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Com rumores de novas demissões na Economia, Maia diz que saídas ‘seriam boas’

O presidente da Câmara dos Deputados,  Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quinta-feira (13) que a possível saída de integrantes da equipe do ministro da

Com rumores de novas demissões na Economia, Maia diz que saídas ‘seriam boas’
Com rumores de novas demissões na Economia, Maia diz que saídas ‘seriam boas’

Redação Publicado em 13/08/2020, às 00h00 - Atualizado às 16h39


‘Tem alguns que estão dizendo que vão sair, seria bom para o ministro da Economia ter a debandada dos que não estão ajudando muito’, afirmou

O presidente da Câmara dos Deputados,  Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quinta-feira (13) que a possível saída de integrantes da equipe do ministro da Economia,  Paulo Guedes, pode ser positiva. O deputado demonstrou contrariedade com subordinados de Guedes, mas lamentou a saída de Salim Mattar, responsável pelo plano de privatizações do governo.

Além de fazer uma análise da  “debandada” da pasta, Maia disse em entrevista coletiva que a reunião realizada na quarta-feira com o presidente Jair Bolsonaro foi importante para sinalizar que Legislativo e Executivo não vão atropelar o teto de gastos. O presidente da Câmara afirmou ainda que vai tentar “convencer” Bolsonaro a enviar a reforma administrativa ao Congresso.

De acordo com fontes ligadas à área política do governo, entre os secretários de Guedes que podem deixar o cargo estão Waldery Rodrigues (secretário de Fazenda) e Carlos da Costa (Emprego e Competitividade). Rodrigues sofreu desgaste interno depois de tentar negociar os termos do novo Fundeb (fundo que financia a educação básica). Ele teve que aceitar a vontade do Congresso, que ampliou os investimentos no setor. Nesta semana,  além de Salim Mattar, Paulo Uebel (Desburocratização) pediu demissão.

— O  Salim foi uma perda, é um cara com espírito público enorme. Eu entendo a frustração dele, de fato os tempos são distintos, de quem vem da iniciativa privada para o poder público. Acho que esse foi uma grande perda — disse Maia, que não deixou de alfinetar: — Tem alguns que estão dizendo que vão sair, não vou citar nomes, mas seria bom para o ministro da Economia perder, ou ter a debandada de alguns que não estão ajudando muito.

Um dia depois da “debandada” no Ministério da Economia e do alerta de Guedes para o risco de impeachment caso Bolsonaro “fure” a regra do teto de gastos, Bolsonaro defendeu, ao lado de Maia e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-RJ), a agenda de reformas. Nesta quinta-feira, o presidente da Câmara disse que a reunião foi importante.

— Decisão acertada, todos nós mostramos em conjunto a preocupação com esse debate que vinha ganhando força no mundo político, no Executivo e no Legislativo. E nós precisávamos retomar e reorganizar o debate na linha daquilo que a gente vem defendendo desde 2016.

Maia citou o exemplo negativo de descontrole de gastos públicos durante o governo Dilma Rousseff para defender o seu ponto de vista. Ele lembrou que, se há vontade de realizar investimentos no próximo ano, isso deve ser feito respeitando o orçamento.

— Queremos que o Brasil tenha capacidade de investimento, mas isso precisa ser construído levando em conta o orçamento primário brasileiro do próximo ano. Ficou muito claro que ninguém vai desrespeitar. O governo, através do presidente da República, deixou claro que não vai desrespeitar o teto de gastos. E essa é a minha posição e do Davi (Alcolumbre).

Ele acrescentou ainda que é preciso cortar despesas para investir, até porque o espaço para investimento é “pouca coisa ou quase nada”. No mesmo contexto, Maia defendeu a reforma administrativa para aprimorar o gasto público.

— Está faltando um eixo, no meu ponto de vista, que é estrutural. Para cortar distorções, privilégios, é (preciso aprovar) a (reforma) administrativa. — disse Maia.

Ele citou a postura do governo, que ainda não enviou proposta sobre o assunto ao Congresso.

— A administrativa o governo tem uma proposta pronta, nós vamos tentar convencer o presidente que ele pode enviar, que ele vai enviar. E que nós não vamos ter desgaste. Vamos ter apoio da sociedade para que a gente possa, não é cortar, perseguir servidor. Muito pelo contrário. É valorizar servidor e o mais importante: valorizar a qualidade do serviço público.

Agência O Globo

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