Muitos casos em favelas acabam sendo computados como se tivessem ocorrido nos bairros das quais elas fazem parte e são subnotificados
Redação Publicado em 25/04/2020, às 00h00 - Atualizado às 14h03
Muitos casos em favelas acabam sendo computados como se tivessem ocorrido nos bairros das quais elas fazem parte e são subnotificados
A prefeitura do Rio confirma 16 mortes por Covid-19 em cinco comunidades da cidade, mas o número de óbitos nestes locais pode ser mais alto, já que, muitas vezes, casos registrados em favelas acabam sendo computados como se tivessem ocorrido nos bairros das quais elas fazem parte. Isso acontece, por exemplo, em Vigário Geral, Acari, Vila Kennedy e Barros Filhos. Também não aparecem nas estatísticas óbitos ou casos confirmados por clínicas da família no Complexo do Alemão.
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A Clínica da Família Zilda Arns, uma das poucas que criou um site para acompanhar os números do Alemão, já confirmou laboratorialmente a contaminação por coronavírus de 11 pacientes, com duas mortes. O painel oficial da prefeitura, porém, só mostra duas ocorrências no local, sem óbitos.
“Um dos óbitos foi registrado como sendo de um morador de Inhaúma, porque a ficha de entrada no hospital cadastrou o morador pelo CEP do bairro (o mesmo da comunidade). A outra morte ainda aparece com local desconhecido. Nós sabemos que esses mortos moravam no Alemão porque estavam no nosso cadastro”, contou um médico da clínica, que pediu para não ser identificado. Na Maré, a notificação também estaria deficiente.
“Temos relatos de moradores que deram entrada em hospitais declarando que moravam em Ramos ou Bonsucesso, por exemplo, temendo ser discriminados se admitissem que moram em favelas”, diz Daniela Moura, coordenadora de comunicação da ONG Redes da Maré.
A Secretaria municipal de Saúde ainda tenta desenvolver uma metodologia que identifique os casos em comunidades. Mas diz que a ausência dessa informação não cria problemas para acompanhar o avanço da pandemia, porque a investigação das ocorrências é feita de forma descentralizada nos bairros.
Enquanto as estatísticas não mostram a expansão do novo coronavírus nas comunidades, os casos se multiplicam. Ontem, o primeiro fotógrafo a registrar o cotidiano do Alemão, Manoel Rodrigues Moura, de 66 anos, morreu com sintomas da doença. Ele, que era diabético e hipertenso, foi socorrido, com falta de ar, por uma ambulância, e levado para o Posto de Atendimento Médico de Del Castilho. De acordo com o relato da filha dele, Priscilla Alves de Moura, o fotógrafo teve uma parada cardíaca no caminho e acabou morrendo na unidade de saúde.
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A morte causou comoção na comunidade. “Se tinha uma poça de esgoto, ele fotografava e mandava para a prefeitura. Registrou as pessoas que ainda viviam à luz de velas. Fez parte da vida de muitos moradores”, disse o fotógrafo Bruno Itan.
Na quinta-feira, o diretor de obras da Associação de Moradores da Rocinha, Jorge Machado, morreu no Hospital Ronaldo Gazolla, em Acari. “Já perdi 11 amigos em todo o Rio para esse vírus maldito”, lamentou o líder comunitário William de Oliveira.
IG
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