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Copom endurece tom e deixa espaço para alta mais rápida dos juros, dizem analistas

Em tom mais duro, o Comitê de Política Monetária (Copom) prepara o cenário para elevações mais rápidas da taxa básica de juros do país no ano. Essa é a

Copom endurece tom e deixa espaço para alta mais rápida dos juros, dizem analistas
Copom endurece tom e deixa espaço para alta mais rápida dos juros, dizem analistas

Redação Publicado em 17/06/2021, às 00h00 - Atualizado às 08h22


Em tom mais duro, o Comitê de Política Monetária (Copom) prepara o cenário para elevações mais rápidas da taxa básica de juros do país no ano. Essa é a avaliação de economista consultados pelo G1 sobre a elevação da taxa Selic de 3,5% para 4,25% ao ano, anunciada nesta quarta-feira (16).

O novo valor é o maior nível para os juros desde o final de 2019. De acordo com o boletim Focus, a previsão é de que a Selic termine 2021 em 6,25% ao ano, o que representará, se confirmado, uma forte puxada em relação aos 2% ao ano registrados no começo de 2021.

A alta tem como plano de fundo a disparada dos índices de inflação. Em maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 8,06% em 12 meses, muito acima da meta que vai de 2,25% a 5,25% em 2021. Em comunicado divulgado pelo Banco Central (BC), o Copom deixa claro que as preocupações se voltaram para a inflação de 2022.

O texto ressalta que os riscos para a recuperação econômica brasileira reduziram-se “significativamente”, mas há possíveis choques inflacionários de curto prazo – como uma alta de preços de energia com intensificação de uma possível crise hídrica e reação do setor de serviços pós-vacinação – que continuam no radar.

A elevação de juros, contudo, leva em conta uma “persistência da pressão inflacionária”, que “revela-se maior que o esperado, sobretudo entre os bens industriais”. O Comitê dá recado de que questionamentos sobre “a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas” podem elevar mais rápido a taxa de juros da economia.

“Para a próxima reunião, o Comitê antevê a continuação do processo de normalização monetária com outro ajuste da mesma magnitude. Contudo, uma deterioração das expectativas de inflação para o horizonte relevante pode exigir uma redução mais tempestiva dos estímulos monetários”, diz o comunicado.

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G1

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