Em um dia de nervosismo no mercado financeiro, o dólar comercial ultrapassou a barreira de R$ 5,50. A moeda encerrou esta segunda-feira (4) vendida a R$
Redação Publicado em 04/05/2020, às 00h00 - Atualizado às 20h29
Em um dia de nervosismo no mercado financeiro, o dólar comercial ultrapassou a barreira de R$ 5,50. A moeda encerrou esta segunda-feira (4) vendida a R$ 5,522, com alta de R$ 0,084 (+1,55%). A bolsa caiu pela segunda sessão seguida e voltou a fechar abaixo dos 80 mil pontos. O euro comercial fechou em R$ 6,04, voltando a romper a barreira de R$ 6.
O dólar operou em alta durante toda a sessão. Na máxima do dia, por volta das 10h20, chegou a encostar em R$ 5,60. A divisa acumula alta de 37,61% em 2020. O Banco Central (BC) interferiu pouco no mercado. A autoridade monetária apenas rolou (renovou) cerca de US$ 500 milhões de contratos antigos de swap cambial – venda de dólares no mercado futuro – que vencerão em junho.
Os investidores estão na expectativa da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na próxima quarta-feira (6). Há duas semanas, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que o cenário para a Selic (taxa básica de juros) mudou depois da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), indicando que a taxa atual, de 3,75% ao ano, deve ser reduzida.
Juros mais baixos tornam menos atrativos os investimentos em países emergentes, como o Brasil, estimulando a retirada de capitais por estrangeiros. As tensões políticas internas também interferiram no mercado.
O dia foi marcado por perdas no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3 (bolsa de valores brasileira), fechou esta segunda aos 78.876 pontos, com baixa de 2,02%. Essa foi a segunda sessão seguida de queda do indicador, que na última quarta-feira (29) tinha chegado aos 83 mil pontos.
O Ibovespa descolou-se do mercado externo. Influenciado pela recuperação dos preços do petróleo, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, encerrou o dia com ganhos de 0,11%.
Há várias semanas, mercados financeiros em todo o planeta atravessam um período de nervosismo por causa da recessão global provocada pelo agravamento da pandemia do novo coronavírus.
As interrupções na atividade econômica associadas à restrição de atividades sociais travam a produção e o consumo, provocando instabilidades. No entanto, a perspectiva de que vários países da Europa e regiões dos Estados Unidos relaxem as restrições após a superação do pico da pandemia anima os mercados.
Os preços internacionais do petróleo, que despencaram nas últimas semanas, continuaram a recuperar-se hoje. O barril do tipo Brent, que serve de referencial para o mercado internacional e para a Petrobras, era vendido a US$ 27,98 por volta das 18h30, com alta de 5,82%.
A alta nas cotações do petróleo não se refletiram nas ações da Petrobras, as mais negociadas na bolsa. Os papéis ordinários (com direito a voto em assembleia de acionistas) desvalorizaram-se 3,22% nesta segunda. Os papéis preferenciais (com prioridade na distribuição de dividendos) tiveram perda de 3,71%.
A guerra de preços de petróleo começou há dois meses, quando Arábia Saudita e Rússia aumentaram a produção, mesmo com os preços em queda. Segundo a Petrobras, a extração do petróleo só é viável no longo prazo para cotações a partir de US$ 45. No curto prazo, a companhia pode extrair petróleo a US$ 19, no limite dos custos da empresa.
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