O Ministério Público do Rio Grande do Norte, em um trabalho conjunto com as polícias Civis de Goiás e do Rio de Janeiro, conseguiu localizar um homem acusado
Redação Publicado em 11/10/2018, às 00h00 - Atualizado às 15h12
O Ministério Público do Rio Grande do Norte, em um trabalho conjunto com as polícias Civis de Goiás e do Rio de Janeiro, conseguiu localizar um homem acusado de matar uma publicitária em Natal – crime ocorrido há 21 anos. A prisão, ainda de acordo com o MP, foi possível graças a uma avançada técnica de reconhecimento facial.
O acusado é o pedreiro Gilson Pegado da Silva, que foi preso na tarde desta quarta (10) no Rio de Janeiro, pela Polícia Civil carioca. Ele usava documentos falsos e só foi identificado após um reconhecimento facial feito pela Polícia Civil de Goiás, por meio de avançadas técnicas de identificação humana por comparação de imagens. O trabalho foi feito pela Seção de Inovação em Identificação Humana (SIIH), que é referência no Brasil.
No dia 23 de setembro de 1997, segundo o MP, Gilson Pegado invadiu uma residência no bairro de Ponta Negra, na Zona Sul de Natal, para praticar um roubo. A dona da casa, a publicitária Sílvia Mannu, à época com 34 anos, reagiu e acabou assassinada com 23 facadas na frente da filha, que tinha apenas 3 anos. O crime chocou a sociedade potiguar pela brutalidade com que foi cometido.
“Depois do crime, Gilson Pegado foi preso, mas passou a responder em liberdade. Ele fugiu e até então não havia sido localizado, o que prejudicou a continuidade da ação penal. Gilson nunca foi julgado pelo crime que cometeu, pois a legislação determina a suspensão do andamento do processo nesses caso, e só agora será possível a retomada da ação penal”, ressaltou o MP.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão do MP, passou a diligenciar o paradeiro de Gilson Pegado da Silva, atendendo a pedido da 75ª Promotoria de Justiça de Natal. Ele foi localizado e preso na cidade do Rio de Janeiro. Ao ser abordado por agentes da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), da Polícia Civil do Rio, o criminoso apresentou documentação falsa em nome de uma outra pessoa.
A Polícia Civil de Goiás foi acionada para cooperar na identificação. Através da aplicação de técnicas de projeção de idade, reconhecimento facial de imagens e exame prosopográfico, foi possível concluir que se tratava de Gilson Pegado. A Seção de Prosopografia e Identificação Humana (SPIH) da Polícia Civil de Goiás é responsável pela realização de exames que levam à identificação de suspeitos a partir da comparação metodológica e objetiva de elementos constitutivos da face apresentados em imagens (fotos e vídeos), buscando estabelecer semelhanças e concluindo tratar-se da mesma pessoa ou não.
“Essa técnica reduz o universo de suspeitos e, em muitos casos, é o passo inicial para a elucidação de crimes. O trabalho foi imprescindível para o reconhecimento facial do foragido, considerando que já havia decorrido mais de 20 anos da data do crime”, falou a promotora de Justiça Liv Queiroz, do Gaeco.
Após ser identificado, Gilson Pegado acabou confessando não só a sua real identificação, mas também confirmou a autoria do crime. Ele deverá ser transferido para uma unidade prisional no Rio Grande do Norte, onde vai aguardar julgamento após passar 21 anos foragido.
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