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Des. Ivan Sartori: Manifestações e democracia

As manifestações de rua registradas no domingo, em diversas localidades do país, não conseguiram reunir um número expressivo de pessoas, quer para os

Des. Ivan Sartori: Manifestações e democracia
Des. Ivan Sartori: Manifestações e democracia

Redação Publicado em 11/06/2020, às 00h00 - Atualizado às 09h44


Manifestações e democracia

As manifestações de rua registradas no domingo, em diversas localidades do país, não conseguiram reunir um número expressivo de pessoas, quer para os apoiadores do governo, quer, muito menos, para os que se identificam como “pró-democracia”. No primeiro caso, porque o próprio Presidente pediu a seus apoiadores que não fossem às ruas.

Seja como for, a baixa adesão retrata o expressivo número de cidadãos moderados, que, de acordo com a minha percepção, não se deixam levar pela narrativa claramente infundada de que estamos caminhando para um auto golpe, num regime de exceção, onde os direitos e garantias individuais estariam prestes a ser usurpados, pelo governo central, com a implantação sumária de uma ditadura militar.

Lógico que isso não tem o mínimo fundamento, tanto que, por exemplo, franca a liberdade de expressão propugnada por Bolsonaro, que nunca recorreu ao Judiciário em função das graves ofensas que lhe foram e vem sendo dirigidas por radicais nada democráticos.

Muito ao revés, são governadores e prefeitos dissidentes de Jair que vem na senda ditatorial, ignorando direitos e garantias individuais, haja vista as barbaridades impostas, país afora, a cidadãos de bem, em tempos de Covid, enquanto os criminosos ganham nas ruas, para agir livremente.

O pretenso auto golpe vem fomentado, principalmente, pela imprensa instituída, artistas, alguns juristas, representantes de minorias, políticos ligados ao PT e aliados de última hora, que visam à cadeira presidencial. Esses grupos se ressentem da falta das benesses imorais e criminosas concedidas nas eras Lula/Dilma/FHC, além daqueles que ainda se acham presos a ideologias anacrônicas, como a luta de classes e o manifesto comunista.

É nítido o incômodo desses grupos ditos “pro-democracia” com as agendas conservadora e da economia liberal, respaldadas pelo voto popular e colocadas em prática pelo atual governo, em contraste com pautas de desconstrução difundidas, nas últimas décadas, por tais grupos.

Felizmente, o fracasso das manifestações públicas últimas, no tocante à pauta chamada, indevidamente, pró-democracia, deixa claro que os apoiadores dessa agenda oposicionista não representam parte relevante da população, embora façam muito barulho. A começar pelo patrulhamento acirrado daqueles que ousam discordar de suas ideias e logo são taxados de antidemocratas, fascistas ou nazistas, entre outras classificações pouco elogiosas.

A exemplo do fascismo de Mussolini e do nazismo, eles sim procuraram forçar, incutir e estabelecer uma única verdade: a deles.

Neste cenário, reconheço que o presidente Bolsonaro poderia se abster de algumas manifestações para abrandar o ponto de fervura em que nos encontramos, após sucessivos ataques à governabilidade do país, nos últimos tempos. Essa escalada se acelerou com a saída do ex-ministro Moro, na condição de franco-atirador ressentido, ingerência indevida do STF no Executivo, inquéritos e despachos judiciais inconstitucionais, como a divulgação, na íntegra, do vídeo de reunião ministerial, mesmo de trechos que não guardavam nenhuma relação com o inquérito, além da deflagração de ação da Polícia Federal contra diversos cidadãos bem, no famigerado inquérito das fake news. Ali, magistrado do STF age como denunciante, investigador e julgador ao mesmo tempo, brandindo o regimento interno da Corte fora de seus muros, em flagrante ofensa ao princípio constitucional da legalidade.

Aliás, não há qualquer lei proposta pelo governo federal ou ação governamental que dê um mínimo respaldo à essa infundada bandeira de que estaria para ocorrer um golpe. A ampla liberdade de imprensa vigente é um grande exemplo disso.

Por essas razões, avalio que as manifestações mornas de domingo, apesar das ações isoladas de vândalos, talvez sejam um alento para todos que não desejam ver brasileiros se engalfinhando nas ruas, com o objetivo de inviabilizar um governo eleito democraticamente e atender a determinados grupos que não guardam compromisso com a paz social.

E ressalvo: não sou adepto do culto à personalidade de quem quer que seja.  Apenas defendo que se respeite o sufrágio popular, focado no regular desenvolvimento do país, que simplesmente parou, em grande parte, notadamente em São Paulo, a locomotiva do país, por vontade de um governador irresponsável e com claro projeto poder.

Sim, o norte desses oportunistas é 2022.  Entretanto, dessa vez, os insensatos e incendiários não foram vitoriosos, apesar da gritaria e balbúrdia. Esses grupos mostraram fraqueza, ficando comprometidos, por conseguinte, veículos de comunicação poderosos, mas não comprometidos com a verdade, como a rede Globo, cujas reportagens contam apenas com entrevistados integrantes do tal grupo opinionistas, como governadores do PT e do PSDB.

Avante Brasil. A barreira dos costumes e vícios de décadas de uma escumalha  sanguessuga já era esperada. Com estratégia, honestidade e trabalho ela há de ceder completamente.

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