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Desempregado faz currículos à mão e deixa bilhetes em caixas de correio pedindo trabalho: ‘Esperança’

Sem dinheiro para editar e imprimir currículos, um trabalhador rural desempregado resolveu escrever à mão, em folhas de caderno, suas aptidões e entregar os

Desempregado faz currículos à mão e deixa bilhetes em caixas de correio pedindo trabalho: ‘Esperança’
Desempregado faz currículos à mão e deixa bilhetes em caixas de correio pedindo trabalho: ‘Esperança’

Redação Publicado em 09/11/2018, às 00h00 - Atualizado às 07h30


Marcos Reis, que não tem dinheiro para imprimir documento, presta serviços de pedreiro, capinador, entre outros bicos; última vez que ele teve a carteira assinada foi em 2016.

Sem dinheiro para editar e imprimir currículos, um trabalhador rural desempregado resolveu escrever à mão, em folhas de caderno, suas aptidões e entregar os bilhetes pedindo emprego em caixas de correio de Senador Canedo, na Região Metropolitana de Goiânia. Ele, que presta serviços como pedreiro, capinador e outros bicos, afirma que precisa de um trabalho fixo.

Marcos revelou, em entrevista à TV Anhanguera, que a última vez em que ele teve a carteira de trabalho assinada foi em 2016. Agora, ele vive uma rotina dividida entre as tarefas na chácara em que vive, na cidade, e bicos para os quais é eventualmente convidado a fazer.

“Graças a Deus e a minha avó, que Deus descansou, que sempre ensinou para o lado do trabalho e da honestidade. A minha esperança é poder achar uma vaga que encaixe nesta profissão que eu trabalho já tem mais de 20 anos”, desabafou.

O trabalhador fez os bilhetes, copiando várias vezes em folhas de caderno e anotando seus contatos, e os distribuiu em dezenas de casas de Senador Canedo. Agora, ele está na expectativa para ser chamado para ocupar alguma função.

Marcos Reis escreve currículos à mão para entregar em Senador Canedo, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Marcos Reis escreve currículos à mão para entregar em Senador Canedo, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Pequenos empreendedores

Em uma realidade diferente da de Marcos, as irmãs Thaís e Thainara Alexandre Silva comemoram os rendimentos do empreendimento da duas. Elas abriram uma loja de bolos há um ano e, por dia, vendem 110 delícias. Elas fazem parte de 53% dos trabalhadores goianos que tiram o sustento da família por meio de pequenos negócios.

“Estamos achando bom por ser mais mulheres nesse mercado empreendedor e mostrar pro pessoal que é possível para todo mundo”, disse Thainara.

De acordo com uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos últimos 5 anos, o número de mulheres que conseguiram emprego é 3 vezes maior do que o de homens. Os dados, de 2017, apontam que houve uma tímida recuperação dos empregos nestes últimos anos.

“Nós temos pessoas que estão empregadas, mas sem os direitos trabalhistas. O mercado de trabalho está se recuperando, mas ainda tem muito o que melhorar”, afirmou o superintendente do IBGE, Edson Roberto Vieira.

Irmãs Thaís e Thainara lucram vendendo bolos, em Goiânia, Goia´s — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Irmãs Thaís e Thainara lucram vendendo bolos, em Goiânia, Goia´s — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

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