O acionista majoritário do Phoenix Suns, Robert Sarver, foi acusado de uma série de ações e práticas racistas e misóginas em longa reportagem publicada pela
Redação Publicado em 05/11/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h58
O acionista majoritário do Phoenix Suns, Robert Sarver, foi acusado de uma série de ações e práticas racistas e misóginas em longa reportagem publicada pela ESPN dos EUA na quinta-feira. A investigação incluiu entrevistas com mais de 70 empregados e ex-empregados da franquia do Arizona, que foi finalista da NBA na última temporada após 10 anos fora dos playoffs. Um dos astros da equipe atual, Chris Paul afirma que vai esperar o andamento do caso para se pronunciar mais assertivamente.
– Não somos insensíveis a tudo o que foi dito ou o que for, mas não sabemos todos os detalhes. Portanto, a NBA fará sua investigação e, nesse tempo, todos em nossa equipe continuaremos a jogar e fazer o que fazemos – disse o jogador após a vitória dos Suns sobre os Rockets.
Sarver, que é o dono dos Suns há 17 anos, é acusado de fazer sistematicamente comentários racistas em reuniões internas e externas, e de incentivar uma cultura misógina dentro da organização. Entre outras denúncias, empregadas relataram sofrer discriminação e ameaça de perder cargos ao engravidarem. Quando recorriam ao departamento de recursos humanos para reclamações, eram desprestigiadas.
Técnico dos Suns, Monty Williams afirma não ter presenciado nenhuma das acusações enquanto comanda a franquia. O treinador, religioso, disse ter conversado com um reverendo para se preparar para falar sobre o caso.
– Um artigo foi escrito, muitas opiniões foram compartilhadas, muitos sentimentos foram compartilhados, mas tudo aconteceu antes de eu estar aqui. Com base no que você sabe sobre mim, o pouco que você sabe sobre mim, se alguma dessas coisas acontecesse enquanto eu estivesse aqui, eu não estaria neste lugar. Esta é uma situação em que os jogadores vão se reunir e se preparar. Isso é o que fazemos. Ao mesmo tempo, essas situações não são confortáveis. Eu entendo a sensibilidade de tudo o que foi dito ou escrito e é preciso coragem para sair e se expressar. E, ao mesmo tempo, estou ciente de que há dois lados nessa equação – afirmou.
Segundo a reportagem, o dono se envolvia também no trabalho do departamento de operações de basquete a ponto de agredir com palavras técnicos e assistentes, especialmente os negros, em ocasiões de frustração com resultados e jogadores. O dono chegaria a desenhar jogadas e táticas no quadro no vestiário. Phoenix teve nove técnicos e oito gerentes gerais sob sua gestão. Entre 2012 e 2019, foram sete técnicos diferentes.
O ambiente tóxico incluía ainda comentários de cunho sexual para empregados, membros do staff do time e jogadores, como em uma ocasião em que ofereceu enviar prostitutas para servir aos atletas em uma viagem a Los Angeles, caso a equipe cumprisse determinada meta.
Ciente da proximidade da publicação, membros da diretoria do Phoenix Suns divulgaram um comunicado nas redes sociais no dia 22 de outubro, pouco depois de um jornalista da ESPN dos EUA fazer menção à investigação no twitter. Os profissionais negaram as acusações de ambiente tóxico na organização. Na sequência, Robert Sarver também se defendeu em declaração.
– Não posso nem começar a saber como responder a algumas das sugestões vagas feitas por vozes anônimas, em sua maioria. O que posso dizer com certeza é que algumas das alegações eu acho completamente repugnantes para a minha natureza e para o tipo de local de trabalho dos Suns/Mercury [time da WNBA que também é dono]. E posso te dizer que elas nunca, jamais aconteceram – afirmou Sarver.
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