GENEBRA — Mais de um ano depois do início da pandemia do coronavírus, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou oficialmente nesta terça-feira o tão esperado relatório da equipe de especialistas que investiga a origem da Covid-19. Os pesquisadores que estiveram na visita de campo a Wuhan, na China, entre o final de janeiro e o início de fevereiro, ainda não descartaram, porém, nenhuma  hipótese, e o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu mais estudos, criticando a falta de acesso a dados brutos do governo chinês sobre os primeiros casos da Covid-19 registrados na cidade, no final de 2019.

De acordo com a missão de especialistas, que passou 27 dias em Wuhan, a hipótese mais provável é que a de que o vírus tenha sido transmitido de morcegos para um animal intermediário e deste para o homem. A hipótese de que o patógeno teria escapado do Instituto de Virologia de Wuhan, um laboratório de segurança máxima,  foi considerada “extremamente improvável”, mas ainda assim Tedros pediu uma nova investigação sobre ela. A suposição foi promovida sem embasamento concreto pelo então presidente americano Donald Trump.

— No que diz respeito à OMS, todas as hipóteses permanecem em jogo. Este relatório é um começo muito importante, mas não é o fim. Ainda não encontramos a fonte do vírus e devemos continuar seguindo a ciência e não deixar pedra sobre pedra — disse Tedros, lembrando que encontrar a origem de um vírus leva tempo.  — Devemos isso ao mundo para que possamos tomar medidas coletivas para reduzir o risco de que aconteça novamente. Espero que novos estudos colaborativos estejam baseados em compartilhar os dados de uma forma mais ampla e rápida.