A Comissão Jurídica do Senado americano aprovou, nesta sexta-feira (28), por 11 votos a 10, a indicação de Brett Kavanaugh, acusado por três mulheres de má
Redação Publicado em 28/09/2018, às 00h00 - Atualizado às 17h53
A Comissão Jurídica do Senado americano aprovou, nesta sexta-feira (28), por 11 votos a 10, a indicação de Brett Kavanaugh, acusado por três mulheres de má conduta sexual, a uma vaga na Suprema Corte dos Estados Unidos. A sua indicação agora prossegue para o plenário da casa. No entanto, durante a sessão, o senador republicano Jeff Flake (Arizona), que tinha um voto decisivo para a aprovação, pediu que a votação no plenário, que estava prevista para terça-feira (2), fosse adiada em uma semana para que o FBI possa investigar as alegações contra o juiz.
“Devemos fazer o que pudermos para garantir que realizamos toda as devidas diligências para uma indicação tão importante”, disse Flake. “Este país está sendo destruído aqui”. pediu uma investigação “limitada no tempo e com escopo das alegações atuais [contra Kavanaugh].”
O senador do Texas John Cornyn, da liderança republicnaa, disse algum tempo após o encerramento da sessão que a investigação adicional de até uma semana deverá ocorrer e que no sábado haverá uma votação processual que definirá como continuará o processo de confirmação de Kavanaugh.
O presidente americano Donald Trump, que tem defendido seu indicado Kavanaugh “até o fim”, disse que a decisão sobre o que fazer cabe ao Senado, e que tem certeza de que a casa fará “um bom trabalho”.
Na quinta-feira (27), o comitê ouviu uma das acusadoras, a professora de psicologia Christine Blasey Ford, que contou ter sido agarrada por Kavanaugh durante uma festa na década de 1980. Ela afirmou que ele tentou tirar sua roupa à força e que acreditou que ele tinha a intenção de estuprá-la. Na época do caso relatado, Christine tinha 15 anos, e ele tinha 17.
Em seguida, o magistrado de 53 anos se defendeu das acusações.
“Não questiono que a doutora Ford tenha sido atacada sexualmente por alguém em algum lugar em algum momento. Mas não por mim. Nunca ataquei ninguém”, afirmou.
O indicado pelo presidente Donald Trump se diz alvo do ódio contra chefe de estado americano. Na sua análise, democratas querem “detoná-lo e derrubá-lo” e o processo de confirmação para a Suprema Corte virou uma “desgraça nacional”.
Após a audiência, Donald Trump reiterou seu total apoio ao seu indicado à Suprema Corte. “O juiz Kavanaugh mostrou à América exatamente por que o indiquei. Seu testemunho foi poderoso, honesto e cativante. O Senado precisa votar!”, afirmou Trump no Twitter.
Os democratas vêm pedindo uma investigação independente das acusações contra Kavanaugh. Embora tenham prometido investigá-lo, os republicanos não endossam a proposta de uma investigação externa.
A votação no Comitê Jurídico foi um primeiro passo para a confirmação (ou não) do indicado do presidente Donald Trump. Nessa etapa, os senadores poderiam recomendar a candidatura do magistrado, rejeitar ou simplesmente aprovar sem dar nenhuma recomendação ao plenário.
Os depoimentos de quinta-feira causaram divergências entre os próprios republicanos e vários deles ainda não revelaram seus votos. Alguns dos indecisos fizeram uma reunião privada após as declarações de Ford e Kavanaugh.
Os Estados Unidos acompanham com atenção a disputa travada entre democratas e republicanos pela maioria na Suprema Corte – instância composta por nove juízes e que decide questões fundamentais para a sociedade americana.
Caso substitua Anthony Kennedy, Kavanaugh deve adotar posturas mais conservadoras em temas como casamento entre pessoas do mesmo sexo, pena de morte e prisão em solitária, ação afirmativa, leis ambientais e aborto.
Kennedy, apesar de também ser conservador, tomava decisões progressistas em temas sociais. Seu voto foi determinante, por exemplo, para legalização do casamento homossexual, em 2015.
Caso o nome de Kavanaugh seja rejeitado ou substituído, e as eleições legislativas de novembro resultem em uma maioria democrata, o processo deve se alongar para além de 1º de janeiro, quando assume a nova legislatura. Nesse caso, Trump terá dificuldades em aprovar um nome mais radical.
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