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Confundido com suspeito, vendedor adesiva carro: ‘Não sou o agressor”

O verdadeiro agressor, de 40 anos, chegou a ser preso no dia 20 de setembro, mas foi solto um dia depois após pagar R$ 7 mil de fiança. Com ameaças constantes

Confundido com suspeito, vendedor adesiva carro: ‘Não sou o agressor”
Confundido com suspeito, vendedor adesiva carro: ‘Não sou o agressor”

Redação Publicado em 06/10/2016, às 00h00 - Atualizado às 19h05


Ele tem mesma profissão, carro e fisionomia de homem que agrediu criança.
Em setembro, outro vendedor de ovos de Tubarão, SC, foi preso e liberado.

Um vendedor de ovos sofre ameaças de moradores de Tubarão, no Sul do estado, por ter a mesma profissão, modelo de carro e se parecer fisicamente com um homem que foi preso na cidade, em setembro, após ser filmado enquanto agredia o então enteado de 3 anos com um pedaço de madeira.

O verdadeiro agressor, de 40 anos, chegou a ser preso no dia 20 de setembro, mas foi solto um dia depois após pagar R$ 7 mil de fiança. Com ameaças constantes e dificuldade para conseguir trabalhar, Rodnei Manoel Mendes, de 36 anos, mandou adesivar na última sexta-feira (30) o carro que usa para trabalhar com os dizeres: “Por favor, não me confunda. Eu não sou o agressor”.

“Eles são, de fato, muito parecidos fisicamente e trabalhavam ambos em Tubarão. Têm a mesma profissão, vendem ovos na rua, e o homem que foi preso também tinha o mesmo veículo, uma Fiorino. Mas nós temos informações de que o investigado está morando em outro estado. Eles não são a mesma pessoa”, disse a delegada da Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso de Tubarão, Vivian Garcia Selig, que acompanhou o caso.

Há três semanas, Rodnei Manoel Mendes procurou a Polícia Civil para denunciar situação e pedir ajuda para não ser mais confundido. Segundo ele, os próprios clientes começaram a acusá-lo. Ele diz já ter sido ameaçado com um pedaço de telha e pau, mas não chegou a ser agredido.

“Por onde eu passava, as pessoas começavam a apontar para mim, me xingar. Eu tentava me defender, mostrar meus documentos para verem que eu não era o homem que bateu na criança. Alguns até me defendiam, mas a grande maioria começou a me boicotar”, diz Rodnei.

O homem conta que, antes de o vídeo viralizar nas redes sociais, costumava vender 30 caixas de ovos por semana. “Na última semana não foram nem cinco caixas na rua. Se eu não tivesse contrato com restaurantes, estaria perdido. Minha única fonte de renda é a venda de ovos”, explica.

O vendedor conta que a confusão afeta a vida de toda a família, não apenas na questão financeira, mas emocionalmente.  Ele é casado e tem dois filhos. O vendedor busca divulgar para o maior número de pessoas o engano. “Só quero poder trabalhar e ter uma vida normal, não cometi nenhum crime”, fala.

Polícia ainda investiga agressão
Já o caso do verdadeiro suspeito continua sendo investigando pela polícia. Conforme a delegada Vivian, o inquérito da agressão foi encaminhado para a Polícia Civil de Imbituba. As filmagens ocorreram há cerca de sete meses na cidade de Imbituba, onde a família morava na época.

Uma irmã do menino, de 2 anos, aparece nas imagens assistindo às agressões. Parentes e amigos da família devem ser ouvidos para averiguar se o homem agredia mais menores.

“A mãe relatou que ela mesma gravou o vídeo e só não o divulgou antes por medo, pois era vítima de violência. A madeira usada para bater no garotinho era parte de uma caixa de fruta”, relatou a delegada.

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