfeiçoem a gestão e a eficiência, melhorem nosso fluxo de caixa e permitam que a gente tenha um 2022 com um pouco mais folga, mais capacidade de investimento e um futebol mais forte, como o torcedor merece – completou.

Abaixo, o ge traz um panorama do que foi feito e de quais serão os principais desafios do presidente nos próximos meses, apoiando-se em três pilares: futebol, finanças e marketing.

Duilio Monteiro Alves, presidente do Corinthians — Foto: Rodrigo Coca/Ag.Corinthians

Duilio Monteiro Alves, presidente do Corinthians — Foto: Rodrigo Coca/Ag.Corinthians

Futebol

Pautado na redução dos gastos e na política de pagar contas antes de qualquer outra coisa, Duilio passou esses primeiros 100 dias sem fazer contratações para o time profissional comandado pelo técnico Vagner Mancini. E a tendência é que o Timão não tenha reforços no primeiro semestre.

Neste momento, não há negociação com nenhum jogador para o elenco principal. Pelo contrário, a intenção do presidente é abrir mão de ainda mais atletas do elenco nos próximos meses.

O grande exemplo disso foi a saída recente de Cazares para o Fluminense. O contrato não foi renovado por não se adequar à nova realidade financeira do clube. A dupla Jemerson e Otero seguirá os mesmos passos em breve. Michel Macedo e Everaldo estão à disposição do mercado.

Duilio, presidente do Corinthians, com Cássio e o diretor de futebol Roberto de Andrade — Foto: Rodrigo Coca/Ag.Corinthians

Duilio, presidente do Corinthians, com Cássio e o diretor de futebol Roberto de Andrade — Foto: Rodrigo Coca/Ag.Corinthians

Do fim do ano passado até agora, outros 16 jogadores deixaram o Corinthians.

A palavra de ordem é base. Desde o começo do ano, Duilio tem incentivado a comissão técnica de Vagner Mancini a usar as categorias de base da equipe. Garotos do sub-20 e sub-23 foram promovidos ao time principal e vêm sendo usados pelo técnico.

É da base que o clube espera tirar bons frutos nos próximos meses. Aposta desafiadora levado em conta os campeonatos a serem disputados: Paulistão, Brasileirão, Copa do Brasil e Sul-Americana.

Dívidas e finanças

Naturalmente, em uma gestão que preza pela austeridade, o pagamento de dívidas ganha destaque. O grande desafio de Duilio é recolocar o Corinthians nos trilhos depois de um aumento de 47% da dívidas no último ano de mandato do ex-presidente Andrés Sanchez.

O Timão fechou 2020 com uma dívida próxima de R$ 1 bilhão.

O valor exato é de R$ 982,8 milhões. Este montante não engloba o financiamento da Neo Química Arena. O Timão tem acordo costurado com a Caixa Econômica Federal para pagar R$ 569 milhões até 2040 – R$ 300 milhões serão abatidos do valor que o clube receberá pela venda do nome do estádio.

No curto prazo (vencimento de até um ano), a dívida do Corinthians é de R$ 586 milhões. Isso engloba empréstimos, obrigações com fornecedores, direitos de imagem atrasados, encargos sociais, impostos, entre outros.

De acordo com a diretoria financeira do Corinthians, já houve uma redução de 12% nos gastos mensais do clube. Em números, uma economia de R$ 1,7 milhão.

Para tentar equacionar a dívida e entender o organograma completo do clube, Duilio contratou a Falconi, empresa responsável pela consultoria de gestão no Corinthians. O presidente também contará com o apoio da KPMG para auxiliar na renegociação das dívidas.

Marketing

Contratado para gerir um departamento que ficou de certa forma em segundo plano no ano passado, José Colagrossi foi anunciado por Duilio como superintendente de marketing para o Corinthians logo no começo da gestão.

Em janeiro, também, o clube anunciou um acordo para o espaço máster da camisa com a Neo Química Arena por algo em torno de R$ 20 milhões, com contrato até dezembro de 2025. O patrocínio agrega também o time feminino.

De acordo com o setor do clube, o grande feito nestes primeiros 100 dias foi a geração de receita nova para o clube. Algo em torno de R$ 30 milhões imediatos conquistados com a reformulação de acordos de patrocínio. São, atualmente, oito patrocinadores na camisa do Corinthians. Além do Galera.Bet, site de apostas que será lançado em breve e só então ocupará espaço no uniforme.

Duílio Monteiro Alves e José Colagrossi em coletiva no Corinthians — Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Duílio Monteiro Alves e José Colagrossi em coletiva no Corinthians — Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Mesmo assim, o departamento enfrentará grandes desafios. Os três principais são:

  • Lidar com o não faturamento da Neo Química Arena durante a pandemia e público afastado dos estádios;
  • reformular o programa de sócio-torcedor do Corinthians e estimular a adimplência;
  • reconstruir a geração de conteúdo nas mídias sociais, TV Corinthians e novos canais digitais.

O programa Fiel Torcedor será praticamente reconstruído para que não seja totalmente dependente do desconto de ingresso, oferecendo novos atrativos. Há um mês, o Corinthians tinha apenas 20 mil sócios adimplentes e lançou uma campanha para tentar alavancar o plano.

Compartilhe  

últimas notícias