Para muitos jovens, ser aprovado em uma universidade pública é a conquista de um grande objetivo. Para Vitória Regina Ferreira Martins, de 24 anos, este é
Redação Publicado em 05/03/2022, às 00h00 - Atualizado às 16h53
Para muitos jovens, ser aprovado em uma universidade pública é a conquista de um grande objetivo. Para Vitória Regina Ferreira Martins, de 24 anos, este é também o início de um grande desafio.
Aprovada no curso de ciências sociais na Universidade de São Paulo (USP), ela iniciou uma campanha entre conhecidos para angariar dinheiro para conseguir se manter pelo menos no primeiro mês como universitária.
A aprovação no vestibular, porém, mal foi celebrada. Um dia antes do resultado, ela perdeu a avó, que tinha 76 anos, sofria de diabetes e teve complicações após pegar Covid-19. É nos fundos da casa desta avó que Vitória mora, na cidade de Cosmópolis, a 115 km de São Paulo.
“Em vários momentos do ano passado eu pensei em desistir, porque estava muito difícil manter os estudos, minha avó estava doente, sempre indo e vindo ao hospital. Quando eu vi que fui aprovada, lembrei de tudo que passei até chegar a esse momento. Fiquei feliz pela aprovação, mas triste pela minha avó”, diz Vitória.
A preparação foi por meio das aulas do Cursinho do Núcleo de Consciência Negra, da USP, disponibilizado virtualmente. “Depois de assistir às aulas, eu passava o dia estudando em casa, sozinha.”
A ansiedade para o início das aulas, no próximo dia 14, é grande. Por já ter cursado metade do curso de Medicina Veterinária na Universidade Federal de Lavras (Ufla), em Minas Gerais, ela sabe que vai ter que estudar muito. Mas isso não a assusta. O medo, segundo ela, vem de outros desafios que terá de superar.
Vitória diz que o ideal seria conseguir uma moradia próximo à universidade. “Vou tentar morar no Crusp [Conjunto Residencial da USP]. Se não conseguir, sei que é bem caro morar ali por perto, mas como tenho problemas de locomoção, morar longe dificultaria muito a minha vida”, explica.
Vitória afirma que não movimenta os pés em decorrência de uma neuropatia desmielinizante e faz tratamento na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “Utilizo muleta quando preciso me virar sozinha, porque tropeço bastante”, afirma.
“Estou bem ansiosa para o início das aulas, mas também estou com medo. Vou sair de uma cidade do interior para uma cidade grande. Não sei se tudo vai ser longe… E se, na correria do metrô, por exemplo, alguém esbarrar em mim e eu cair?”
Ainda que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC) – ajuda de um salário mínimo paga a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda -, a estudante recorreu à vaquinha virtual porque sabe que “os inícios são sempre mais difíceis”.
E a solidariedade que vem recebendo foi surpreendente. “Tenho recebido uma ajuda maior do que imaginei. Acho até que já tenho o suficiente para alugar um canto para este primeiro mês. Depois, eu me viro”, diz a futura cientista social.
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G1
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