Mais de 100 diplomatas deixaram a sala onde estava sendo realizada a Conferência sobre o Desarmamento da ONU, em Genebra, na Suíça, durante a fala do ministro
Redação Publicado em 01/03/2022, às 00h00 - Atualizado às 13h48
Mais de 100 diplomatas deixaram a sala onde estava sendo realizada a Conferência sobre o Desarmamento da ONU, em Genebra, na Suíça, durante a fala do ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, nesta terça-feira (1º).
Os representantes de cerca de 40 países – ocidentais e aliados, incluindo o Japão – fizeram o ato como uma forma de protesto contra a invasão russa à Ucrânia.
As delegações chinesa, síria e venezuelana foram algumas das que se mantiveram no local para ouvir o discurso de Lavrov feito por videoconferência. Segundo o representante russo, membros da União Europeia teriam feito uma espécie de “bloqueio aéreo” a seu trajeto à sede da ONU. Na segunda-feira (28), também houve a imposição de sansções econômicas à Lavrov por parte da Suíça.
Em seu discurso, nesta terça, o ministro russo acusou a União Europeia de se envolver em um “frenesi russofóbico” por meio do fornecimento de armas letais para a Ucrânia durante a “campanha militar” iniciada pela nação liderada por Vladimir Putin na última quinta-feira (24).
“A Ucrânia ainda tem tecnologia soviética e meios de conseguir essas armas, nós não podemos deixar de responder a esse perigo real”, afirmou Sergei Lavrov. Ele disse ainda que os países do Ocidente não podem construir instalações militares em nenhum país ex-membro da União Soviética.
De acordo com as agências de notícias Ria e Tass, o ministro russo disse que é inaceitável que países da Europa guardem armas nucleares dos Estados Unidos. Para ele, as armas devem ser devolvidas ao território norte-americano.
Dentre os diplomatas que se retiraram do recinto durante a fala de Lavrov, os ministros de Relações Exteriores do Canadá, Melanie Joly, e da Dinamarca, Jeppe Kofod, se uniram à embaixadora ucraniana, Yevheniia Filipenko, atrás de uma grande bandeira azul e amarela da Ucrânia.
Já Melanie Joly disse que deixou o local porque “o ministro Lavrov estava dando a versão dele, que é falsa, sobre o que está acontecendo na Ucrânia”, por isso quiseram mostrar uma postura firme e de união.
“É uma mostra de apoio impressionante para os ucranianos que estão lutando por sua independência”, disse Filipenko aos jornalistas que estavam no local.
Segundo ela, houve uma destruição massiva de infraestrutura civil em Kharkiv, a segunda maior cidade de seu país. “Maternidades estão sendo atacadas, prédios residenciais bombardeados”, complementou.
A Rússia nega estar atingindo construções civis em solo ucraniano.
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G1
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