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Conselho prepara manual para retorno ao trabalho de oftalmologistas

Com o retorno gradual das atividades para alguns serviços nos estados e municípios, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) elaborou manual com normas de

Conselho prepara manual para retorno ao trabalho de oftalmologistas
Conselho prepara manual para retorno ao trabalho de oftalmologistas

Redação Publicado em 18/06/2020, às 00h00 - Atualizado às 15h26


Normas atendem médicos, técnicos e pacientes

Com o retorno gradual das atividades para alguns serviços nos estados e municípios, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) elaborou manual com normas de segurança tanto para os profissionais como para os pacientes que precisam de atendimentos médicos presenciais nessa nova etapa de combate à covid-19.Conselho prepara manual para retorno ao trabalho de oftalmologistas

Na avaliação do oftalmologista Pedro Carricondo, Tesoureiro do CBO e coordenador do grupo de médicos do Norte ao Sul do Brasil, que elaborou o manual, “é muito importante, dentro das condições que nós temos hoje, tentar garantir que o máximo de ações seja padronizado, tentando reduzir risco para todos os lados”.

O CBO reconhece que é necessário redobrar a atenção no contato entre médicos e pacientes, tendo em vista que a região dos olhos é vulnerável em relação à transmissão do vírus. Embora a covid-19 seja uma doença muito nova e da qual a medicina sabe pouco ainda, Pedro Carricondo disse que já se comprovou que existe uma carga viral infectante na lágrima. “Por isso são tão importantes esses cuidados todos para o paciente não contaminar o médico e para este não servir de vetor para a contaminação dos seus pacientes”.

Aproximação

Pedro Carricondo observou que o exame oftalmológico requer uma aproximação muito grande do médico com o paciente. “Você fica ali a 40 centímetros do rosto do paciente”, disse ao destacar a importância das medidas de prevenção recomendadas pelo CBO.

Como a pessoa, durante o exame oftalmológico, encosta no aparelho, é necessário que seja feita higienização diferenciada do equipamento no intervalo dos pacientes, recomendou o médico. Segundo Carricondo, seguir as normas do manual vai facilitar a vida do médico, das pessoas que ajudam o médico e oferecer maior segurança também aos pacientes.

O oftalmologista Rubens Belfort, presidente da Academia Nacional de Medicina (ANM), salientou a oportunidade de criação do manual pelo CBO que, segundo ele, representa “o melhor da nossa oftalmologia” e sempre age conjuntamente com a Associação Pan-americana de Oftalmologia e a Academia Americana de Oftalmologia.

De acordo com Belfort, estamos vivenciando um momento difícil no Brasil com a pandemia do novo coronavírus (covid-19). “É uma transição longa, mas as pessoas têm que retomar e fazê-lo com todo cuidado. Essa é a mensagem que eu vejo do CBO”.

Boas condutas

O manual de boas condutas para a retomada das atividades eletivas em oftalmologia indica ações que deverão ser executadas pelos oftalmologistas no atendimento aos pacientes e nas cirurgias eletivas, enquanto durar a pandemia. Uma delas é a necessidade de uso de protetores oculares e faciais para os médicos e trabalhadores nas clínicas de saúde; outra é o uso obrigatório de máscaras pela equipe médica, funcionários e pacientes, assim como a adoção das medidas higiênicas, com uso de álcool gel permanente.

As pessoas idosas, em especial, que costumam apresentar problemas de visão, devem evitar ir acompanhadas à consulta por mais de uma pessoa. A orientação é que levem apenas uma pessoa para permanecer na recepção com elas. “A nossa recomendação é para tentar evitar aglomeração na sala”.

Segundo Carricondo, a maior parte das clínicas de olhos está trabalhando com equipe reduzida de funcionários entre 30% e 40% da capacidade, com intervalos maiores entre os pacientes e limpeza adequada do ambiente, mantendo ainda distanciamento das pessoas na recepção.

Todos os profissionais de saúde precisam aferir e registrar temperatura corporal e notificar o aparecimento de quaisquer sintomas sugestivos de covid-19; não utilizar adornos e manter o cabelo preso ao sair de casa; usar roupas e calçados exclusivos para atividades na instituição de oftalmologia, que sejam trocados diariamente; usar o protetor de respiração do biomicroscópio.

Para o pessoal que atua na recepção das clínicas, auxiliares de enfermagem e serviços gerais, o manual sugere o uso da face shield (máscara protetora facial de plástico). Deve haver disponibilização de álcool gel para pacientes, acompanhantes e colaboradores, e que esses higienizem as mãos ao chegarem na clínica.

De acordo com o manual, deve-se ainda evitar, se possível, confinamento dos pacientes, acompanhantes e colaboradores em ambientes fechados ou climatizados por ar condicionado. Recomenda-se manter as janelas abertas e o ambiente o mais arejado possível, com a acomodação das pessoas no recinto de maneira a manter a distância de segurança recomendada em locais fechados, que é de um metro entre cada uma.

Suspeitas de covid-19

Embora todos as pacientes devam usar máscara durante o atendimento médico, essa recomendação se faz ainda mais necessária para os pacientes confirmados ou com suspeita de covid-19, aponta o manual.

Para os profissionais de saúde, é indicado também o uso de máscara cirúrgica, além de óculos de proteção ou face shields, luvas e gorro.

Outra recomendação é a colocação de barreira de proteção respiratória alocada na lâmpada de fenda ou biomicroscópio ocular, que é um instrumento usado por oftalmologistas para avaliação do meio ocular.

“O manual recomenda, quando possível, a utilização de avental descartável, mas não é obrigatório”, disse Pedro Carricondo.

Agência Brasil

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