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Corinthians indica saída de trio em junho e diz já ter reduzido R$ 2 milhões na folha salarial

A diretoria de futebol do Corinthians, composta pelo gerente Alessandro Nunes e pelo diretor Roberto de Andrade, foi à sala de imprensa do CT Joaquim Grava,

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Redação Publicado em 09/04/2021, às 00h00 - Atualizado às 16h13


Jemerson, Otero e Cazares devem sair do Timão; veja como foi a entrevista da diretoria de futebol

A diretoria de futebol do Corinthians, composta pelo gerente Alessandro Nunes e pelo diretor Roberto de Andrade, foi à sala de imprensa do CT Joaquim Grava, nesta sexta-feira, falar sobre o presente e o futuro do Timão na atual temporada.

Entre os assuntos abordados, Roberto e Alessandro responderam abertamente sobre qual será o destino do trio Cazares, Otero e Jemerson no clube (os contratos do trio terminam no meio do ano), a confiança no técnico Vagner Mancini e a possibilidade da chegada de reforços.

– Sobre Jemerson, Otero e Cazares, não estamos tratando neste momento de nenhuma renovação. São atletas que temos total respeito pelo futebol, caráter e profissionalismo. O contrato é curto, mas ainda vigente. Parte comercial e renovação não tratamos neste momento. Estamos buscando diminuir custos no futebol. Se tivesse tratando de renovação expressiva agora, não teríamos reduzido os 25% neste momento. O momento é duro, difícil e precisamos ter bastante serenidade e segurança para fazer qualquer renovação – disse Alessandro, indicando que não haverá renovação.

O vínculo dos três acaba no dia 30 de junho e, como a diminuição da folha salarial se tornou prioridade, a manutenção do trio no elenco corintiano pode não acontecer no segundo semestre.

De acordo com Roberto, as negociações tanto para a chegada quanto para a saída de jogadores estão paradas. Não há conversas com ninguém.

– Nestes primeiros três meses, a gente teve uma redução de 25% no total das despesas, tiramos perto de R$ 2 milhões por mês da folha. Tudo isso você acumula gordura para em algum momento voltar com algum valor na folha de um jogador que traga qualidade. Mas não queremos mais trazer o “vamos ver se vai dar certo”. O talvez dê certo a gente vai evitar. Ou traz alguém que tenha certeza que dará qualidade no elenco. Para ver se vai dar certo, estamos com os meninos para formar um time forte para brigar pelos títulos – disse Roberto, sobre a chance de reforços.

Veja outros pontos da entrevista de Alessandro Nunes e Roberto de Andrade:

Dirigir o Corinthians em crise financeira (Roberto)
– Ser diretor do Corinthians é sempre prazeroso, independente do momento financeiro. É um desafio, nos faz ter maturidade, procurar novos caminhos. O mercado estamos sempre monitorando,com dinheiro para comprar ou sem, sempre olhando a disponibilidade, quem poderia nos ajudar. O que fizemos de planejamento para 2021 seria não gastar. Vamos tentar neste primeiro semestre incorporar 20 atletas da base, com idades de 17, 18, 20 e 21. Podemos achar um time neste universo que a gente pode se dar bem e fazer bom campeonato. Não nos impede de dali na frente trazer alguém para agregar qualidade. É um momento diferente, em algum momento tinha de acontecer, brecar algum gasto que nos deixaria em situação um pouco pior. Qualquer contratação você traz valor para a folha.

Por que no Santos garotos se adaptam tão rápido? (Alessandro)
– Acho bastante pertinente a sua pergunta, mas não gostaria de comparar com outros clubes que usam mais a base do que o Corinthians. Entendo que o processo deva ser desta forma que estamos fazendo. Diminuímos a folha, emprestamos alguns atletas, automaticamente dando mais espaço aos meninos da base. Temos mais de 50% do elenco hoje com atletas oriundos da base. A gente faz a mesma pergunta: quando vai jogar? Quando vai ter a oportunidade? É a expectativa do torcedor. Aqui esperamos o processo natural deles. Varanda foi titular nos últimos seis jogos, Mancini dará oportunidade a outros. Estamos vivenciando duas semanas de trabalho e esperando a retomada das competições. É um processo seguro, o que o campo mostrar para o treinador ele vai fazer.

Começo dos garotos no profissional (Alessandro)
– A resposta de todos os atletas tem sido muito boa, uns mais outros menos, às vezes um entende mais rápido, mas todos os atletas estão aproveitando muito bem esse período de trabalho forte e intenso. A resposta tem sido muito positiva.

Chegadas e saídas (Roberto)
– O futebol está sempre aberto a receber algum jogador que tenhamos interesse como para sair. Futebol é dinâmico. Neste momento não temos nenhuma negociação em andamento nem chegando e nem saindo. Está adormecido. Mas não impede que saindo ali o celular toque. Se for bom para clube, para o atleta, a negociação está feita. Futebol hoje o jogador está aqui e amanhã pode estar em outro lugar.

Possibilidade de contratações (Alessandro)
– O Corinthians vai estar sempre preparado para boas oportunidades. Hoje o estado atual é esse, a gente procura enxugar nossa folha e assim fizemos, vamos dar continuidade, mas isso não impede que amanhã possamos ter outros atletas, Mancini já falou isso. Tem que ter uma oportunidade de um perfil qualificado para chegar e vestir a camisa, que a parte comercial seja importante, que não fuja da redução salarial. A camisa e o clube são grandes, não podemos fechar portas para saídas ou chegadas, isso é muito natural

Avaliação do trabalho de Vagner Mancini (Alessandro)
– Ficamos descontentes com o que fizemos em campo, não produzimos um futebol eficiente como queríamos que fosse. Não é só da área técnica, é a entrega dos jogadores ao que o corpo técnico pede. Presenciamos duas boas semanas de trabalho, o trabalho é bem conduzido, a confiança é com todos. Entendemos que deixamos a desejar nos últimos jogos e todo mundo fica descontente: nós, a comissão e os atletas

Trabalho de consultoria da Falconi (Roberto)
– A empresa foi contratada para fazer uma consultoria administrativa e financeira. Isso se refere aos processo internos, melhorias. Toda a parte de negociação do futebol, contratos feitos, quem determina é a comissão técnica do profissional ou sub-23 por decisões técnicas. Não tem interferência nenhuma da Falconi.

Dá para brigar por títulos? (Alessandro)
– Isso precisamos construir no dia a dia, não posso chegar e dizer que seremos campeões. De uma maneira geral, precisamos construir isso com racionalidade financeira, equilíbrio e oportunidades. Estamos num momento de reconstruir diversas áreas do futebol e estamos fazendo isso para ter confiança para dar o próximo passo. Queremos títulos, mas precisamos construir isso.

Com grupo recebe as críticas de Mancini? (Alessandro)
– O grupo e os atletas de futebol têm de se preparar para a maneira como o treinador conduz, pela forma de fazer sua cobrança. Cada um tem um perfil e cabe aos atletas se adequar. Vamos seguir o que ele nos orientar e pedir e assim prosseguiremos na evolução. É a maneira e o método muito eficaz do Mancini, uma pessoa muito equilibrada, os atletas entendem o que ele pede, ele dá abertura. Digo com certeza que os atletas se sentem bem nas abordagens dele

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Fonte: GE – Globo Esporte.

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