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Como Neymar deu passo atrás e transformou-se no camisa 10 de fato e de direito da Seleção de Tite

Com seus poderes de arco e flecha - cada dia mais arco, porém, como vai ver mais abaixo na seleção de lances que o ge preparou -, Neymar já fez diversas

NEYMAR
NEYMAR

Redação Publicado em 13/06/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h43


Adversária na estreia da Copa América, Venezuela nunca foi derrotada pelo camisa 10 da Seleção

Com seus poderes de arco e flecha – cada dia mais arco, porém, como vai ver mais abaixo na seleção de lances que o ge preparou -, Neymar já fez diversas vítimas pela seleção brasileira. Na América do Sul, quase todos os rivais já sofreram com o camisa 10… menos um. Justamente a Venezuela, adversária deste domingo, às 18h, no Mané Garrincha, em Brasília, na estreia na Copa América.

Desde 2010, quando estreou na Seleção, Neymar disputou 104 jogos, marcou 66 gols e deu 45 assistências. Neste período, derrotou oito dos outros nove filiados à Conmebol além do Brasil: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai.

Contra a Venezuela, porém, o atacante passou em branco e não conseguiu ganhar o único duelo disputado: empate em 0 a 0, na Copa América de 2011.

Neymar contra Equador e Paraguai

Nos outros embates do Brasil com a Vinotinto depois disso Neymar não esteve em campo. Veja:

  • Copa América de 2015: cumpriu suspensão automática porque foi expulso na partida anterior. Esse mesmo cartão vermelho rendeu ao jogador gancho de quatro jogos que o tirou da segunda rodada das Eliminatórias para a Copa da Rússia, diante da Venezuela.
  • Por suspensão, o camisa 10 também perdeu a partida de 2016 na Copa América.
  • Já nos últimos dois confrontos, em 2019 (Copa América) e 2020 (Eliminatórias 2022), o camisa 10 da Seleção foi desfalque por lesão.
Neymar tenta vencer a Venezuela pela primeira vez — Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Neymar tenta vencer a Venezuela pela primeira vez — Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Para tentar quebrar o tabu pessoal, Neymar chega embalado. Ele participou dos quatro gols da Seleção nos últimos dois jogos, diante de Equador e Paraguai, marcando um e dando passe para outro em cada um deles. O desempenho nessas Eliminatórias é ainda melhor do que nas últimas, tanto para a equipe 100% quanto para Neymar.

  • Nas Eliminatórias de 2018 Neymar marcou seis gols em 14 jogos na classificação para a Rússia. Nenhum passe para gol;
  • Para a Copa de 2022, em apenas quatro jogos, marcou cinco gols. E deu quatro assistências.

É a isso que Tite se refere quando fala em arco e flecha. A capacidade de preparar e também concluir as jogadas, virtudes que o treinador tenta potencializar no jogador escalando-o mais centralizado e livre para se movimentar. O posicionamento do jogador, próximo de completar 30 anos, também mudou sensivelmente. Veja mais abaixo os mapas de calor mais recentes.

É comum o jogador pegar a bola até antes da linha central para procurar tabelas ou livrar-se do primeiro marcador com drible. Ele ampliou sua área de jogo, deslocando-se mais, temporada a temporada, da esquerda um pouco mais para o centro. Embora ainda seja o lado esquerdo seu preferido do campo.

– Essa área de ação mais ampla dá a ele uma possibilidade criativa maior. Ele, por ser ambidestro, tem a rapidez de raciocínio com os dois pés. Te dá passe de direita, de esquerda, passe que fura linha, passe cavado, inversão, finalização de média distância… que ele tenha a luz de cada vez mais amadurecer. Mas ele também tem entendido que a força dele é do conjunto, para que ele possa aparecer. No último jogo fizemos um gol e é ele quem dá o gatilho. O primeiro atleta que fez pressão quando perdeu a posse foi o Neymar. Isso faz com que a gente recupere a posse no campo adversário e aconteça o gol – comentou Tite, sobre o gol de Paquetá contra o Paraguai.

Essa mudança de atacante para meia-atacante também atende urgência na Seleção. Tem a ver com oportunidade e necessidade.

  • Primeiro, Neymar abre espaço para outro jogador aberto pela esquerda – seja ele um lateral, como é o caso de Renan Lodi, ou de atacante, como na última partida com Richarlison ou Everton Cebolinha.
  • E mais, ocupa espaço e função de dificuldades para Tite. Por ali, Tite já teve Coutinho, que se lesionou bastante nos últimos tempos, e experimenta, do outro lado, Everton Ribeiro e Paquetá.

– Por ser um penúltimo (atacante), ele tem capacidade criativa e mobilidade extraordinária. Abrir o campo para ele desenvolver o talento não é uma atribuição de inteligência, é uma coerência. E o futebol dele foi se apresentando e evoluindo ao longo do tempo – comentou Tite.

O treinador da Seleção fez breve repassada na trajetória de Neymar. Observou que no Barcelona era atacante de beirada, porque tinha Iniesta e Xavi como jogadores centrais. No PSG, existe a primeira mudança mais visível na sua posição original.

– Ele começa a trabalhar mais atrás porque tem M’Bappé e Icardi e começa a desenvolver outras características. Na frente (na Seleção) tem Richarlison, Vini Junior, Cebolinha, Gabriel Barbosa, Gabriel Jesus, que são de penúltima e última bola, aí usa ele para construir, para que seja arco e flecha, dando essa liberdade e mobilidade – disse o técnico da Seleção.

À esquerda, mapa de calor de Neymar em quatro jogos das Eliminatórias de 2022. Na direita, pelas Eliminatórias de 2018 — Foto: Reprodução site "Sofascore"

À esquerda, mapa de calor de Neymar em quatro jogos das Eliminatórias de 2022. Na direita, pelas Eliminatórias de 2018 — Foto: Reprodução site “Sofascore”

Neymar em movimentação na última Liga dos Campeões. À direita, na Champions de 2018/2019 — Foto: Reprodução site "Sofascore"

Neymar em movimentação na última Liga dos Campeões. À direita, na Champions de 2018/2019 — Foto: Reprodução site “Sofascore”

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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