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Cristiane Brasil: Uma tentativa de assassinato. De reputação.

Eram seis horas da manhã do dia 12 de junho de 2018 quando a PF invadiu meu quarto. Acordei assustada, mas afirmo que a “visita” à minha casa já era esperada

Cristiane Brasil: Uma tentativa de assassinato. De reputação.
Cristiane Brasil: Uma tentativa de assassinato. De reputação.

Redação Publicado em 15/03/2021, às 00h00 - Atualizado às 15h15


Uma tentativa de assassinato. De reputação.

Eram seis horas da manhã do dia 12 de junho de 2018 quando a PF invadiu meu quarto. Acordei assustada, mas afirmo que a “visita” à minha casa já era esperada – mas não desejada, pois há meses lideranças do PTB estavam sofrendo todo tipo de ataque e acusações, por conta do Ministério do Trabalho..

O que mais chamou minha atenção foi a data: o Dia dos Namorados. Depois que os agentes foram embora levando apenas meu celular, comecei a imaginar as razões que levaram o então relator do caso, Ministro Edson Fachin, a autorizar essa operação.

Como não havia registros de relações pessoais ou casos que pudessem ser usados contra mim, ou contra um eventual namorado ou companheiro – prática comum para denegrir a imagem de mulheres políticas, vide os casos da ex-Governadora Roseana Sarney ou da ex-senadora Marta Suplicy, resolveram invadir minha casa no Dia dos Namorados para ver se eu estava com alguém.

Fui taxada de devassa, imoral, mentirosa, corrupta, ligada a traficantes, ou “cancelada” por boa parte da opinião pública. Tive que lidar com as mentiras e cuidar da minha sanidade e da minha família, que sofreu muito com todo esse episódio.

Desde janeiro de 2018, quando fui convidada para ser ministra do ex-presidente Michel Temer, sofri perseguições de toda sorte, e um “cancelamento” público, tanto por parte da imprensa tradicional quanto pelas redes sociais. Tudo começou com um promotor de Pernambuco questionando a legalidade da minha hospedagem no hotel da FAB onde passei meu reveillon, em Fernando de Noronha, e culminou na vexaminosa “fake news” publicada pela Constança Rezende, a conhecida “filha do Chico Otávio”, de que o MPF me investigava por associação ao tráfico. Como ambas as imputações eram falsas, caíram por terra tempos depois, sem que houvesse qualquer pedido de desculpas ou desmentido público.

Na verdade tudo isso era parte de um ardil, um “modus operandis” utilizado amplamente para destruir a reputação daqueles que combatem o “sistema” da esquerdomídia tradicional, patrocinada por grupos que se locupletaram dos muitos anos do “lulopetismo cleptocrata” no Brasil.

Com êxito, esse “sistema” me impediu de ser Ministra, e acabei sendo envolvida em inquéritos penais por crimes que não existiram ou não cometi.  Além de ter sido perseguida de forma cruel por alguns veículos de imprensa durante todo o ano de 2018.  O objetivo era me fazer perder as eleições, e eles conseguiram.

Agora, para ilustrar a diferença de tratamento, vale relembrar o caso do governador João Dória. Apesar de efetivamente ter sido gravado em situação sexual promíscua, traindo sua esposa num vídeo amplamente divulgado, ele conseguiu vencer as eleições em SP. Doria é “homem”, faz parte e financia abundantemente o “sistema”.

Apesar de tudo, não me derrotaram, e não vão me calar.

Cristiane Brasil é ex-deputada federal, advogada e colunista do Diário de S. Paulo.

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