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Desemprego afeta jovens da geração ‘nem-nem’ na região de Rio Preto

O desemprego tem afetado jovens de cidades da região noroeste paulista. Um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que um a

Desemprego afeta jovens da geração ‘nem-nem’ na região de Rio Preto
Desemprego afeta jovens da geração ‘nem-nem’ na região de Rio Preto

Redação Publicado em 11/12/2016, às 00h00 - Atualizado às 10h00


Estudo aponta que um a cada cinco jovens não trabalham nem estudam.
Segundo o IBGE, esta parcela da população já corresponde a 23%.

O desemprego tem afetado jovens de cidades da região noroeste paulista. Um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que um a cada cinco brasileiros entre 18 e 24 anos não trabalha nem estuda, é a chamada ‘Geração Nem-Nem’. Sem trabalho, eles não têm dinheiro para pagar faculdade ou curso profissionalizante.

Segundo o IBGE, esta parcela da população já corresponde a 23% neste ano. O percentual era de 19% em 2015, enquanto em 2014 o número de jovens sem nenhuma atividade correspondia a 20%. Assim, muitos adolescentes que, por algum motivo, saíram do mercado de trabalho não conseguem pagar um curso superior e voltar para a sala de aula.

Caso da estudante Gabriele da Cunha Silva, de 17 anos, que tinha uma rotina movimentada, já que trabalhava e estudava, mas concluiu o ensino médio e o contrato de aprendiz com uma empresa acabou. “Não sei o que quero fazer, não tenho mais o serviço, não tem mais aquela rotina, não tem alguém que te ensina algo diferente todo dia, é triste. Preciso de emprego para ter dinheiro e pagar o curso, por enquanto vou mandar currículos e ver se consigo emprego para começar um curso que gosto, me esforçar para poder seguir na vida”, diz.
    Gabriele da Cunha Silva, de 17 anos, está sem trabalhar e estudar (Foto: Reprodução/TV TEM)

    Gabriele da Cunha Silva, de 17 anos, está sem trabalhar e estudar (Foto: Reprodução/TV TEM)

    A situação da estudante Ariane de Moraes, de 19 anos, é a mesma. Ela não desgruda do celular à espera de ligação para uma entrevista de emprego. Ariane está desempregada há oito meses. Durante esse tempo, até começou um curso profissionalizante, mas teve que parar depois de o seguro desemprego acabar. “Era auxiliar de dentista, um curso que me interessava bastante, achei que em dois meses estaria empregada, mas não foi o que aconteceu, infelizmente. Depois de cinco meses tive que parar o curso”, conta.

    A diretora do Senac de Votuporanga (SP), Eliane Godoi, explica que a instabilidade financeira afeta diretamente a vida dos jovens. “O momento econômico-político que o país vive, de muitas incertezas, de aumento de desempregos, acentua o problema e não oferece oportunidades aos jovens. Estudar é a melhor solução para quem está sem um emprego bacana”, diz.

    A Beatriz Castrequini, de 19 anos, ficou um ano parada em casa até começar um curso oferecido pelo Senac. Nas aulas, ela aprende uma nova profissão, já conseguiu um emprego e entrou para a faculdade. “Aprendi várias coisas com o curso, como lidar com o mercado de trabalho e os colegas, com as tarefas e atividades do dia a dia. Foi ótimo”, afirma.

    Para a diretora do Senac de Votuporanga, é importante a forma como cada jovem enfrenta esse período de transição. “É hora de planejar e pensar nas novas possibilidades, não é fácil, mas é possível”, ressalta.

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