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Com mais de 4 mil crianças sem escola em SP, Doria diz que estado abrirá novas vagas ‘ainda neste semestre’

O governador João Doria (PSDB) disse neste sábado (5) que serão abertas novas vagas nas escolas da rede pública de ensino para atender as mais de 4 mil

Com mais de 4 mil crianças sem escola em SP, Doria diz que estado abrirá novas vagas ‘ainda neste semestre’
Com mais de 4 mil crianças sem escola em SP, Doria diz que estado abrirá novas vagas ‘ainda neste semestre’

Redação Publicado em 05/02/2022, às 00h00 - Atualizado às 15h43


Problema se concentra na capital paulista, onde déficit é maior. Em coletiva de imprensa neste sábado (5), governador não esclareceu quando e como as vagas serão criadas, mas prometeu zerar a fila de espera.

O governador João Doria (PSDB) disse neste sábado (5) que serão abertas novas vagas nas escolas da rede pública de ensino para atender as mais de 4 mil crianças que aguardam na fila de espera, sem escola para estudar.

“Estão sendo abertas novas vagas na rede pública estadual de ensino para o atendimento dessas cerca de 4 mil crianças que estão sem vaga e, com isso, zerando e permitindo que todas elas possam ainda agora ter início na rede pública de ensino”, afirmou Doria em coletiva de imprensa.

Doria acompanhou as ações do Dia C da vacinação, ação para elevar o número de crianças vacinadas contra a Covid-19 no estado.

Apesar da promessa, Doria não esclareceu de que forma essas vagas serão criadas, onde e quando os estudantes poderão começar a frequentar a escola. Disse apenas que “elas estudarão ainda neste semestre.”

Segundo o governador, os detalhes serão informados em uma coletiva de imprensa prevista para ocorrer na próxima quarta-feira (9).

O maior número de crianças sem acesso ao direito básico está na capital paulista. Nesta sexta (4), o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), admitiu o déficit, mas negou que a gestão municipal seja responsável pelo problema.

Segundo Doria, os problemas entre as administrações foram resolvidos e ambas trabalham para que as crianças sejam atendidas.

No âmbito da capital especificamente, houve um entendimento com a prefeitura, que é onde o déficit se concentra, para a organização dessas vagas, para permitir que essas crianças possam, sim, estudar

MP cobra solução

Nesta sexta (4), o promotor João Paulo Faustinoni, do Grupo de Atuação Especial de Educação (Geduc), oficiou as secretarias municipal e estadual da Educação de São Paulo para que, em dez dias, se manifestem sobre a falta de vagas para crianças no Ensino Fundamental e comprovem a solução para o problema.

O pedido se baseia em levantamento divulgado pelo jornal “Folha de S.Paulo” que mostra que ao menos 14 mil crianças estão na fila por uma matrícula no primeiro ano do Ensino Fundamental na capital paulista. Elas não conseguiriam vaga nem na rede estadual, que responde por cerca de 60% das matrículas, nem na municipal, que corresponde a 40%.

No Ensino Fundamental, a frequência escolar é obrigatória, de acordo com a Constituição.

Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) São Paulo, na Vila Clementino, na zona sul da cidade — Foto: DEIVIDI CORREA/ESTADÃO CONTEÚDO

Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) São Paulo, na Vila Clementino, na zona sul da cidade — Foto: DEIVIDI CORREA/ESTADÃO CONTEÚDO

Sem escola

Ana Beatriz, de 6 anos, foi alfabetizada pelos pais durante a pandemia e neste ano deveria ingressar no Ensino Fundamental. Ela é moradora do Jardim da Conquista, na Zona Leste, mas não há vagas nas escolas da região.

O pai de Ana não encontrou vagas para filha estudar nem em escolas municipais e nem nas estaduais.

“Me falaram que a prefeitura construiu muita creche e conforme ampliaram o ensino integral para os alunos do fundamental não está tendo vaga”, disse ele.

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Sara Moreira, que é mãe da Luiza, de 6 anos, que estudava na creche, também reclama da falta de vaga nas escolas. Moradoras do Campo Limpo, na Zona Sul, eles enfrentam o mesmo problema. “Eu já fui na Delegacia de Ensino, eles falam que é para aguardar. Eles deram uma previsão até 31 de janeiro, mas continua a mesma situação”, conta.

Na primeira quinzena de dezembro, os pais dos alunos de uma escola no Jardim dos Francos, região de Brasilândia, na Zona Norte, foram comunicados que dos 30 alunos de uma sala, apenas 4 tinham uma vaga garantida.

A Secretaria estadual da Educação disse que atualmente há um déficit de 4.200 vagas nas redes estadual e municipal e negou relação com o aumento do ensino integral.

Segundo a pasta, ocorreu aumento da demanda de alunos que vieram da rede privada devido aos impactos econômicos provocados pela pandemia de coronavírus.

“Nós vamos ter vagas para todas as crianças. A orientação agora é: continuem procurando a Diretoria de Ensino e as escolas. Pela atualização do sistema, todas as noites as vagas são compatibilizadas”, disse Henrique Pimentel, chefe de gabinete da Secretaria Estadual de Educação. De acordo com ele, os pais devem aguardar até o fim da próxima semana, período em que serão disponibilizadas as novas vagas.

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G1

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