A declaração do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, sobre medidas de restrição em meio a recorde de mortes por Covid-19 no país repercutiu na imprensa
Redação Publicado em 06/03/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h10
A declaração do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, sobre medidas de restrição em meio a recorde de mortes por Covid-19 no país repercutiu na imprensa internacional. Ele fez o comentário durante um evento na quinta-feira (4) em Goiás:
“Vocês não ficaram em casa. Não se acovardaram. Temos que enfrentar os nossos problemas. Chega de frescura, de mimimi. Vão ficar chorando até quando?”, disse o presidente do Brasil.
Segundo o colunista do G1, Gerson Camarotti, Bolsonaro tem método ao falar sobre “mimimi”: o presidente divide a sociedade pensando na eleição e tenta criar uma cortina de fumaça após a revelação da compra de uma mansão de R$ 6 milhões pelo filho Flávio.
Veja abaixo a repercussão internacional:
A agência de notícias Reuters destaca que a declaração foi feita após dois dias seguidos de recorde de mortes e que o Brasil é o segundo país com mais óbitos no mundo, só atrás dos Estados Unidos.
“O governo federal tem demorado a comprar e distribuir vacinas, com menos de 3,5% da população vacinada”, destaca a reportagem.
A rede alemã DW, que ainda destacava a declaração de Bolsonaro na sua página inicial na manhã desta quinta-feira (5), diz que “os comentários do líder de extrema-direita ocorrem no momento em que o Brasil atravessa sua semana mais mortal da pandemia do coronavírus, com mais de 1,3 mil mortes por dia”.
“O solo fértil para variantes no Brasil é uma ameaça ao mundo inteiro”, escreve o comitê editorial do jornal “Washington Post”, o principal da capital americana. Sem citar a frase do “mimimi”, o jornal lembra que Bolsonaro chamou a Covid-19 de “gripezinha” e “apoiou remédios inúteis como a hidroxicloroquina”.
O editorial diz que o Brasil “parece incapaz de sair do abismo” e traça um paralelo com a postura do ex-presidente americano Donald Trump nos EUA. “O vácuo de liderança de Bolsonaro deu ao vírus uma abertura para se espalhar”.
O “Washington Post” destaca a preocupação de cientistas de que a variante brasileira pode estar reinfectando quem já teve Covid-19 anteriormente.
“O que acontece no Brasil não fica no Brasil”, ressalta o editorial. “Como o epidemiologista Miguel Nicolelis, da Universidade Duke, disse ao Post: ‘se o Brasil não controlar o vírus, será o maior laboratório aberto do mundo para o vírus sofrer mutação’. Isso é um problema para todos”.
O principal jornal da Argentina destaca que, “em meio ao caos”, Bolsonaro “voltou a minimizar a pandemia”, “chamou de ‘covardes’ os que cumprem o distanciamento social” e “se rebelou contra os que lhe pedem para comprar vacinas”.
“Com recorde de mortes, hospitais à beira do colapso e uma campanha de vacinação em câmera lenta, o Brasil vive a fase mais mortal da pandemia do coronavírus. No entanto, seu presidente novamente voltou a minimizá-la”.
“O Brasil está enfrentando sua pior fase da pandemia, deixando seu sistema de saúde em crise”, afirma reportagem da BBC News, do Reino Unido, dizendo que “ainda assim, na quinta-feira (4), Bolsonaro continuou a minimizar a ameaça representada pelo vírus”.
A reportagem cita as medidas de restrição que estados e municípios têm adotado para frear o avanço da pandemia e destaca a cepa brasileira do novo coronavírus, dizendo que “a explosão de casos foi atribuída à disseminação de uma variante altamente contagiosa”.
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Fonte: G1 – Globo.
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