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Decotelli indica que racismo influenciou na sua demissão do cargo

O ex-ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli , declarou em entrevista que o racismo foi um fator determinante na sua demissão após processo de desgaste

Decotelli indica que racismo influenciou na sua demissão do cargo
Decotelli indica que racismo influenciou na sua demissão do cargo

Redação Publicado em 02/07/2020, às 00h00 - Atualizado às 10h36


“Brancos trabalham com imperfeições em currículo sem incomodar”, declarou

O ex-ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli , declarou em entrevista que o racismo foi um fator determinante na sua demissão após processo de desgaste junto ao presidente Bolsonaro e aos militares. Segundo Decotelli: ”Há muitos brancos com imperfeições em currículo trabalhando sem incomodar ninguém” .

Decotelli foi nomeado ministro na semana passada, mas pouco tempo à frente da pasta  decidiu se demitir por conta da forte pressão que recebeu por ter fraudado informações acadêmicas e profissionais em seu currículo.

O ex-ministro foi desmentido por universidades da Argentina e da Alemanha sobre os seus títulos de doutor e pós-doutor respectivamente, além de ter sido acusado de plagiar sua tese de mestrado apresentada à FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Nas redes sociais houve um debate sobre se o fato de Decotelli ser negro influenciou na pressão de que foi alvo por conta das fraudes. Usuários lembraram que outros dois ministros do governo Bolsonaro, Damares Alves da Mulher, Família e Direitos Humanos e Ricarod Salles do Meio Ambiente, também foram expostos por erros nos currículos mas se permaneceram no cargo  e não sofreram tantos ataques.

Decotelli afirma ter sido alvo de boicote da FGV por “interesses obscuros, não declarados, na intenção de apoiar outro ministro a ser indicado”. A universidade divulgou que Decotelli nunca foi professor da instituição, mas passsaram a circular nas redes fotos de homenagens da instituição a Decotelli em que chamam o ex-ministros de “professor”.

Decotelli ministrou a última aula pela  instituição,na disciplina de Administração de Recursos de Longo Prazo no MBA de Finanças, na noite de ontem.[Me sinto] Destruído e massacrado na minha integridade como professor”, disse o ex-ministro.

Em nota, a instituição declarou que Decotelli atuou apenas “nos cursos de educação continuada, como professor colaborador, nos programas de formação de executivos”.

iG

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