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Covid-19: Brasil, México e EUA são ameaças ao mundo, diz cientista suiço

Didier Pittet, um dos principais epidemiologistas da Europa, criticou as respostas à pandemia do Brasil, Estados Unidos e México.  Segundo ele, os

Covid-19: Brasil, México e EUA são ameaças ao mundo, diz cientista suiço
Covid-19: Brasil, México e EUA são ameaças ao mundo, diz cientista suiço

Redação Publicado em 03/08/2020, às 00h00 - Atualizado às 11h03


Segundo o epidemiologista, um período efetivo de confinamento, ainda que curto, teria mudado a trajetória dos países mais afetados

Didier Pittet, um dos principais epidemiologistas da Europa, criticou as respostas à pandemia do Brasil, Estados Unidos e México.  Segundo ele, os países “devem ser considerados como perigos para o restante do mundo” e representam uma ameaça aos países que têm conseguido controlar o vírus. Hoje, os três países contam com os maiores números de mortes no mundo.

O cientista deu atenção especial à situação brasileira. De acordo com Pittet, a resposta do governo brasileiro diante da pandemia deve ser alvo de um inquérito ou de uma avaliação. Pittet é um dos conselheiros externos da OMS e um dos principais nomes em higiene pública no mundo, tendo liderado, na Suíça, os trabalhos no Hospital de Genebra e é uma das personalidades que ajudou a democratizar o uso do gel para limpar as mãos nos últimos anos.

Apesar das críticas direcionadas ao Brasil, o epidemiologista diz que o país não foi o único a cometer grandes erros. “O presidente americano Donald Trump se comporta de uma maneira muito errada e o número de mortes nos EUA é extremamente elevado. Juntos, os dois presidentes seguiram a ideia de que a economia deveria ser a prioridade, e não a questão sanitária”, afirma.

Segundo ele, se esses países quisessem preservar a economia e as vidas, seria fundamental um período de confinamento . “Cientistas nos EUA e no Brasil alertaram sobre o possível desastre diante da falta de confinamento.”

Pittet prevê, ainda, que os Estados Unidos vão levar “muito tempo” até que haja uma diminuição significativa de infecções no país. “Os EUA pagarão por isso”, lamentou. “Os cientistas americanos são excelentes e avisaram da tragédia que estava chegando. Mas o presidente optou por não ouvir”, continuou.

Para o epidemiologista, um confinamento eficiente, ainda que por um curto período, teria ajudado a “mudar a trajetória da crise”. “Por esse motivo, deve haver um inquérito”, defendeu. “Deve haver uma missão ou comissão ou avaliação. O sistema de saúde poderia ter tido uma melhor resposta se não fosse saturado pelo número de casos”, completou.

iG

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