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Diário do Tricolor – Análise: falta de qualidade individual freia trabalho coletivo do São Paulo

A boa notícia para o São Paulo: ter jogado de igual para igual contra o Flamengo, vice-líder do Campeonato Brasileiro e dono da melhor campanha do segundo

Diário do Tricolor – Análise: falta de qualidade individual freia trabalho coletivo do São Paulo
Diário do Tricolor – Análise: falta de qualidade individual freia trabalho coletivo do São Paulo

Redação Publicado em 02/10/2016, às 00h00 - Atualizado às 10h32


Ao equilibrar jogo com o melhor time do segundo turno, Tricolor mostra evolução em organização, mas não corrige problema principal: a falta de talento do meio pra frente

A boa notícia para o São Paulo: ter jogado de igual para igual contra o Flamengo, vice-líder do Campeonato Brasileiro e dono da melhor campanha do segundo turno, resultado de um trabalho coletivo bem feito, uma organização defensiva capaz de neutralizar as virtudes do adversário. O meio-campo marcou no 4-3-3 até o Flamengo passar para o ataque. Então, Cueva e Kelvin ajudavam a compor um quinteto de marcação.

Linhas de marcação do São Paulo contra o Flamengo (Foto: Reprodução)

São Paulo marca o Flamengo com duas linhas de três, mas Cueva e Kelvin acompanharam laterais (Foto: Reprodução)

A má notícia para o São Paulo: a dificuldade de criar e fazer gols passa por algo que Ricardo Gomes, embora tenha assumido a responsabilidade de melhorar esse aspecto, não tem como interferir: a falta de qualidade e/ou personalidade dos meio-campistas e atacantes da equipe.

Chavez, bom centroavante para times que estão mal na tabela, foi exemplo de dedicação. Saiu da área para o lado esquerdo, onde inclusive se habituou a jogar no Boca Juniors, e criou buracos para ninguém de meio aproveitar. Também surgiu “do nada” para recuperar bolas e evitar contra-ataques do Flamengo.

Mas… O problema de times limitados é que sempre há um “mas”. Chavez tinha que ter coroado sua atuação dedicada com uma pontinha de talento que faltou ao sair cara a cara com Alex Muralha, goleiro da Seleção que defendeu chute previsível, telegrafado e fraco.

Se a perda dessa oportunidade tem de estar na conta do gringo, o fato de não ter havido outras desse porte cabe ao “buraco negro” que é o meio-campo do São Paulo. As movimentações são certinhas até demais, tornam-se previsíveis, básicas, fáceis de serem anuladas. E mérito também ao Flamengo, que não deu espaço para uma dar poucas armas tricolores: o chute de fora da área. Chávez, Wesley e Thiago Mendes são bons nisso, mas nem tiveram chance de chutar.

“Agressivo” no desarma, termo elogioso usado pelo meia rival Diego no intervalo, o São Paulo foi lento ao atacar o Flamengo. A falta de qualidade inibe.

Cueva, maior foco de criação, precisa ter alguém de bom passe ao seu lado. Wesley e Thiago Mendes, que jogaram “espelhados”, cada um de um lado, erraram demais. E Kelvin mais corre do que articula. Isso faz o peruano oscilar demais durante os 90 minutos.

Defensivamente, o São Paulo fez jus à quinta melhor defesa do campeonato. Lugano teve bom desempenho em seu duelo particular com Guerrero, com direito a trombadas, reclamações e aperto de mão negado. Rodrigo Caio também se saiu bem, e Denis conseguiu, com dificuldade, segurar cabeçada à queima-roupa de Leandro Damião.

O que vai definir em que divisão o São Paulo jogará em 2017 são jogos contra equipes de nível técnico parecido: Sport, Ponte Preta, América-MG, Corinthians, Chapecoense e Santa Cruz. Manter essa postura aplicada será necessário. Melhorar na frente, ainda mais.

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