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Demitido, Ximenes cita “ambiente fantástico” e diz ter deixado relatório de 100 páginas no Santos

O Santos demitiu, a 11 dias da final da Libertadores, seu superintendente de esportes. Felipe Ximenes havia sido contratado em setembro de 2020, trabalhou por

Santos
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Redação Publicado em 20/01/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h58


Superintendente de esportes deixou o clube nesta terça-feira após quatro meses no cargo

Santos demitiu, a 11 dias da final da Libertadores, seu superintendente de esportes. Felipe Ximenes havia sido contratado em setembro de 2020, trabalhou por 113 dias e deixou o Peixe nesta terça-feira. Antes de deixar o clube, o dirigente diz ter entregue um relatório de 100 páginas para quem fica.

Felipe Ximenes foi comunicado pelo Comitê de Gestão do Santos sobre sua saída, sob o argumento de mudança nas diretrizes do futebol e corte de gastos. Antes disso, porém, o superintendente de esportes diz que já havia montado um “estudo” sobre o Peixe para seu sucessor com detalhes do que foi feito e do que ainda precisa melhorar no clube.

– Procurei dar um suporte ao trabalho do Cuca, que chegou pouco tempo antes de mim. Começava uma boa sequência de trabalho quando cheguei. Procurei dar tranquilidade e investi muito tempo para montar um bom diagnóstico do que eu estava vendo do clube. Montei um relatório de mais de 100 páginas. Entreguei ao (José Renato) Quaresma, ao (Walter) Shalcka e ao (Andres) Rueda. Um documento para dar um direcionamento futuro – disse Ximenes, ao ge.

Quando Felipe Ximenes chegou, o Santos ainda estava na fase de grupos da Libertadores. De dentro do CT Rei Pelé, o dirigente acompanhou o Peixe crescer na competição e ir até a final. Agora do outro lado, ele faz um balanço de sua passagem e aponta o que acredita ter sido seu principal mérito.

– Eu acho até que um dos orgulhos que eu tenho do meu trabalho é ter conseguido ter essa tranquilidade intramuros, no CT. Quando falo da gestão do Rollo, é porque a do Rueda é recente ainda. Acho que isso foi bastante importante, ter mantido esse ambiente interno tranquilo. Todos sabíamos que a situação era difícil. O trato com a verdade sempre foi uma preocupação muito grande. Acho que isso fez com que o elenco pudesse chegar à final – analisou.

Durante seus 113 dias à frente da superintendência do Santos, Felipe Ximenes montou um diário. Anotou, em um caderno, tudo o que acontecia no CT Rei Pelé. E não vai se esquecer da vitória por 3 a 0 sobre o Boca Juniors.

– O dia mais feliz do diário foi a classificação para a final da Libertadores. Algo muito grandioso que conquistamos. Foi uma felicidade que poucas vezes na vida eu senti. Era um sonho que eu perseguia há 30 anos. Eu nunca tinha chegado a uma final de Libertadores. Quando realmente conquistamos, foi algo muito especial.

Jogadores do Santos comemoram a vitória sobre o Boca — Foto: Santos FC / divulgação

Jogadores do Santos comemoram a vitória sobre o Boca — Foto: Santos FC / divulgação

Os últimos dias, porém, tiveram uma turbulência. Em uma recente entrevista à ESPN, depois da ida do Santos à final da Libertadores, Ximenes disse que “ontem, o salário foi pago”. A declaração não caiu bem entre jogadores, que não receberam ainda os valores referentes a dezembro do ano passado, além de alguns direitos de imagem – apenas 11 atletas do elenco têm direito.

Apesar do ruído de comunicação, Ximenes não vê problema no relacionamento com o elenco.

– O ambiente é fantástico. Sempre foi muito bom. Até tem uma coisa que me preocupa nisso, porque, às vezes, ações, que são absolutamente naturais, dentro de uma troca de gestão acabam encontrando algum eco em pequenas narrativas que não condizem com o filme todo que você convive dentro do processo de gestão – argumentou.

Fora do Santos, Ximenes já sabe por quem vai torcer na final da Libertadores:

– Obviamente, o Santos ganhou um torcedor nessa final. Não só por ter feito parte desse processo, mas por ser da terra do Rei Pelé. Se os argentinos tinham um estímulo para chegar à final para homenagear o Maradona pelo triste falecimento, todos nós temos um motivo muito grande para ganhar a Libertadores no ano em que o Pelé completou 80 anos, já que a Libertadores ainda é de 2020 – completou.

O Santos ainda não tem um substituto para o lugar de Felipe Ximenes. Jorge Andrade, gerente de futebol, segue em seu cargo. José Renato Quaresma, do Comitê de Gestão, é quem cuida do futebol dentro da diretoria.

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GE – Globo Esporte.

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