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Da cobiça da Itália aos sete quilos ganhos na Inglaterra: novato na Seleção, Martinelli abre o jogo

Gabriel Martinelli tinha 18 anos e havia trocado o Ituano pelo Arsenal, da Inglaterra, há pouco mais de seis meses quando recebeu a visita em Londres de

Da cobiça da Itália aos sete quilos ganhos na Inglaterra: novato na Seleção, Martinelli abre o jogo
Da cobiça da Itália aos sete quilos ganhos na Inglaterra: novato na Seleção, Martinelli abre o jogo

Redação Publicado em 22/03/2022, às 00h00 - Atualizado às 12h06


Gabriel Martinelli tinha 18 anos e havia trocado o Ituano pelo Arsenal, da Inglaterra, há pouco mais de seis meses quando recebeu a visita em Londres de Juninho Paulista, coordenador da seleção brasileira. Era início de 2020, e a CBF queria se blindar contra a cobiça da Itália sobre o jogador, que tem dupla nacionalidade.

De lá para cá, muita coisa mudou. O ainda garoto Martinelli, hoje com 20 anos, venceu o ouro olímpico no Japão, ganhou quilos de massa muscular e se adaptou à Europa dentro e fora da campo. Graças a a tudo isso e mais um pouco, o atacante foi convocado por Tite pela primeira vez, para jogos contra Chile, nesta quinta, e Bolívia, na próxima terça.

Em entrevista ao ge, Martinelli falou sobre a chegada à Seleção, a disputa por vaga no ataque, o sonho de estar na Copa do Mundo do Catar e até o hobbie por andar de kart. Confira abaixo.

ge: Como recebeu a notícia da sua primeira convocação? Você vinha alimentando expectativa de ser convocado para a Seleção ou achava difícil, por já estarmos na reta final antes da Copa do Mundo?
Martinelli: 
–Eu tinha esperança ainda, estava dando o meu melhor no Arsenal, fazendo meu trabalho para cavar uma oportunidade. Graças a Deus, a oportunidade veio, vou tentar aproveitar da melhor maneira possível.

Você estava assistindo a convocação?
– Sim. Deu uma atrasada, e eu estava no treino. Quando cheguei em casa, passei pela porta, sentei no sofá com meu pai, e o Tite começou a falar a convocação. Fiquei muito feliz, com meu pai, meus agentes também estavam aqui. Foi um momento muito especial, por ser a primeira. Vai ficar marcada para sempre na minha memória. Como disse, vou tentar aproveitar da melhor maneira possível.

Recentemente, você esteve com auxiliares da seleção brasileira em Londres. Como foi esse encontro? Depois desse último papo, você ficou ainda mais esperançoso em ser convocado?
– Eles vieram aqui no clube, lembro que o Edu (Gaspar, executivo do Arsenal) chamou eu e o Gab (Gabriel Magalhães) na sala dele, eles estavam lá. Foi um papo super de boa, não foi muito sobre futebol, foi mais sobre o geral, como estavam as coisas, o inglês da gente, nossa adaptação, como estava o campeonato, o time… Foi um geralzão.

Apesar dessa visita recente, não é de agora que a Seleção tenta te “cercar”. Em 2020, o Juninho foi até a Inglaterra, te encontrou e manifestou interesse da CBF em contar com você. O quanto isso fez diferença para você?
– Fez uma diferença grande o Juninho vir até a minha casa e conversar comigo e com minha família. Me deixou muito feliz saber que estava no radar. Só tentei fazer meu trabalho e dar o meu melhor no Arsenal para chegar a esse momento.

Apesar desse gesto do Juninho, em entrevistas no passado você não fechava a porta para a seleção italiana. Até essa convocação do Tite, você ainda cogitava defender outro país? Ou a conquista do ouro olímpico no ano passado já tinha feito você mudar a sua cabeça?
– Eu já tinha deixado de lado isso. Como já disse outras vezes, meu sonho era jogar pelo Brasil, só estava esperando a oportunidade de jogar pelo Brasil.

Falamos sobre a seleção brasileira te “cercar”, mas queria que você contasse como isso ocorreu do outro lado, o lado italiano.
– Nenhum jogador chegou a falar comigo, só o Jorginho uma vez falou “te espero em março”, algo assim, mas ninguém falou comigo, não.

Nem mesmo dirigentes?
– Não.

Você já falou que a camisa da seleção brasileira é a maior do mundo. Qual o fascínio que a Seleção ainda causa? O que você nota com seus companheiros de time, torcedores ingleses e outras pessoas que você conhece?
– Todo mundo tem um carinho grande pelo Brasil, os jogadores do nosso time quando falam do Brasil sabem que nós tivemos muitos jogadores de qualidade e temos até hoje. O Lacazette sempre faz brincadeiras comigo e com o Gab (Gabriel Magalhães). Mesmo sendo de outros países, há esse reconhecimento pela seleção brasileira. Na minha opinião, segue sendo uma das maiores camisas do mundo.

Nesse período de Arsenal você fez gols de diferentes formas: de primeira, de direita, de esquerda, dentro da área… Embora jogue pela esquerda, você tem muita presença na área. Na Seleção, há uma concorrência grande na sua posição, o ataque. Como acha que pode contribuir com a equipe do Tite?
– Eu prefiro jogar pelos lados, o lado esquerdo especificamente. Mas também gosto de chegar bastante na área com chance de finalizar, para se a bola sobrar eu estar numa boa condição para fazer o gol. Também posso jogar no lado direito, mas minha posição preferida é na ponta esquerda, infiltrando e estando o mais próximo possível do gol.

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