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Casos de chikungunya crescem quase 2.900% no estado de SP

Zanetta explica que o surto no estado teve início na Baixada Santista. "Os casos foram concentrados nos municípios dessa região, e a Baixada tem um nível de

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Redação Publicado em 03/07/2021, às 00h00 - Atualizado às 15h15


Foram mais de 7 mil casos da doença até 22 de junho deste ano, contra 254 casos no ano passado inteiro. Especialista fala em surto na Baixada Santista que se espalhou para outras regiões.

Os casos de chikungunya cresceram quase 2.900% no estado de São Paulo neste ano. Até 22 de junho, foram registrados 7,6 mil casos. Em todo o ano passado, tinham sido apenas 254 casos. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde.

Em 2019, o número de casos também foi muito menor — 315 notificações no ano inteiro. Tanto em 2019 quanto no ano passado não houve mortes pela doença. Mas, neste ano, já são contabilizados três óbitos.

Sergio Zanetta, médico sanitarista e professor de Saúde Pública e Epidemiologia do Centro Universitário São Camilo, explica que entre novembro e março ocorre o período de maior transmissão da doença por conta do aumento das chuvas. “Somado a isso, houve diminuição do combate aos focos do mosquito com a pandemia. Agentes comunitários não entraram na casa das pessoas por conta do isolamento e houve falta de campanha de comunicação para esse controle”, afirma.

Zanetta explica que o surto no estado teve início na Baixada Santista. “Os casos foram concentrados nos municípios dessa região, e a Baixada tem um nível de contato muito grande com o restante do estado por meio do transporte de pessoas e cargas. A chance de disseminação para capital e interior é muito grande. Era previsível que isso subisse a serra”, explica o médico sanitarista.

E foi o que aconteceu. Na capital, o recorde histórico de casos de chikungunya em um ano já foi batido antes mesmo do final do primeiro semestre. Foram 57 casos até 22 de junho. Antes disso, o ano que registrou mais casos havia sido 2016, com 50 notificações. No ano passado, a cidade registrou apenas um caso.

Os casos de dengue também apresentaram alta. Eles mais que triplicaram na cidade de São Paulo — são 6.408 casos até junho, ante 2.009 casos no ano passado inteiro.

Em todo o estado, já são 109.600 casos de dengue e 30 mortes. Em 2020, foram 194.415 casos e 142 óbitos.

Tanto a dengue quanto a chikungunya têm como vetor de transmissão o mosquito Aedes aegypti. Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde afirma que 80% dos criadouros do mosquito estão nas residências e alerta para a importância do cuidado com o acúmulo de água, que favorece a proliferação do Aedes.

Ainda segundo a nota, o enfrentamento ao Aedes é uma tarefa contínua e coletiva. As principais medidas de prevenção são deixar a caixa d’água bem fechada e realizar a limpeza regularmente, retirar dos quintais objetos que acumulam água, cuidar do lixo, mantendo materiais para reciclagem em saco fechado e em local coberto, eliminar pratos de vaso de planta ou usar um pratinho que seja bem ajustado ao vaso e descartar pneus usados em postos de coleta da prefeitura.

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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