O dólar opera em queda nesta sexta-feira (16), com o mercado recebendo bem a indicação do economista Roberto Campos Neto para substituir Ilan Goldfajn no
Redação Publicado em 16/11/2018, às 00h00 - Atualizado às 14h10
O dólar opera em queda nesta sexta-feira (16), com o mercado recebendo bem a indicação do economista Roberto Campos Neto para substituir Ilan Goldfajn no comando do Banco Central na gestão do presidente eleito Jair Bolsonaro, e após autoridades do Federal Reserve colocarem em dúvida a trajetória de juros dos Estados Unidos, destaca a agência Reuters.
Às 13h14, a moeda norte-americana caía 1,25%, vendida a R$ 3,7381. Na mínima da sessão da moeda chegou a 3,7306, e na máxima foi a 3,7825.
Na quarta-feira, o dólar fechou em baixa de 1,13% ante o real, a R$ 3,7855. No mês, a moeda ainda acumula alta de mais de 1%. No ano, a valorização é de cerca de 14% ante o real.
Nos Estados Unidos, o vice-chair do Federal Reserve declarou que a taxa de juros norte-americana está perto das estimativas do banco central de uma taxa neutra e que o neutro “faz sentido”, influenciado na cotação do dólar ante uma cesta das principais moedas. O Fed já elevou os juros três vezes neste ano e há ampla expectativa de que os eleve novamente em dezembro.
No exterior, predominava também a cautela em relação ao Brexit, depois que a premiê britânica, Theresa May, anunciou que se mantém firme à retirada do Reino Unido da União Europeia em março, mesmo após renúncia de importantes ministros, destaca a agência Reuters. O jornal “Telegraph” reportou que May passará por uma moção de censura na próxima semana, o que ameaça seu governo e coloca a aprovação do seu plano de Brexit em xeque.
O Banco Central vendeu nesta sessão 13,6 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 6,8 bilhões de dólares do total de US$ 12,217 bilhões que vence em dezembro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
Na quinta-feira, quando o mercado brasileiro esteve fechado, a equipe de Bolsonaro também anunciou que o economista Mansueto Almeida permanecerá no cargo de Secretário do Tesouro Nacional, que ocupa desde abril de 2018.
Em nota divulgada nesta sexta-feira, a assessoria de imprensa do BC informou ainda que os atuais diretores colocaram-se à disposição do presidente indicado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, e que o diretor de Política Econômica, Carlos Viana de Carvalho, permanecerá no cargo “por tempo considerável” após chegar a entendimento com o futuro presidente do BC. O BC possui 8 diretorias.
Para poder assumir o BC, ele será sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal e terá de ter seu nome aprovado. Também precisará passar pelo crivo do plenário da Casa. O presidente do Banco Central tem “status” de ministro. Deste modo, tem foro privilegiado.
Próximo a Paulo Guedes, futuro ministro da Economia do governo Bolsonaro, a partir de 2019, Campos Neto é, atualmente, responsável pela tesouraria do banco Santander.
Na visão da equipe da XP Investimentos, a manutenção de Mansueto no Tesouro e a indicação de Roberto Campos Neto reforçam o perfil liberal da equipe.
A equipe da Brasil Plural acrescenta que Campos Neto, que era diretor de Tesouraria do Santander Brasil, é próximo ao futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua nomeação é mais um sinal de que Guedes terá autonomia na condução da política econômica, conforme nota distribuída a clientes.
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