Os policiais militares Thiago Quintino Meche e Jefferson Alves de Souza, do 22º Batalhão da Polícia Militar vão a júri popular, em 17 de janeiro de 2019, sob
Redação Publicado em 09/11/2018, às 00h00 - Atualizado às 07h23
Os policiais militares Thiago Quintino Meche e Jefferson Alves de Souza, do 22º Batalhão da Polícia Militar vão a júri popular, em 17 de janeiro de 2019, sob a acusação de matar a pauladas Gabriel Paiva, 16 anos, em abril de 2017. A decisão foi tomada pela da juíza Debora Faitarone, da 1ª Vara do Júri de São Paulo.
Thiago e Jefferson foram presos temporariamente por 30 dias e levados para o Presídio Romão Gomes em maio de 2017 e chegaram a responder pelo crime em liberdade. No entanto, a juíza Débora Faitarone decretou a prisão preventiva dos dois policiais militares em 18 de julho, depois que Jefferson procurou uma das testemunhas do caso com o “intuito de intimidá-la”. Eles seguem presos.
Em decisão anterior, da juíza Renata Carolina Casimiro Braga, em 6 de julho deste ano, foi mantida a prisão dos dois policiais militares. Ela foi tomada depois de recebida a denúncia e realizada as audiências para ouvir as testemunhas de acusação, de defesa e os acusados, além da análise das provas do inquérito. A juíza entendeu que existem indícios e provas suficientes para que os acusados sejam submetidos a julgamento popular, no Tribunal do Júri.
O adolescente morreu quatro dias depois da abordagem de 16 de abril de 2017. Ele foi espancado pelos dois policiais militares. De acordo com parentes do garoto, a morte foi provocada por parada cardíaca. O caso ocorreu na Rua Vila Missionária, em Cidade Ademar, na Zona Sul de São Paulo.
O irmão dele, Alex Paiva, disse ao G1 que a família espera por Justiça. “O que a gente quer é paz.”
A justiça ainda cita o apelido do policial Jefferson como sendo “Negão da Madeira”, em virtude de relatos de testemunhas do crime afirmarem que ele costumava fazer revistas em jovens na região sempre com um pedaço de madeira em mãos. Segundo a acusação do Ministério Público aceita pela juíza, Thiago foi espancado na cabeça com um pedaço de madeira.
A defesa do policial Thiago alegou à Justiça que não há provas da participação dele no crime e requereu a revogação da prisão preventiva, que foi negado pela juíza.
A defesa de Jefferson também alegou falta de provas contra ele e pediu a revogação da prisão, que também foi negado pela juíza.
No processo, duas testemunhas protegidas relataram com detalhes como foram as agressões praticadas pelo policial Jefferson contra a vítima e a falta de ação de Thiago para evitar as agressões, que resultaram na morte de Gabriel.
Em um dos depoimentos, uma das testemunhas disse em juízo que “viu a vítima já caída no chão, sendo agredida na cabeça e no rosto com um pedaço de madeira. Disse que pediu para ele parar de agredir o menino, mas ele continuou. Informou que já conhecia o policial ‘Negão da Madeira’ porque todos os domingos ele estava lá e era conhecido por ser violento.”
Também em juízo, o irmão da vítima, Roger, disse que “a viatura demorou bastante tempo no local e que depois ela começou a andar e estava cheia de sangue.”
Os depoimentos dos policiais são considerados contraditórios entre si e entre as declarações das testemunhas. Jefferson é policial militar há cinco anos e Thiago estava em operação havia apenas 30 dias na data do crime.
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