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Com covid, técnico comanda Brasil à distância, mas vira torcedor nos jogos do Mundial de handebol

Antes de a bola entrar em ação, é Marcus "Tatá" Oliveira que dá as ordens na seleção brasileira. O técnico, porém, vira mais um torcedor quando o Brasil joga

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Redação Publicado em 20/01/2021, às 00h00 - Atualizado às 12h50


Marcus Tatá Oliveira espera teste negativo para coronavírus para reforçar a seleção brasileira na segunda fase da competição no Egito

Antes de a bola entrar em ação, é Marcus “Tatá” Oliveira que dá as ordens na seleção brasileira. O técnico, porém, vira mais um torcedor quando o Brasil joga no Mundial masculino de handebol. Após testar positivo para covid-19 na véspera do embarque para o Egito, o treinador continua comandando os brasileiros à distância, mesmo que os limites do trabalho remoto sejam uma barreira.

– A gente faz algumas reuniões todos os dias. Uma, duas, três… Discutimos como se fosse uma reunião presencial. Decidimos juntos como sempre, e quem aplica são os auxiliares. A decisão continua sendo minha de quem sai jogando, mas quando começa o jogo lá, os dois auxiliares têm a liberdade de fazer o que for. Não tem como fazer nada. Só torcer. Não tem como interferir em nada, e só atrapalharia, porque eles que estão sentindo o jogo e são pessoas competentes – contou Tatá, que confia nos auxiliares Giancarlos Ramirez e Leonardo Bortolini.

O treinador foi um dos infectados no surto de coronavírus que atingiu a seleção brasileira às vésperas do Mundial do Egito, durante a preparação no centro de treinamento português de Rio Maior, que tem parceria com o Comitê Olímpico do Brasil (COB). Dois jogadores e cinco membros da comissão técnica – incluindo Tatá – testaram positivo e ficaram em isolamento no país. O ponta Felipe Borges testou positivo na chegada ao Egito e foi mais um desfalque do Brasil.

– Quando saímos do Brasil (no fim de dezembro), foi uma semana atípica, tinha feito vários testes. Fiz chegando aqui, um segundo aqui. Mas sabemos que o vírus está aí. Sempre preparamos a cabeça para o pior, infelizmente. Estávamos consciente de que poderia acontecer. Não do jeito que foi, mas poderíamos perder jogadores – disse Tatá, que lamentou também uma lesão do ponta esquerda Cleber, obrigando o Brasil a improvisar na posição.

Marcus Tatá em reunião remota com o auxiliar Giancarlos Ramirez — Foto: Arquivo pessoal

Marcus Tatá em reunião remota com o auxiliar Giancarlos Ramirez — Foto: Arquivo pessoal

Apesar dos desfalques, o Brasil conseguiu avançar à segunda fase do Mundial de handebol. Em busca de uma vaga nas quartas de final, a seleção pode contar com o reforço de seu técnico. Já sem sintomas, Tatá vai passar por um novo teste PCR nesta quarta-feira e, caso já esteja “negativado”, vai ser liberado para viajar ao Egito e enfim fazer sua estreia à beira da quadra como técnico do Brasil.

– O pior não é não estar na quadra. Estávamos crescendo e de repente não pude participar e perdi jogadores fundamentais. Era especial, porque a equipe está muito bem, bem madura para figurar entre os primeiros do Mundial.

Brasil está jogando o Mundial do Egito sem seu técnico em quadra — Foto:  REUTERS/Khaled Elfiqi

Brasil está jogando o Mundial do Egito sem seu técnico em quadra — Foto: REUTERS/Khaled Elfiqi

O Brasil encara a Hungria nesta quinta-feira, às 11h30 (de Brasília). Ainda pela segunda fase, pega a Alemanha no sábado e o Uruguai na segunda-feira. O empate com a Espanha e a derrota para a Polônia na primeira fase, contam para o Grupo 1. Apenas os dois melhores entre esses seis países avançam às quartas de final.

O Mundial do Egito também vai servir de preparação para o Brasil encarar o pré-olímpico da Noruega, entre 12 e 14 de março. Duas vagas para os Jogos de Tóquio vão estar em disputa. Além de Brasil e da anfitriã Noruega, Coreia do Sul e Chile estão no páreo.

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GE – Globo Esporte.

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