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Claudio Loureiro Nunes: REINVENTAR OU NADAR!

O setor de hospitalidade e alimentação fora de casa vai passar por uma grande transformação.

Claudio Loureiro Nunes: REINVENTAR OU NADAR!
Claudio Loureiro Nunes: REINVENTAR OU NADAR!

Redação Publicado em 15/05/2020, às 00h00 - Atualizado às 10h06


REINVENTAR OU NADAR!

O setor de hospitalidade e alimentação fora de casa vai passar por uma grande transformação.

Na verdade, essa transformação já começou. Toda grande crise acelera a mudança de hábito na sociedade. Há 10 anos quase ninguém tinha ouvido falar em co-working, e hoje já pulamos rapidamente para o home office e reuniões virtuais.

Agora é tempo para os restaurantes, bares, hotéis, e toda indústria de hospitalidade e entretenimento acelerar essa transformação dentro de suas corporações. Segundo a consultoria espanhola Livit, 25 a 30% dos bares e restaurantes no mundo não voltarão a abrir suas portas após a quarentena. Teremos um gigantesco impacto em toda cadeia, mercado imobiliário tendo que absorver todos estes novos pontos comerciais e reajustar contrato dos que resistiram, reduções de equipes para os que ficaram vivos, falta de folego financeiro em toda cadeia produtiva, enfim, não vai ser fácil.

Essa indústria não passa por uma transformação há mais de 50 anos, e agora teremos que fazer isso na “marra”. Quantas vezes já paramos um atendente no restaurante e ele nos disse (sou apenas o busboy, vou chamar o garçom para tirar seu pedido), Isso não vai ter lugar no futuro. Teremos de nos ajustar, trabalhar em equipe e deixar a hierarquia muito mais horizontal. Vamos ter um formato enxuto de operação, quase como um negócio familiar. Fato, restaurantes que tinham como fundamento principal de negócio Delivery saem fortalecidos nessa crise. Vemos cadeias como Domino´s nos EUA contratando mais de 10 mil funcionários em meio a crise, e outros gigantes da indústria que possuem como fundamento o serviço de salão com suas portas fechadas amargando prejuízo. Outro fato é que as operações que estão no meio do caminho, não sendo um negócio de Delivery e nem entregando ótima experiência de salão (aquele lugar morno) não terá mais espaço no futuro. Hoje percebemos o quão conveniente é termos a entrega com qualidade em casa, e percebemos também que aconteça o que acontecer ainda precisamos da experiência de um bom restaurante e seu serviço diferenciado, tudo no meio disso corre perigo.

Não paramos por aí, temos os agregadores ou aplicativos de entrega, que estão “explodindo” durante a crise, tiveram números cavalares de novos restaurantes querendo se cadastrar para entrega e não ficarem completamente fechados. Veja, a grande maioria dos restaurantes desenvolveu o canal Delivery como atividade complementar, tendo no serviço de salão atividade fim de seu negócio. Com as taxas cobradas por Ifood, Rappi e demais aplicativos (entre 25 e 30%) não sobra espaço para rentabilidade do restaurante, então o que fazer? Morrer ou repassar esse custo para o consumidor. Em curto espaço de tempo o combustível destes aplicativos de entregas que são os restaurantes, irá diminuir drasticamente por inanição ou darão tiro no pé gerando espaço para estes mesmos desenvolverem canais digitais diretos pelas altas taxas que cobram. Mesmo quem agora esta com alta demanda de trabalho não esta 100% salvo do futuro, pois a única coisa certa é que toda cadeia terá que se reinventar.

CLAUDIO G. LOUREIRO NUNES, é CEO da Tamboré Capital e Colunista do Diário de S. Paulo. Graduado em comunicação e marketing pela FAAP, Pós-Graduado em Finanças no Insper e bacharel em Administração pela Universidade Metropolitana da Florida, EUA. É especialista em Marketing e Gestão de Negócios, responsável pela abertura de importantes operações de hospitalidade e gastronomia no Brasil como TGI FRIDAYS.

Contatos:

Instagram @claudionunes

Twitter @claudio_nunes

[email protected]

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