Enquanto caminha para a construção de uma nova arena, o Santos estuda uma reforma não tão ousada nos bastidores. O Conselho Deliberativo do clube está analisando possíveis mudanças no Estatuto Social do Peixe – a última vez que isso aconteceu foi em 2011. Ciente disso, o Comitê de Gestão santista enviou sugestões ao órgão na última semana.
Entre as diversas ideias colocadas pelo colegiado, formado pelo presidente Modesto Roma Júnior, pelo vice César Conforti e por outros sete membros, o fim ou mudança de formato do Comitê de Gestão chama a atenção. Os dirigentes também sugerem alterações no formato da eleição e no programa de sócios.
O processo de reforma estatuária, porém, ainda está longe do fim. O Conselho Deliberativo precisa chegar a um consenso para que, apenas depois, haja uma assembleia geral com a participação dos associados.
No atual modelo de gestão, as principais decisões do Santos são tomadas em reuniões do Comitê. Os nove membros votam os assuntos colocados em pauta e definem os rumos do clube. Na visão dos dirigentes, dessa forma, a Presidência ou a Diretoria Executiva do Peixe não são reconhecidas e as tomadas de decisão tornam-se impessoais.
A sugestão é que, caso a reforma estatuária avance, o Alvinegro um dia opere com: assembleia geral, Conselho Deliberativo, Presidência, Administração Executiva e Conselho Fiscal. O presidente e o vice seriam os representantes legais do clube e os responsáveis pelas questões operacionais, ou seja, tomariam as principais decisões sem precisarem da aprovação do Comitê.
Nesse caso, a Administração Executiva, formada por executivos remunerados, teria de se reportar à Presidência. Por fim, a sugestão é que sejam nomeados quatro dirigentes não remunerados com a função de auxiliar o presidente e o vice.
Sócio-torcedor
Atualmente, o programa de sócios do Santos, o Sócio Rei, possui quatro categorias: oficial, prata, ouro e diamante. Todas dão benefícios que vão além das vantagens em dias de jogos, como desconto em supermercados, por exemplo. A ideia, com a reforma estatutária, é criar um programa simples de sócio-torcedor, que amplie os bônus nas partidas.
Eleições
A atual gestão santista sugere que as assembleias gerais sejam realizadas apenas nas sedes do clube, na Vila Belmiro e em São Paulo. Também acredita que não seja segura a realização de votação via internet, como o atual Estatuto Social prevê, desde que o Conselho Deliberativo aprove.
Conselheiros
O Conselho Deliberativo do Santos é formado por membros das chapas que têm mais votos nas eleições presidenciais do clube, a cada três anos. A participação no órgão é proporcional ao resultado na assembleia geral – a chapa que tiver 50% dos votos, por exemplo, terá 50% de participação no Conselho, além dos conselheiros vitalícios.
O documento enviado pelo Comitê de Gestão na última semana sugere que os membros do CD sejam definidos em uma votação nominal. As chapas continuariam tendo participação de acordo com o resultado das eleições presidenciais, mas não teriam o direito de definir por conta própria os conselheiros que fariam parte do órgão.
Para ser presidente e para votar
A sugestão da atual gestão é que o tempo mínimo de um santista no quadro de associados para se candidatar à Presidência do clube passe de 10 para cinco anos. Em contrapartida, seria preciso ser sócio do Peixe há pelo menos dois anos, e não mais apenas um, para participar da votação para presidente e vice.