A Defensoria Pública entrou na Justiça com uma ação contra o governo do estado de São Paulo para que ele pague indenização por danos morais de 2.000 salários
Redação Publicado em 08/05/2021, às 00h00 - Atualizado às 12h10
A Defensoria Pública entrou na Justiça com uma ação contra o governo do estado de São Paulo para que ele pague indenização por danos morais de 2.000 salários mínimos (o equivalente a R$ 2,2 milhões) aos pais da travesti Laura Vermont. Ela tinha 18 anos em 15 de junho de 2015, quando foi assassinada por um grupo de rapazes. Eles a espancaram após uma discussão e briga na Zona Leste da capital.
Na mesma ação, a Defensoria também pede o pagamento de uma pensão mensal por danos materiais à família até 2062, quando a vítima completaria 65 anos se estivesse viva. O valor ainda não foi calculado.
A Polícia Civil, que investigou o caso, descartou a possibilidade de o crime ter sido motivado por transfobia. Para a investigação, Laura foi morta após se desentender com os jovens.
Dois policiais militares que atenderam a ocorrência chegaram a mentir na delegacia. Eles tentaram esconder que também haviam agredido Laura depois que ela apanhou dos rapazes. Os agentes ainda atiraram no seu braço e deixaram de socorrê-la depois que a travesti aproveitou um momento de distração deles, entrou na viatura da Polícia Militar (PM) e fugiu. Ela só parou ao bater o veículo num poste.
Segundo os agentes da PM, Laura roubou o veículo. Advogados que defendem os interesses da família de travesti contestaram essa versão. Eles alegaram que a vítima pegou o carro da corporação para fugir dos jovens agressores.
Apesar disso, a Polícia Civil concluiu que o fato de os policiais terem agredido e atirado em Laura não contribuiu para a morte da travesti. Segundo a investigação, ela foi morta pelos jovens que a agrediram antes.
Para a Defensoria, no entanto, o Estado tem de pagar indenização e pensão aos familiares de Laura porque agentes das polícias Civil e Militar, que respondem ao governo estadual, cometeram falhas e crimes durante o caso.
“O Estado, portanto, deve ser responsável por reparar a violação aos direitos dos autores, nos três eixos acima apontados (responsabilidade pelas falhas na investigação e julgamento dos crimes de falso testemunho, fraude processual, lesão corporal e omissão de socorro, cometidos pelos policiais)”, informa trecho do documento da Defensoria encaminhado à Justiça.
Procurada para comentar o assunto, a assessoria de imprensa da Procuradoria Geral do Estado (PGE) de São Paulo, que defende os interesses do governo paulista, informou que se manifestou na Justiça sobre a ação de indenização. Mas não explicou qual foi o seu posicionamento.
“A Procuradoria Geral do Estado de São Paulo informa que apresentou defesa do Estado no processo judicial”, informa nota enviada pela comunicação da PGE ao G1.
Até a última atualização desta reportagem, não havia uma decisão da Justiça a respeito da ação de indenização. O pedido da Defensoria foi feito em outubro do ano passado pelo Núcleo Especializado de Defesa da Diversidade e Igualdade Racial e pelo Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos.
“A desastrosa abordagem releva o despreparo da polícia militar para atuar na proteção de transsexuais e a natureza transfóbica da ação policial. Assim, a omissão de socorro, a agressão cometida sem justificativa contra uma vítima de violência e a latismável conduta dos policiais ao cometer fraude processual e falso testemunho, causaram danos irreparáveis à vítima e sua família“, informa o documento assinado pelos defensores Isadora Brandão Araújo da Silva, Vinicius Conceição Silva Silva, Davi Quintanilha Failde de Azevedo, Fernanda Penteado Balera e Letícia Marques Avellar.
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Fonte: G1 – Globo.
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