Diário de São Paulo
Siga-nos

Com 20 km interditados após viaduto ceder, Marginal Pinheiros vira lazer para ciclista e corredor

Após interdição, pista expressa da Marginal Pinheiros é invadida por ciclistas

Com 20 km interditados após viaduto ceder, Marginal Pinheiros vira lazer para ciclista e corredor
Com 20 km interditados após viaduto ceder, Marginal Pinheiros vira lazer para ciclista e corredor

Redação Publicado em 19/11/2018, às 00h00 - Atualizado às 07h43


Pessoas aproveitaram trecho interditado e sem carros para passear de bicicleta e correr no domingo (19). Via em SP está interditada por tempo indeterminado desde quinta-feira (15).

Após interdição, pista expressa da Marginal Pinheiros é invadida por ciclistas

Ciclistas e corredores transformaram os 20 quilômetros interditados da Marginal Pinheiros em uma área de lazer a céu aberto. Na última quinta-feira (15) um viaduto da via cedeu 2 metros, obrigando as autoridades a interditarem o trecho por tempo indeterminado.

Com a interdição por tempo indeterminado, diversas pessoas aproveitaram a pista livre dos carros no domingo (18) para passear de bicicleta e correr. O trecho bloqueado para veículos se estende da Ponte Transamérica a Ponte Jaguaré.

O viaduto está localizado na pista expressa da marginal, no sentido da Rodovia Castello Branco, em frente ao Parque Villa-Lobos, na Zona Oeste da capital.

“No mínimo é diferente. A gente está acostumado com a marginal cheia de trânsito e hoje em dia a gente pedalando é bacana. Está sendo uma diversão para a gente”, disse o administrador André Eduardo Carotenuto.

“É como se estivesse voando livre”, disse o bombeiro José Jorge dos Anjos.

Outras pessoa aproveitaram para tirar selfies com a Ponte Estaiada ao fundo.

Técnicos trabalham na sustentação do viaduto que cedeu na Marginal Pinheiros — Foto: Livia Machado/G1

Técnicos trabalham na sustentação do viaduto que cedeu na Marginal Pinheiros — Foto: Livia Machado/G1

Sustentação

Técnicos já escoraram 120 metros do viaduto que cedeu. Ainda faltam escorar mais 80 metros da estrutura de concreto. Estão sendo usadas barras de ferro para impedir que ela cede ainda mais.

O trabalho de sustentação do viaduto não tem prazo para terminar. Equipes estudam ainda a possibilidade de abrir um buraco, uma espécie de janela, na estrutura para avaliar as condições materiais do concreto. A ideia dos engenheiros é que após o escoramento sejam usados macacos hidráulicos para reerguer o viaduto até o nível onde estava antes. Serão usadas dez estacas para dar sustentação ao equipamento.

Ainda existe o risco de desabamento no local.

A Polícia Civil investiga as causas e eventuais responsabilidades pelo acidente, que danificou cinco carros e deixou um dos ocupantes com escoriações.

Segundo a Polícia Técnico-Científica, uma das hipóteses é a de que o viaduto cedeu em decorrência de um problema nos chamados travesseiros ou colchões de neoprene, que têm função semelhante a de um “amortecimento” para a estrutura de concreto de viadutos.

No domingo (18) a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e a Prefeitura liberaram, com restrição de velocidade, a circulação de trens com passageiros da Linha 9-Esmeralda ao lado do viaduto que cedeu. As estações estavam interditadas desde então.

Ainda no domingo, equipes detectaram um aumento de 3 milímetros nesse desnível. Antes, eles já tinham registrado uma oscilação no mesmo ponto: 1 centímetro do lado direito do viaduto e 1,2 centímetro do lado esquerdo da via. Isso ocorreu por causa da mudança de temperatura na cidade.

Na manhã desta segunda-feira (19), o prefeito Bruno Covas (PSDB) deve se reunir com o comitê de crise para tratar das questões que envolvem o viaduto que cedeu. Diversas autoridades estarão presentes.

Ciclistas aproveitam a interdição da Marginal Pinheiros, em São Paulo, para circular pela via. O local foi intertidado após viaduto ceder cerca de 2 metros na madrugada desta quinta-feira (15) — Foto: Aloísio Maurício/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Ciclistas aproveitam a interdição da Marginal Pinheiros, em São Paulo, para circular pela via. O local foi intertidado após viaduto ceder cerca de 2 metros na madrugada desta quinta-feira (15) — Foto: Aloísio Maurício/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Comitê de crise

Segundo a administração pública, será redigido um decreto para formalizar a criação do comitê de crise, que já se reuniu no último sábado (17).

“O comitê se reúne sempre quando necessário, presencialmente ou por teleconferência. Não há local específico. Os encontros são intersecretariais e subsidiam o prefeito Bruno Covas na tomada de decisões”, informa a nota da assessoria de imprensa da Prefeitura encaminhada ao G1.

Farão parte do grupo de trabalho “os secretários de Mobilidade e Transportes, de Infraestrutura Urbana e Obras, das Subprefeituras, Especial de Comunicação, além do Gabinete do Prefeito.”

“Não há previsão para o primeiro encontro presencial, dependendo dos trabalhos no viaduto”, encerra o comunicado da administração pública.

Compartilhe  

últimas notícias