PSL , que elegeu quatro senadores no pleito de 2018, acaba de perder o terceiro parlamentar de sua bancada e ficará com apenas um político filiado à legenda
Redação Publicado em 16/07/2020, às 00h00 - Atualizado às 15h50
PSL , que elegeu quatro senadores no pleito de 2018, acaba de perder o terceiro parlamentar de sua bancada e ficará com apenas um político filiado à legenda no Senado. Por conta da reaproximação do partido com o presidente Jair Bolsonaro , revelada pelo GLOBO, Major Olímpio (SP) afirma que, mesmo sem saber para qual partido migrará, vai se desfiliar do PSL. Os três senadores (Flávio Bolsonaro e Selma Arruda já deixaram a sigla) saíram da legenda por diferentes motivos.
“Fiquei sabendo pela imprensa da reaproximação e, quando mandei mensagem no grupo do WhatsApp, o Luciano Bivar (presidente do partido) me respondeu de forma tosca: “Quem quer, sai. Não ameaça”. Então eu vou sair. Ainda não sei para qual partido vou, pois estou que nem cachorro que caiu da mudança. É possível que eu fique sem partido por um tempo”, disse ele, que afirma ter recebido uma oferta de “toma-lá-dá-cá” para retornar para a base do governo.
“Me ofereceram R$ 30 milhões em emendas parlamentares referentes a ações para o Covid-19. Eu perguntei: “Isso está sendo oferecido a todos os parlamentares?” Me responderam: “Claro que não.” Então eu recusei, porque era só para mim. Não vou ficar com rabo preso, aceitando toma-lá-dá-cá com a Saúde para, quando criticar o governo, dizerem que eu critico mas aceito benesses. Não são R$ 30 milhões que vão me calar para não criticar a falta de política pública para a Saúde, um presidente que desconhece a pandemia e é garoto propaganda da cloroquina. Ninguém vai me fazer bater palmas para isso”, disse ele.
Em novembro do ano passado, o senador Flávio Bolsonaro (RJ), hoje no Republicanos, desfiliou-se do PSL após a ruptura do partido com o presidente. Dois meses antes, foi a ex-juíza Selma Arruda que trocou a sigla pelo Podemos, afirmando que houve “divergências políticas internas”, entre elas “pressão partidária pela derrubada da CPI da Lava Toga” no Congresso. Com a saída do trio, a única remanescente no PSL é a senadora Soraya Thronicke, do Mato Grosso do Sul.
Olimpio diz que está prevista uma reunião da executiva nacional do partido nos próximos dias e que aproveitará a ocasião para anunciar sua desfiliação.
“Não tenho raiva do partido nem do Bivar, que, por ter um coração de ouro, está sendo enganado por alguns espertalhões. No ano passado, o presidente foi insuflado pelos filhos e advogados a dizer que o PSL tinha irregularidades na prestação de contas. O que tem, na verdade, é o (deputado federal) Eduardo Bolsonaro contratando a (advogada) Karina Kufa para prestar serviços os quais ela não prestou. O Flávio Bolsonaro fez isso no Rio também”, disse.
O GLOBO perguntou ao Planalto e ao senador Flávio Bolsonaro se há interesse em se manifestar sobre as declarações de Olimpio. A reportagem ainda não conseguiu contato com Eduardo Bolsonaro ou com alguém de sua equipe.
iG
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