O Zoológico Municipal de Bauru é um dos símbolos da cidade, que completa nesta terça-feira (1º) 121 anos de fundação. O local, que conta com mais de 800
Redação Publicado em 02/08/2017, às 00h00 - Atualizado às 08h38
O Zoológico Municipal de Bauru é um dos símbolos da cidade, que completa nesta terça-feira (1º) 121 anos de fundação. O local, que conta com mais de 800 animais, foi o tema escolhido pelos internautas do G1 para reportagem especial de aniversário.
Ponto turístico de Bauru, o Zoo atrai gente de toda região e também de outros estados. Aos finais de semana e feriado a fila para curtir o passeio é grande, mas vale a pena. “Eu cheguei hoje do Paraná às 6 horas que a gente veio visitar a afilhada do meu filho e já tinha uma programação pra visitar o zoológico. A gente organizou tudo e viemos porque na minha cidade não tem e isso faz muita falta”, conta a professora Eliana Coalhado da Silva.
O Zoológico é um orgulho dos bauruenses desde a década de 1980. “Essa área pertencia a prefeitura, porém na década 70 se encontrava ocupada por posseiros e em 1977 a prefeitura retirou os posseiros que ocupavam essa área e teve a ideia de criar um parque ecológico com um zoo dentro e 3 anos após, em 24 agosto de 1980 foi inaugurado zoológico de Bauru. Hoje são mais de 800 animais de 217 espécies diferentes que cumprem o papel importante da conservação das espécies uma vez que o que a gente vê hoje é uma destruição muito rápida do ambiente natural”, ressalta o diretor do Zoo, Luiz Pires.
Os pássaros enchem os olhos com a explosão de cores. Os macacos arrancam risos com travessuras. E tem ele, o rei da floresta, que aqui não perde a majestade. Ao entrar no zoo, o que a maioria das crianças quer saber é onde está o leão. “Ele pé forte, a juba dele é muito legal. Eu gosto muito dele”, afirma o pequeno Artur Dias Peres, de 8 anos.
Do contato com os bichos cada um leva uma impressão. A proximidade com a natureza acalma. E é assim todos os dias, às 8h os moradores do zoo estão prontos para receber os visitantes. Mas, o que muita gente não sabe é todo trabalho que é realizado antes da abertura para o público e depois que ele vai embora, ou seja, o que se passa longe dos olhos dos turistas. Durante quatro dias, a equipe de reportagem do TEM Notícias acompanhou essa rotina.
E o presente de aniversário para os bauruenses é uma parte do zoológico que, provavelmente a maioria não conhece.
O seu dia começa no café da manhã? Para os animais do Zoo também. A alimentação é balanceada para cada espécie e a cozinha não para. São 60 quilos de frutas, 70 quilos de ração, 30 quilos de carne e 10 quilos de folhas por dia, 120 ovos por semana e muitos potes de insetos.
Cláudia Ladeira é a zootecnista responsável pela alimentação de todos os bichos, um trabalho e tanto. São diversas espécies com requerimentos diferentes tem herbívoros, carnívoros onívoros, como é o caso dos macacos.
Agora tem um detalhe – a banana dos grandes macacos é descascada a dos saguis não. E tem uma explicação, um tanto inusitada. “Eles não gostam de coisas meladas, que sujam a mão”, conta a zootecnista.
As frutas e as verduras são fresquinhas e o carregamento chega a cada dois dias. Já as carnes são mantidas em um freezer. “Essa câmara fica a menos 18 graus aqui a gente tem carne bovina, suína, carne de frango e peixes. A gente tem um manejo alimentar diferenciado para os grandes felinos. Não é todo dia que eles se alimentam porque na natureza eles não conseguem predar todos os dias então geralmente eles se alimentam bastante no dia da caça e ficam digerindo”, explica Cláudia.
Já no caso dos macacos africanos eles comem de manhã no início da tarde e antes de serem recolhidos.
Júlio Francisco é o tratador e o responsável por levar as bandejas dos macacos. E já tem segredo aí: bandejas são postas em gavetas que ficam atrás das jaulas. Às vezes escapa dar uma bananinha na mão e o macaco-barrigudo não faz cerimônia. Ele faz isso há 17 anos. “Eles já me conhecem pelo cheiro, ficam olhando de longe.
Para os animais de grande porte a comida chega de Kombi. A equipe acompanhou a alimentação das lhamas, mas curiosas com as lentes das câmeras, elas não quiseram se alimentar. O mesmo aconteceu com o Calil, o único camelo do Zoo. Júlio colocou o lanchinho, mas ele queria mesmo é tirar fotos.
Já os felinos têm hábitos noturnos, comem com o cair do sol. As carnes são deixadas no local onde eles são recolhidos para dormir. Cada um tem o seu quartinho e os tratadores saem e as portas são abertas para o bicho. A equipe de reportagem conheceu os “aposentos” das onças e do tigre, que vive em um novo espaço há pouco mais de um ano.
Além da alimentação, o Zoo também tem um ritual importante para garantir o bem-estar dos animais. Duas vezes por ano os grandes felinos passam por um check-up total. E a equipe de reportagem acompanhou esses exames feitos com a onça parda fêmea.
“A gente anestesiou no começo do ano a onça parda fêmea e a gente vai pegar ela depois de 6 meses vai ser feito exame clínico e laboratorial, vai ver boca, e pele, pelo, unha, vai coletar sangue e tudo. Esse programa começou há uns 7 anos no começo a gente tinha muito problema dentário era mais comum nesses exames e depois desses preventivos a gente percebeu que eles ganham peso estão mais ativos e não temos encontrado nenhum problemas com eles nem dentário nem clínico”, explica a veterinária Maria Emília Santiago.
Após a anestesia, a onça é retirada e levada até o local dos exames. Primeiro a pesagem, está com 42 quilos, o que é bom, ai vem trabalho em equipe mesmo. Checar unha, coração, exame de sangue, e um bom flúor e limpeza bucal tudo junto e ao mesmo tempo. O primeiro resultado do exame sai rápido. “Aqui já vai dar pra gente se ela tem alguma infecção e já nos da um parâmetro”, completa a veterinária.
Tudo certo com a onça e ela é levada de volta para o recinto. Um trabalho que encanta a Adriana Januário.
“Eu acho que eu me apaixonei, eu sempre quis trabalhar com animais silvestres e a primeira vez que eu tive a oportunidade eu me apaixonei e ai não quis mais embora”, conta a veterinária voluntária.
E ainda mais o diretor do Zoo, que se dedica há décadas a essa rotina.
“Zoológico é minha vida, é meu tudo, a minha esposa e meus filhos que me desculpem mas ele chegou antes na minha vida (risos). São 35 anos quase que a gente se dedica exclusivamente a manutenção desse espaço público. É uma dedicação e uma preocupação existe o desafio da modernização e de estar mostrando sempre a população a importância de um espaço como este”, ressalta Luiz Pires.
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