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De aposentados a treineiros, pessoas de todas as idades fazem o Enem

Por volta das 12h30, meia hora antes do fechamento dos portões, Suely Santos Mendonça já estava preparada para entrar para o segundo dia de prova do Exame

De aposentados a treineiros, pessoas de todas as idades fazem o Enem
De aposentados a treineiros, pessoas de todas as idades fazem o Enem

Redação Publicado em 10/11/2019, às 00h00 - Atualizado às 16h00


Suely Santos Mendonça, de 66 anos, busca vaga no curso de Letras

Por volta das 12h30, meia hora antes do fechamento dos portões, Suely Santos Mendonça já estava preparada para entrar para o segundo dia de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Aos 66 anos, a advogada aposentada resolveu voltar a estudar por ainda se sentir jovem. Ela busca uma vaga no curso de Letras.

“Gosto muito do mundo acadêmico e então agora tenho a pretensão de fazer tradução espanhol ou artes cênicas”, disse ela à Agência Brasil em frente ao local de prova, uma escola pública de Brasília. “Já tenho outras pós-graduações também, mas é bom fazer uma coisa diferente da área que a gente atuou”, acrescentou a advogada, que disse ter se preparado revisando provas antigas.

Participantes  chegam ao centro de educação de jJovens e adultos, para o segundo dia de aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ocorre neste domingo (10) à tarde, em todo o país

Participantes chegam ao centro de educação de jJovens e adultos, para o segundo dia de aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ocorre neste domingo (10) à tarde, em todo o país – Antonio Cruz/Agência Brasil

Já as amigas Luiza Guimarães e Grazi Marques, ambas de 16 anos, ainda estão no segundo ano do Ensino Médio e fazem o Enem pela segunda vez como treineiras. “Não é tanta pressão ainda, estou fazendo mesmo só para ver como é a prova”, disse Grazi, que pretende, no ano que vem, tentar uma vaga para o curso de Psicologia na Universidade de Brasília (UnB).

Aos 24 anos, Leticia Sette faz a prova pela terceira vez. Formada em Letras com especialização em japonês, ela agora deseja fazer uma segunda graduação e tentará uma vaga para o curso de Pedagogia em alguma universidade pública. Após ter gostado de seu desempenho no primeiro dia de provas, ela confessou estar mais preocupada com o segundo dia. “Não nego [risos]. Faz mais de cinco anos que realmente não estudo [exatas], porque meu curso não era focado nisso”, disse ela.

Ciências da natureza e matemática

Neste domingo (10), os participantes do Enem fazem provas de ciências da natureza e matemática. O exame é aplicado em 10.133 locais de 1.727 municípios brasileiros. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), os portões foram fechados pontualmente às 13h, com início das provas às 13h30. O exame deve ser entregue até as 18h30.

Sem ocorrências

No Twitter, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse após a abertura dos portões, ao meio-dia, que todos os exames haviam sido entregues em seus respectivos locais de provas e que nenhuma ocorrência mais grave havia sido registrada até então. “Tudo certo, zero problemas”, escreveu o ministro.

Atrasados

No Rio de Janeiro, quando faltava um minuto para o fechamento dos portões da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Mateus Soares dos Santos entrou no local para participar do segundo dia de provas do Enem.

 Fechamento dos portões do segundo dia de provas do ENEM, na UERJ

Fechamento dos portões do segundo dia de provas do ENEM, na UERJ – Fernando Frazão/Agência Brasil

O sonho de conquistar uma vaga na universidade, contudo, ficou para uma próxima vez. Morador da Taquara, na zona oeste da cidade, Mateus, de 21 anos, queria fazer o curso de publicidade, mas não conseguiu encontrar sua carteira de identidade. Ele disse aos fiscais que o RG deve ter caído da carteira quando parou na pracinha perto da Uerj para comprar água.

Outras duas candidatas, as irmãs Juliana e Mariana, identificadas somente pelo primeiro nome, vieram do Caju, na zona portuária do Rio, e optaram por pegar um ônibus que as deixou em São Cristóvão, na zona norte. Daí, decidiram ir a pé até o bairro do Maracanã, onde está situada a Uerj. Foi o bastante para chegarem atrasadas, após o fechamento dos portões.

Por Felipe Pontes – Repórter da Agência Brasil

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