Apesar de pouco conhecidas, as doenças oftalmológicas em cães são bastante comuns e, quando tratadas de forma incorreta ou em estágios avançados, podem levar
Redação Publicado em 03/08/2017, às 00h00 - Atualizado às 09h46
Apesar de pouco conhecidas, as doenças oftalmológicas em cães são bastante comuns e, quando tratadas de forma incorreta ou em estágios avançados, podem levar à cegueira. Por isso, ressalta o médico veterinário Dr. Alex Moreira da Cunha Carvalho, de Sorocaba (SP), os donos precisam estar sempre atentos a qualquer alteração nos olhos dos bichinhos.
A melhor forma de evitar problemas é adquirir o hábito de olhar diretamente nos olhos do pet com frequência. “Note se é um olho ‘vivo’, ou seja, um olho que brilha e não está avermelhado ou com secreção. Isso ajudará a saber quando algo estiver diferente do normal, buscando ajuda o quanto antes”, explica. A higiene dos olhos deve ser feita com soro fisiológico e gaze. Uma vez aberto, o produto precisa ser mantido na geladeira e, depois de três dias, descartado.
Além da vermelhidão e da secreção ocular, que pode ser pus ou acastanhada, os animais costumam apresentar lacrimejamento excessivo, coceira, dificuldade para abrir os olhos e manchas amarronzadas nos pelos no canto dos olhos próximo ao focinho. “Dizem que estas manchas são normais em algumas raças, mas isso é um mito”.
Todos estes sintomas podem ser reflexo de alguma doença geral, como a doença do carrapato, ou podem estar relacionados aos próprios olhos, como problemas palpebrais, problemas envolvendo a produção e a qualidade da lágrima, úlceras de córnea, alterações na lente do olho (catarata ou luxação da lente) e, até mesmo, variações da pressão do olho: glaucoma, que é o aumento da pressão intraocular; ou uveíte, no caso da diminuição da pressão intraocular.
Algumas raças possuem predisposição a doenças oculares e, de acordo com o especialista, precisam de atenção extra. É o caso do pug, que tem o crânio pequeno em relação aos olhos; do sharpei, que possui excesso de pele, provocando lesões e dificuldade para abrir os olhos; e dos cães grandes e gigantes com lesões palpebrais que levam à produção de secreção purulenta amarelo esverdeada.
Além disso, os problemas oftálmicos podem ser causados por diversos fatores relacionados às pálpebras, cílios, córneas, lentes e ao fundo do olho, como alterações, reviramentos, nódulos malignos e benignos, úlceras (desde ‘olhos secos’ até traumas), cistos, inflamações, catarata, esclerose, luxações, descolamentos de retina e tumores.
Assim que os donos notarem alguma alteração nos olhos do bichinho, o melhor a fazer é colocar o colar elizabetano imediatamente para evitar que o animal se machuque coçando os olhos se algo estiver incomodando. “Uma alternativa para tentar minimizar a inflamação é a compressa gelada de água filtrada ou soro fisiológico com gaze, nunca utilize algodão”, continua.
Se notar que nada melhora, procure um profissional da área de oftalmologia veterinária para evitar que o olho inflamado provoque cegueira e outros problemas associados. “Muitos dos casos podem ser solucionados se buscar ajuda o quanto antes. Não esperem o fim para buscar o começo, pois pode ser tarde para um olho”.
O tratamento especializado, lembra Alex, pode tratar o animal de forma mais profunda, buscando as melhores respostas para o problema. “Em casos de emergência, as doenças oftálmicas não devem ser tratadas como algo normal, o que pode potencializar os sintomas e aumentar o risco de perfuração nos olhos”, completa o veterinário.
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