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Ciro Gomes diz ser favorável à criminalização do caixa 2 eleitoral

O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, disse nesta quinta-feira (23) que é “totalmente favorável” à criminalização do caixa 2 (dinheiro de

Ciro Gomes diz ser favorável à criminalização do caixa 2 eleitoral
Ciro Gomes diz ser favorável à criminalização do caixa 2 eleitoral

Redação Publicado em 23/08/2018, às 00h00 - Atualizado às 15h44


O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, disse nesta quinta-feira (23) que é “totalmente favorável” à criminalização do caixa 2 (dinheiro de campanha eleitoral não contabilizado oficialmente). Atualmente, a prática de caixa 2 não é tipificada como crime, sendo enquadrada apenas na legislação eleitoral, com penas mais brandas.

A defesa de políticos delatados por executivos da construtora Odebrecht por recebimento de dinheiro para campanhas eleitorais sem declaração à Justiça tem se esforçado para transferir as investigações sobre seus clientes para a esfera eleitoral, fugindo da seara criminal.

“Eu sou completamente a favor de criminalizar o caixa dois não só com penas de segregação da liberdade, de cadeia, mas a própria expropriação do dinheiro roubado”, declarou o pedetista.

Na manhã desta quinta, Ciro cumpriu agenda eleitoral em uma feira tradicional da cidade administrativa de Ceilândia, no Distrito Federal. Localizada a cerca de 35 quilômetros de Brasília, Ceilândia abriga uma grande comunidade de nordestinos.

Acompanhado de colegas de partidos e aliados políticos, o presidenciável do PDT almoçou galinhada e carne de bode em uma mesa improvisada do lado de fora da Feira de Ceilândia. Candidato à reeleição, o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), acompanhou a agenda de campanha de Ciro.

No período de pré-campanha, o PDT tentou articular uma aliança nacional com o PSB, mas a negociação não foi para a frente por intervenção do PT. Em troca de apoio em alguns estados, o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu que o PSB não fechasse coligação nacional com nenhum outro partido.

Os integrantes do PSB, porém, foram liberados a apoiar quem quisessem, desde que não fosse o candidato do PSL, Jair Bolsonaro.

Ciro e Rollemberg foram recebidos nesta quinta na feira popular de Ceilândia por um grupo de militantes do PDT e do PSB, que entoava gritos de ordem.

Depois de almoçar com os aliados políticos, Ciro pegou um megafone e fez um breve discurso, no qual voltou a defender propostas como a quitação de dívidas de brasileiros no Serviço de Proteção ao Consumidor (SPC).

Bolsonaro

Ao chegar à Feira de Ceilândia, Ciro Gomes comentou em uma entrevista à imprensa a possibilidade de o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, deixar de participar, por orientação de seus coordenadores de campanha, dos próximos debates de presidenciáveis organizados por veículos de comunicação.

“Não sabe brincar, não desce pro play”, ironizou Ciro ao ser questionado por jornalistas sobre a possibilidade de Bolsonaro se ausentar dos próximos debates.

Na opinião do candidato do PDT, presidenciáveis não podem falar apenas para quem pensa como eles.

“Quem quer ser presidente de um país como o nosso não pode ficar falando só para convertidos. É preciso se submeter a críticas, porque senão, fica muito inconfiável falar o maior disparate, a maior bobagem do mundo e não ter contestação porque está dentro de uma cápsula. Se você não aguenta brincar, não desce para o play”, complementou.

Sem citar a quem se referia, Ciro criticou políticos que exploram o “medo” dos eleitores e fazem “propostas demagógicas”.

“O Brasil precisa se unificar, é preciso encerrar a cultura de ódio que está se agravando dramaticamente, as diferenças entre todos nós, e isso se dá porque alguns políticos estão explorando justo o medo que o nosso povo tem e fazendo propostas demagógicas que são absolutamente impraticáveis”, discursou Ciro.

Segundo turno

Questionado por repórteres sobre com quem preferiria disputar um segundo turno, Ciro desconversou. “A gente não escolhe adversário e esse extremismo só tem base porque a sociedade brasileira está muito machucada, indignada com as mazelas da política e só o exemplo das pessoas vai fazer com que o nosso povo volte a ter confiança”, enfatizou.

O candidato do PDT ressaltou ainda que a segurança pública será um dos focos de seu eventual governo. “Vou criar um sistema unificado de segurança pública, libertar todos os policiais de toda tarefa burocrática e duplicar com isso a capacidade de efetivar a investigação. E [a questão da segurança] passará a ser tarefa do governo federal, minha portanto.”

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