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Draft da NFL tem lista de astros renegados como Tom Brady

Draft não é uma ciência exata. Cada time da NFL é avaliado na casa dos bilhões de dólares, ou seja, dinheiro não falta para encontrar os métodos mais

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Redação Publicado em 28/04/2021, às 00h00 - Atualizado às 14h40


Não é só na 1ª rodada que os times encontram os melhores jogadores de futebol americano; Draft 2021 começa nesta quinta-feira

Draft não é uma ciência exata. Cada time da NFL é avaliado na casa dos bilhões de dólares, ou seja, dinheiro não falta para encontrar os métodos mais avançados de avaliação dos atletas que deixam o futebol americano universitário rumo aos profissionais e, mesmo assim, ano após ano, as franquias continuam cometendo erros. Futuras estrelas saem diversas rodadas mais tarde do que deveriam, enquanto outros jogadores são selecionados cedo e nunca correspondem.

O Draft 2021 começa nesta quinta-feira e você acompanha a primeira rodada em TEMPO REAL aqui no ge a partir das 21h.

Fosse matemático, colocar todos os dados de um determinado prospecto em uma equação e sair no resultado qual rodada ele vale ser escolhido, não haveria a mesma graça. O caos de poder escolher o melhor jogador de todos os tempos na posição 199 faz com que o Draft seja uma das partes mais legais da NFL, mesmo no meio da offseason.

O GE listou alguns dos casos mais famosos de grandes estrelas da NFL que caíram no Draft e saíram muitas rodadas depois do que deveriam. Começando, claro, por…

Tom Brady

– Ano: 2000
– Escolha: 199 (6ª rodada)

Uma das histórias mais famosas dos esportes dos Estados Unidos sem dúvida é o fato de Tom Brady, maior jogador da história da NFL, ter sido selecionado apenas na escolha número 199 da 6ª rodada.

Agora, por que Brady foi selecionado tão tarde?

Como escrevi no começo, Draft não é uma ciência exata. Tom Brady não teve uma grande carreira no futebol americano universitário, se tornando titular apenas em seu terceiro ano.

Nas suas duas temporadas como QB1 de Michigan a equipe até teve um bom retrospecto (20 vitórias e 5 derrotas no período), mas os números de Brady foram bem modestos. O passador mais falado na conferência nessa época era na verdade Drew Brees, que brilhava em Purdue.

Tom Brady como titular em Michigan

AnoPasses completadosPasses tentadosJardasTouchdownsInterceptações
19982003232.4271410
19991802952.217166

Os números não foram espetaculares, mas o seu desempenho nos testes físicos do Combine foram piores ainda. Tom Brady correu as 40 jardas em 5,28 segundos, tempo pior que a maioria dos jogadores de linha ofensiva que entram no Draft atualmente. Olheiros duvidavam muito da habilidade atlética de Brady e da força em seu braço. Acho que acabou dando certo né?

Joe Montana

Ano: 1979
Escolha: 82 (3ª rodada)

O primeiro GOAT também não foi uma escolha alta no Draft. Ao contrário de Tom Brady, no entanto, Joe Montana teve uma grande carreira no futebol americano universitário, sendo campeão nacional com a universidade de Notre Dame em 1977. Mesmo assim o seu sucesso não atraiu olheiros.

Joe Montana foi tetracampeão pelo San Francisco 49ers — Foto: Getty Images

Joe Montana foi tetracampeão pelo San Francisco 49ers — Foto: Getty Images

A história foi parecida com a de Brady, o porte físico magro de Joe Montana deixou os avaliadores dos times com um pé atrás, além de uma preocupação com a força no seu braço. Quatro quarterbacks foram selecionados antes dele e o único que obteve algum sucesso foi Phil Simms, duas vezes campeão do Super Bowl com o New York Giants (1987 e 1991).

Johnny Unitas

Ano: 1955
Escolha: 102 (9ª rodada)

Em 1955 a NFL possuía apenas 15 times, mas o Draft se estendia por 30 rodadas. Mesmo com menos equipes disputando talento, um dos maiores nomes da história da liga mais uma vez saiu muito mais tarde do que deveria.

Johnny Unitas se aposentaria 18 anos depois com quatro títulos (um Super Bowl e três antes do formato atual da grande final ser criado) e três MVPs. E não foi nem a franquia que o escolheu que acabou aproveitando essa barganha.

Johnny Unitas se aposentou em 1973 como o maior quarterback da história da NFL na época.  — Foto: Robert Riger/Getty Images

Johnny Unitas se aposentou em 1973 como o maior quarterback da história da NFL na época. — Foto: Robert Riger/Getty Images

Unitas foi selecionado pelo Pittsburgh Steelers, mas acabou perdendo a disputa com outros jogadores da posição e acabou dispensado. No ano seguinte, 1956, ele assinou com o Baltimore Colts (hoje Indianapolis Colts) e o resto é história. Lesões no seu último ano no futebol americano universitário provavelmente fizeram com que os times se assustassem, explicando sua queda no Draft.

Russell Wilson

– Ano: 2012
– Escolha: 75 (3ª rodada)

Existe um número que explica o fato de um dos melhores quarterbacks da última década ter caído para a 3ª rodada: o da altura.

A NFL evoluiu nesse ponto, Kyler Murray foi a 1ª escolha geral em 2019 com 1,78m de altura, mas nove anos atrás os 1,80m de Russell Wilson deixaram olheiros e executivos com um pé atrás. O protótipo que os times procuravam eram de caras como Tom Brady (1,93m), Peyton Manning (1,96m) ou Aaron Rodgers (1,88m). Drew Brees com os seus 1,83m era um ponto fora da curva.

Altura de Russell Wilson preocupou olheiros durante o Draft de 2012.  — Foto: Tom Pennington / Getty Images

Altura de Russell Wilson preocupou olheiros durante o Draft de 2012. — Foto: Tom Pennington / Getty Images

Essa visão fechada do que um quarterback na NFL deveria ser causa absurdos como esse de 2012. Cinco escolhas antes de Russell Wilson o Jacksonville Jaguars selecionou um punter. A liga ainda abria os olhos na época para como ter um QB móvel ajudava o seu time e o Seattle Seahawks aproveitou.

E vale ressaltar que se os Seahawks acreditavam que Wilson iria se tornar o jogador que é hoje, eles teriam o escolhido bem antes.

Julian Edelman

Ano: 2009
Escolha: 232 (7ª rodada)

Recém-aposentado, Julian Edelman é mais um caso de jogador que saiu quase no final do Draft e teve uma carreira de sucesso. Discussões sobre se merece ou não vaga no Hall da Fama à parte, Edelman se tornou um dos wide receivers mais prolíficos da história dos playoffs e foi peça importante na conquista dos três últimos Super Bowls do New England Patriots, tendo inclusive sido eleito MVP do SBLIII.

Julian Edelman foi o MVP do Super Bowl LIII — Foto: USA Today

Julian Edelman foi o MVP do Super Bowl LIII — Foto: USA Today

Mais do que os outros nomes nessa lista, existe uma explicação justa para a queda de Julian Edelman no Draft: ele não jogava como wide receiver no futebol americano universitário. Até 2008 Edelman foi um quarterback de 1,78m que não despertava muito interesse de times da NFL.

Foi Bill Belichick que enxergou o potencial dele, o selecionou e propôs a mudança de posição. Até na defesa dos Patriots ele chegou a jogar antes de se firmar como recebedor.

Stefon Diggs

Ano: 2015
Escolha: 146 (5ª rodada)

Stefon Diggs foi escolhido pelo Minnesota Vikings com uma escolha de 5ª rodada e, cinco anos depois, trocado para o Buffalo Bills por seleções de 1ª, 5ª e 6ª rodadas. Esses números já demonstram o quanto Diggs superou as expectativas que os times possuíam quando ele entrou no Draft em 2015.

Como na maioria dos casos, olheiros se preocupavam com o porte físico de Stefon Diggs. Alguns diziam que ele não possuía massa muscular suficiente para aguentar na NFL, outros duvidavam de sua velocidade. Diggs certamente provou que todos estavam errados, se tornando um dos melhores wide receivers da liga.

George Kittle

Ano: 2017
Escolha: 146 (5ª Rodada)

George Kittle reúne uma capacidade incrível como recebedor e também muita qualidade bloqueando. Esse tipo de combinação é muito rara e tornou Rob Gronkowski, por exemplo, um dos maiores tight ends da história.

George Kittle NFL — Foto: Daniel Shirey / Stringer

George Kittle NFL — Foto: Daniel Shirey / Stringer

Os times cometeram um grande erro ao deixá-lo cair, mas a verdade é que George Kittle não era esse jogador no futebol americano universitário. Pelo menos nunca foi usado dessa forma em Iowa, onde nunca teve mais que 22 recepções em uma temporada. Os 49ers apostaram na sua habilidade atlética e se deram bem.

David Bakhtiari

Ano: 2013
Escolha: 109 (4ª rodada)

Left Tackle é uma das posições mais escassas na NFL atualmente. Quem tem um de qualidade não larga. As vezes os times não deixam nem os mais ou menos chegarem no mercado, caso de Cam Robinson com o Jacksonville Jaguars. O Green Bay Packers acertou na loteria ao encontrar Bakhtiari, discutivelmente o melhor da posição na quarta rodada.

 — Foto: Stacy Revere/Getty Images

— Foto: Stacy Revere/Getty Images

A transição de jogadores de linha ofensiva do futebol americano universitário para a NFL é uma das mais difíceis, mas David Bakhtiari se tornou titular logo de cara e nunca olhou para trás. Aos 29 anos, a longevidade da posição significa que os Packers ainda o terão por algum tempo antes de precisarem se preocupar.

Richard Sherman

Ano: 2011
Escolha: 154 (5ª rodada)

Um dos melhores defensores da década foi apenas o 154º jogador selecionado em 2011, dá para acreditar? Richard Sherman foi peça fundamental em três times que chegaram ao Super Bowl, dois com o Seattle Seahawks (um título, SBXLVIII) e outro com o San Francisco 49ers. Difícil obter uma barganha melhor com uma escolha de 5ª rodada.

Os times erraram ao deixá-lo cair tanto? Sim, mas Sherman se tornou um jogador diferente na NFL em relação ao que era no futebol americano universitário. Em Stanford ele atuou como wide receiver nos seus três primeiros anos, antes de fazer a transição para cornerback nas duas temporadas finais.

Além disso os seus testes físicos não foram bons, correndo apenas um 4,56s no tiro de 40 jardas. Ele se tornou um dos maiores da história graças a sua técnica, inteligência e sorte por ter caído na situação perfeita em Seattle

James Harrison

Ano: 2002
Escolha: Não-draftado

James Harrison, um dos jogadores mais temidos da NFL nos anos 2000, simplesmente não foi draftado. Preocupações com a sua altura (1,83m) para a posição de outside linebacker afastou times. Harrison foi contratado pelo Pittsburgh Steeles após o Draft em 2002, não se firmou, chegou a jogar na Europa e foi só em 2004 que retornaria aos Steelers.

O comprometimento de James Harrison o tornou um grande defensor. O linebacker ficou famoso por postar vídeos fazendo exercícios de alta intensidade.

Esse preparo físico o ajudou a fazer uma das jogadas mais famosas da história do futebol americano, quando interceptou um passe de Kurt Warner no Super Bowl XLIII e retornou por 100 jardas para o touchdown que ajudou os Steelers a se tornarem campeões.

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Fonte: Ge – Globo Esporte.

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