Cássio diz que Corinthians buscará título da Copa do Brasil “na vontade”, mas esconde estratégia

Ao lado de Fábio, do Cruzeiro, goleiro do Timão diz que time adversário é mais qualificado

Ao comparar os finalistas da Copa do Brasil, o goleiro Cássio, do Corinthians, não teve dúvida em classificar o Cruzeiro como mais qualificado tecnicamente. Mesmo assim, ele apostou no espírito e na vontade para conquistar o título.

– Acho que, em uma final, se você for ver o peso das duas camisas, são duas grandes equipes, os times que mais vêm ganhando títulos nos últimos anos. Se for ver por qualificação, a equipe do Cruzeiro é mais qualificada tecnicamente, pode ser melhor que o Corinthians. Mas o Corinthians, quando foi campeão, teve outro espírito. Se for ver o histórico, tem muitos títulos na vontade, na dedicação. Vamos nessa maneira novamente. Os dois são merecedores de estar na final. É difícil falar de favoritismo – disse Cássio, no Mineirão, em entrevista coletiva ao lado do goleiro adversário, Fábio, na manhã desta terça-feira.

Sobre a estratégia para o jogo de ida da decisão, que será disputado na quarta-feira, às 21h45 (de Brasília), em Belo Horizonte, Cássio preferiu não entrar em detalhes. O Corinthians foi criticado por ter jogado fechado contra o Flamengo na abertura da semifinal da Copa do Brasil, mas o 0 a 0 no Maracanã ajudou a construir a classificação para a final, com a vitória por 2 a 1 na Arena.

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– Isso é com o professor Jair (Ventura)… A gente já sabe mais ou menos como vamos enfrentar o Cruzeiro, o professor tem passado como vai ser a mentalidade. Mas isso é com ele, não adianta antecipar como a gente vai trabalhar. Na primeira semifinal (contra o Flamengo), a gente foi criticado por não ter tido tanta posse de bola, ter chutado tanto, mas conseguimos um resultado para decidir na nossa casa. Agora está todo mundo ciente da maneira que vamos enfrentar o Cruzeiro – explicou Cássio.

Liderada por alguns jogadores como Cássio, que foi contratado em 2012 e acumula oito títulos pelo Corinthians, uma das gerações mais vitoriosas do clube ainda não conseguiu vencer a Copa do Brasil, torneio que o Timão faturou nos anos 1995, 2002 e 2009.

Desde a última conquista, aliás, esta é a vez que o Corinthians chega mais longe na competição. Jogadores até mais antigos que o goleiro, como Danilo e Ralf (no clube desde 2010) e Sheik (desde 2011), também não conseguiram comemorar o título.

– Poder buscar esse título me torna um privilegiado. Nem nos meus melhores sonhos eu imaginaria fazer e estar fazendo uma história tão bonita no Corinthians. Vários jogadores consagrados vieram para o Corinthians e não conseguiram jogar. E, de repente, eu posso conseguir este título e ter todos os títulos (possíveis). Só de estar numa final, com dois estádios lotados, tudo o que está em volta, sou privilegiado. No futuro, vou poder contar isso para os filhos, netos… Só de estar aqui fazendo história é muito gratificante – afirmou Cássio.

Do elenco atual do Corinthians, três jogadores já conquistaram a Copa do Brasil: Fagner, campeão pelo Vasco em 2011; Henrique, campeão com o Palmeiras em 2012; e Gabriel, também campeão com o Palmeiras, mas em 2015.

Fábio e Cássio falam juntos sobre Cruzeiro x Corinthians — Foto: Anselmo Caparica

Veja o que mais Cássio falou em entrevista no Mineirão:

Derrota no Brasileiro para o Flamengo
– São duas equipes grandes, e jogar em equipe grande no futebol brasileiro é uma pressão grande. Ficamos chateados pela derrota de 3 a 0, mas tem que superar, em outros momentos vínhamos de vitórias e não nos empolgamos. A pressão é das duas equipes, a vontade e a dedicação são enormes dos dois lados.

Retrospecto entre os adversários
– É a história dos dois clubes, uma história bem bonita, mas agora é mais uma decisão. Regularidade, isso serve para os dois. Cada um vai fazer o melhor para o seu clube. Nós para que essa história não mude e o Cruzeiro para ser campeão. São duas equipes de camisas, com grandes títulos, histórias. Quem errar menos terá mais chance de erguer este título.

Liderança no Corinthians
– A gente tem que dar suporte, mas temos um grupo muito aberto, todo mundo tem voz ativa no Corinthians. Dos meninos novos aos mais velhos. Todo mundo comenta no grupo, nas decisões dos bastidores todo mundo tem sua opinião e ela é respeitada. Eu ficava nervoso nas finais, até hoje tenho esse friozinho na barriga, ir aquecer e ser vaiado, isso faz parte do futebol. A Copa do Brasil é um campeonato diferente de se jogar, é diferente dos pontos corridos. Tem que ter regularidade nos dois jogos. Se faz um jogo abaixo, pode jogar tudo abaixo. É tentar ser regular, como estamos sendo agora, e fazer o melhor para levar este título para São Paulo.

Peso na história do clube
– A gente quer ser melhor a cada dia. A gente vai começar a olhar quando parar de jogar futebol. Tem que fazer o melhor independentemente de títulos. Eu respeito muito o Fábio, ele tem uma história bonita. Tem jogadores que são vitoriosos um ou dois anos, mas por muitos anos é difícil. Ele é uma referência para mim, jogando a tanto tempo em alto nível. Depois a gente vai ver quantos títulos ganhou, não se empolga com conquistas. Isso acontece muito com jogador novo, se empolga com título e depois acaba perdendo o foco. Graças a Deus tem acontecido coisas positivas, vou pensar em legado quando parar de jogar futebol.