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Corinthians evita exposição de Sheik após semana delicada do atacante

Os últimos dias não foram fáceis para Emerson Sheik. Na quarta-feira, dois minutos após entrar em campo, o atacante foi expulso sem nem sequer ter tocado na

Corinthians evita exposição de Sheik após semana delicada do atacante
Corinthians evita exposição de Sheik após semana delicada do atacante

Redação Publicado em 04/05/2018, às 00h00 - Atualizado às 20h22


Os últimos dias não foram fáceis para Emerson Sheik. Na quarta-feira, dois minutos após entrar em campo, o atacante foi expulso sem nem sequer ter tocado na bola na derrota do Corinthians para o Independiente. Já na quinta, ele foi citado em uma delação premiada da operação “Câmbio, desligo”, que investiga esquema de venda de dólares.

A fim de amenizar o momento ruim, jogadores do Corinthians saíram em defesa do companheiro em entrevistas e transmitiram apoio no CT Joaquim Grava. Foram os casos de Balbuena e Gabriel, por exemplo.

O técnico Fábio Carille, por sua vez, teve uma conversa reservada com o atacante, mas não precisou repreendê-lo, já que o veterano desde o início admitiu ter errado na partida contra o Independiente (como já havia feito em sua conta no Instagram).

Sheik foi expulso com menos de dois minutos em campo (Foto: Miguel Schincariol/Estadão Conteúdo)

Sheik foi expulso com menos de dois minutos em campo (Foto: Miguel Schincariol/Estadão Conteúdo)

Tanto na entrevista após o jogo contra os argentinos, pela Libertadores, como nesta sexta-feira, quando falou com a imprensa no CT, Carille evitou criticar Sheik. Primeiro, ele afirmou que gostaria de ver melhor a jogada em que o atacante foi expulso. Depois, limitou-se a dizer:

– Já vi (o lance) e já está tudo resolvido. Errou, a gente já conversou, e está tudo resolvido.

Sobre o fato de o atacante ter sido citado em uma operação que é desdobramento da Lava-Jato, Carille se esquivou:

– É muito pessoal, nunca me coloquei numa situação de ter que falar com o Emerson ou qualquer atletas sobre problemas pessoais. Tenho medo de conversar com ele e acabar atrapalhando ainda mais a minha cabeça (risos). Deixa ele, que é bem resolvido, sabe bem de todas as situações. Se é verdade ou mentira, não somos nós que vamos julgar.

Sheik não pretende se pronunciar sobre a ação conjunta da Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público Federal, já que ele não está entre os investigados. Segundo pessoas próximas ao jogador, ele está “surpreso, mas tranquilo” quanto ao fato de ter sido citado na delação.

O jogador de 39 anos não foi a campo nesta sexta-feira. Segundo Carille, Sheik ficou trabalhando na academia e está relacionado para a partida contra o Ceará, domingo, às 11h, em Itaquera.

Câmbio, desligo

Segundo o doleiro Claudio Barboza, o Tony, Sheik realizou com a ajuda de um operador brasileiro e do próprio Tony uma transação a partir de uma conta na Ásia vendendo US$ 500 mil (R$ 1,7 milhões na cotação atual) para receber o montante em reais no Brasil. O jogador também aparece nas delações de Vinicius Claret, o Juca Bala, sócio de Tony.

O atleta, porém, não é alvo da operação, que cumpriu 45 mandados de prisão na última quinta-feira no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, além de Paraguai e Uruguai.

Os suspeitos integravam um sistema chamado Bank Drop, em que doleiros remetiam recursos ao exterior através de uma ação conhecida como “dólar-cabo”.

Trata-se de um câmbio que envolve depósitos em contas em diferentes países, mas o dinheiro não é rastreável pelo Banco Central: doleiros recebem no Brasil e compensam em contas no exterior. Por não haver remessa, muito menos registro, o montante escapa das autoridades e dos impostos.

Segundo a polícia, eram três mil empresas offshore em 52 países, que movimentavam US$ 1,6 bilhão (R$ 5,6 bilhões). As empresas ficam em paraísos fiscais e são usadas para ocultar o verdadeiro dono do patrimônio depositado em uma conta.

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