Os pilotos do voo que levava a delegação da Chapecoense cogitaram uma escala para reabastecimento antes de chegar a Medellín, revelam as conversas na cabine
Redação Publicado em 28/04/2018, às 00h00 - Atualizado às 10h33
Os pilotos do voo que levava a delegação da Chapecoense cogitaram uma escala para reabastecimento antes de chegar a Medellín, revelam as conversas na cabine de comando da aeronave da Lamia. O avião caiu por falta de combustível, concluiu relatório final sobre o acidente, divulgado na sexta-feira (27) pela Aeronáutica Civil da Colômbia (Aerocivil).
Os diálogos na cabine de comando da aeronave, um Avro RJ-85, mostram que comandante e copiloto falam sobre pousar em Letícia, na fronteira da Colômbia com o Brasil, e em Bogotá –todos antes de Medellín. As alternativas foram mencionadas mais de duas horas antes de o avião cair, na noite de 28 de setembro de 2016.
18h59m07s – Copiloto: “Com quanto tempo extra chegaremos lá com o combustível?”
18h59m10s – Comandante: “Com 20 minutos mais. Não, uns 45 minutos mais (…) o bom é que o aeroporto alternativo está antes [de Medellín]”
Os dois então passam a falar do consumo de combustível e consideram que, dado o peso do avião e o vento contrário, não conseguiriam chegar a tempo.
19h37m52s – Comandante: “Está f* a coisa”
19h38m24s – Copiloto: “Para Bogotá estamos a mil quilos [restantes de combustível]”
19h38m27s – Comandante: “Com isso não vamos [conseguir chegar]. E antes de Bogotá, o que há?
19h39m06s – Copiloto: Letícia [cidade na fronteira com o Brasil]
A tripulação desiste de Letícia e passa a considerar Bogotá.
19h46m56s – Comandante: “Vamos ver se chegando a Bogotá vamos definir se pedimos uma espera [um ponto de espera antes do aeroporto] ou se pousamos”
Ao falar com o controle de tráfego aéreo, a tripulação consegue uma rota direta para o aeroporto de Medellín e decide prosseguir.
19h52m21s – Copiloto: Mantemos então [a rota para Medellín].
19h52m22s – Comandante: Mantemos.
Os pilotos haviam começado a falar do risco de o combustível acabar mais de duas horas antes do acidente, de acordo com a investigação. Alertas sonoros e no painel da cabine apontaram, 40 minutos antes do acidente, a iminência do problema. Mas a tripulação só informou a falta de combustível ao controle de tráfego aéreo dez minutos antes de a aeronave cair.
“Está f* a coisa”, diz o comandante Miguel Quiroga, oficialmente um dos donos da Lamia, às 19h37, horário da Colômbia, segundo a transcrição da caixa-preta. Ele se referia à preocupação de não conseguir ter combustível suficiente para chegar a Bogotá, que fica antes de Medellín –o destino do voo. O controle de tráfego aéreo foi informado de falta de combustível, efetivamente, às 21h49 –o acidente se deu dez minutos depois, às 21h59 de 28 de novembro, segundo o relatório.
A primeira referência ao combustível aparece às 18h20, pouco mais de uma hora após a decolagem. “Isso está grave”, diz o copiloto Ovar Goytia. “Temos que subir”, responde o comandante. Voar mais alto permite poupar combustível. As menções à quantidade de combustível aparecem em todo o voo, a ponto de a tripulação cogitar fazer uma escala para abastecer em Bogotá ou em Letícia, esta na fronteira com o Brasil.
Outras das conclusões foi que, 40 minutos antes do acidente, a aeronave já estava em emergência por falta de combustível e a tripulação nada fez, mesmo tendo indicação na cabine, como luz vermelha e avisos sonoros.
Os investigadores chegaram a essa conclusão ao analisar a caixa-preta, que contém gravadores de dados de voz e de voo.
A investigação concluiu também que o avião tinha 2.303 quilos de combustível a menos do que deveria levar para a viagem. Segundo as normas internacionais, um voo deve ter combustível para chegar ao aeroporto de destino, mais o suficiente para um aeroporto alternativo, caso haja problemas, e ainda mais 30 minutos de reserva.
O mínimo para cumprir os regulamentos internacionais naquele voo era um total de 11.603 quilos de combustível, segundo a investigação. Mas a aeronave da Lamia tinha apenas 9.300 quilos de combustível.
O avião da empresa Lamia caiu levando a delegação do time catarinense no dia 28 de novembro de 2016, deixando 71 mortos. A investigação confirma que o combustível do avião era insuficiente para o voo entre Santa Cruz, na Bolívia, e Medellín, na Colômbia.
O acidente ocorreu por esgotamento de combustível como consequência da falta de gestão de risco apropriada pela Lamia, afirmou a autoridade de aviação civil colombiana, que classificou a situação como algo “inconcebível de acontecer”.
Sem o combustível, os motores pararam de funcionar e o avião planou até bater.
Entre as principais conclusões apresentadas na Colômbia, estão:
A Aeronáutica Civil colombiana reforçou que o relatório final não se destina a apontar culpados para que sejam punidos, mas esclarecer as circuntâncias do acidente para permitir que sejam adotadas medidas preventivas que evitem novos acontecimentos como o da tragédia da Chape.
Leia também
ONLYFANS - 7 famosas que entraram na rede de conteúdo adulto para ganhar dinheiro!
Policial de 21 anos é arrebatado por facção criminosa no Guarujá
VÍDEO - Traficante se vinga de mulher infiel de forma aterrorizante
Vídeo flagra casal fazendo sexo dentro de carro em plena luz do dia
BOMBA! Andressa Urach revela se já fez sexo com o próprio filho
Desigualdade salarial: homens brancos ganham 27,9% a mais que a média no Brasil
Investimento para programa de incentivo no setor de eventos é de R$ 15 bi
Brasil volta ao mapa dos investimentos internacionais: país sobe no ranking da Kearney
Gracyanne foi surpreendida com mudança de Belo: "Não sei para onde ele foi”
Entenda como o acidente entre Porsche e Uber pode afetar o bolso dos brasileiros