Como vai ser a reabertura de bares, restaurantes e hotéis no Brasil?
Redação Publicado em 12/06/2020, às 00h00 - Atualizado às 11h24
Como vai ser a reabertura de bares, restaurantes e hotéis no Brasil?
Na Europa e alguns estados americanos esta reabertura já começou. Por Paris vimos cafés lotados com suas mesas preenchendo calçadas e invadindo ruas. Apesar de operar com restrições estes comércios já dão vida à cidade que antes parecia doente. O mesmo acontece em muitas outras cidades europeias.
No estado de São Paulo o governo apresentou um plano cheio de cores e restrições, anunciando a reabertura do comércio em meio a números fabulosos de contaminação e morte, o que reforça a ideia de precoce fechamento em primeiro lugar e medidas ineficientes durante toda pandemia. A cidade de São Paulo, em pior condição, vai ter que rebolar muito para salvar alguma coisa do setor. Diversos eventos cancelados, hotéis a beira da falência, bares e restaurantes com pouca ou nenhuma orientação e ajuda. Vai ser difícil.
Esta semana, na segunda-feira, o vereador Rodrigo Goulart que preside a comissão de turismo, Lazer e Gastronomia realizou uma reunião com o secretário municipal da casa civil para negociar algumas medidas que o setor solicitou em audiência pública. A liberação do uso das calçadas e outras áreas públicas para ampliação dos ambientes dos bares e restaurantes, de modo que estes possam proceder ao protocolo de retomada de suas atividades; a revisão e isenção do valor pago de TPU no período que perdurar a pandemia; a retirada de restrições de área interna, pois isto inviabilizaria 90% dos estabelecimentos; e o pedido de apoio no subsídio de custeio do vale transporte dos funcionários no primeiro mês da retomada, permitindo assim, maior capital de giro para o funcionamento das atividades econômicas.
Sinceramente, tenho visto com bons olhos o trabalho desta comissão, que consulta os empresários e entende as dificuldades. Aqui deixo alguns comentários sobre o que ainda poderia ser pleiteado. Isenção de IPTU para este tipo de negócio que passará por grandes dificuldades. Isso esta ao alcance da prefeitura e deve ser levado em consideração. Outro ponto é a revisão de possíveis dividas de impostos municipais e estaduais, o possível perdão dos mesmos poderia ser grande incentivo para que alguns empresários que já decidiram não reabrir seu negócio veja como um incentivo para rever sua decisão e reabrir, mantendo empregos e ajudando a movimentar economia.
Por último e não menos importante, tanto o estado quanto a prefeitura que possui órgãos como o SP turis, devem desenvolver um plano audacioso para o ano que vem e apresentar ao mercado, detalhando o plano para o setor e suas atividades, com agressiva campanha para atrair investimento e turismo.
A reabertura deste setor vai ser gradativa e lenta no Brasil, infelizmente. Precisamos que as cidades e estados entendam do valor social desta atividade. É impensável viver em um lugar sem diversão, sem restaurantes, sem música, sem sabor. O que é o mercado financeiro da Faria Lima sem Happy Hour nos bares ao entorno, o turismo empresarial da cidade sem a alta gastronomia de culinária mundial que sempre nos gabamos de ter, e a noite na maior cidade do brasil sem seus bairros boêmios, repletos de bares e boates.
CLAUDIO G. LOUREIRO NUNES, é CEO da Tamboré Capital e Colunista do Diário de S. Paulo. Graduado em comunicação e marketing pela FAAP, Pós-Graduado em Finanças no Insper e bacharel em Administração pela Universidade Metropolitana da Florida, EUA. É especialista em Marketing e Gestão de Negócios, responsável pela abertura de importantes operações de hospitalidade e gastronomia no Brasil como TGI FRIDAYS.
Contatos:
IG @claudionunes
Twitter @claudio_nunes
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