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Caso Daniel: Delegado diz que ouvirá 7º preso suspeito de envolvimento no crime na segunda-feira

O delegado Amadeu Trevisan disse, nesta sexta-feira (16), que ouvirá Eduardo Purkote Chiuratto, o sétimo preso por suspeita de envolvimento na morte do

Caso Daniel: Delegado diz que ouvirá 7º preso suspeito de envolvimento no crime na segunda-feira
Caso Daniel: Delegado diz que ouvirá 7º preso suspeito de envolvimento no crime na segunda-feira

Redação Publicado em 16/11/2018, às 00h00 - Atualizado às 10h45


Eduardo Purkote Chiuratto, de 19 anos, está preso em São José dos Pinhais, na Região de Curitiba.

O delegado Amadeu Trevisan disse, nesta sexta-feira (16), que ouvirá Eduardo Purkote Chiuratto, o sétimo preso por suspeita de envolvimento na morte do jogador Daniel, às 10h de segunda-feira (19), em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

Segundo Amadeu Trevisan, Eduardo Purkote, de 18 anos, é suspeito de ter agredido Daniel, de ter quebrado o celular dele e de ter pego na cozinha a faca usada no crime.

O jovem está preso na delegacia de São José dos Pinhais, em uma cela com outros cinco presos. Ele já tinha prestado depoimento antes de ser preso e negou as acusações.

Daniel Correa Freitas, de 24 anos, foi encontrado morto, com o órgão sexual decepado, no dia 27 de outubro, perto de uma estrada rural na Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais.

Corpo de Daniel foi encontrado em mata próxima a uma estrada rural de São José dos Pinhais — Foto: Reprodução/RPC

Corpo de Daniel foi encontrado em mata próxima a uma estrada rural de São José dos Pinhais — Foto: Reprodução/RPC

Segundo a polícia, o crime aconteceu depois de uma festa em comemoração ao aniversário de 18 anos da filha do principal suspeito do crime, Edison Brittes Júnior, de 38 anos. Ele confessou ter matado Daniel Correa.

Ele afirmou que cometeu o crime porque o jogador tentou estuprar a mulher dele, Cristiana Brittes, de 35 anos.

Cristiana, Edison e Allana estão presos — Foto: Reprodução/Facebook

Cristiana, Edison e Allana estão presos — Foto: Reprodução/Facebook

O delegado responsável pelo caso, Amadeu Trevisan, disse que não houve tentativa de estupro e que a família Brittes está mentindo. A defesa da família do jogador também nega a tentativa de estupro.

Além de Eduardo Purkote e da família Brittes, estão presos: Eduardo da Silva, de 24 anos, Ygor King, de 19 anos e David Willian da Silva, de 18 anos. De acordo com a polícia, eles também ajudaram nas agressões contra o jogador.

Ygor King, de 19 anos, e David Willian, de 18 anos, no momento em que chegam para se apresentar à polícia — Foto: Helen Anacleto/RPC

Ygor King, de 19 anos, e David Willian, de 18 anos, no momento em que chegam para se apresentar à polícia — Foto: Helen Anacleto/RPC

Depoimentos dos suspeitos

Em depoimento, Cristiana Brittes disse que acordou com o jogador deitado em cima dela e que começou a gritar assustada. Ela disse ainda que o jogador estava “excitado”, “trajando apenas cueca” e que passava a mão pelo corpo dela.

A mulher de Edison Brittes afirmou também que, enquanto ela gritava, o jogador dizia: “Calma, é o Daniel”.

Allana Brittes relatou que, depois de ouvir gritos, foi ao quarto do casal e encontrou o pai segurando Daniel Correa pelo pescoço, “como se o enforcasse”. A filha do casal Brittes falou também que, durante a confusão, a mãe disse que o jogador tentou estuprá-la.

Elas estão presas na Penitenciária Feminina de Piraquara, na Região de Curitiba.

Allana e Cristiana Brittes estão presas na Penitenciária Feminina de Piraquara, na Região de Curitiba — Foto: Reprodução/Facebook

Allana e Cristiana Brittes estão presas na Penitenciária Feminina de Piraquara, na Região de Curitiba — Foto: Reprodução/Facebook

Edison Brittes preferiu ficar em silêncio no interrogatório quando foi questionado sobre como o jogador foi morto, mas assumiu toda a autoria do crime.

Ele está preso no Centro de Triagem 1 da Polícia Civil, em Curitiba.

Edison Luiz Brittes preferiu ficar em silêncio no interrogatório quando foi questionado sobre como o jogador foi morto — Foto: Reprodução/ RPC Curitiba

Edison Luiz Brittes preferiu ficar em silêncio no interrogatório quando foi questionado sobre como o jogador foi morto — Foto: Reprodução/ RPC Curitiba

Já Eduardo da Silva contou, que Edison Brittes saiu de casa na manhã do crime com o objetivo de “castrar” o jogador e abandoná-lo na rua. Afirmou, ainda, que se soubesse que não teria ido junto se soubesse que Daniel seria morto.

Já David da Silva relatou que Edison Brittes mudou de ideia e decidiu matar Daniel Correa depois de ver algo no celular dele.

Antes de morrer, o jogador chegou a mandar para um amigo uma foto deitado na cama ao lado de Cristiana, que estava, aparentemente, dormindo.

Eduardo Henrique da Silva contou, que Edison Brittes saiu de casa na manhã do crime com o objetivo de "castrar" o jogador — Foto: Raphaela Potter/RPC Foz do Iguaçu

Eduardo Henrique da Silva contou, que Edison Brittes saiu de casa na manhã do crime com o objetivo de “castrar” o jogador — Foto: Raphaela Potter/RPC Foz do Iguaçu

Depoimentos das testemunhas

A polícia também já ouviu testemunhas do caso.

A jovem de 19 anos que se relacionou com Daniel no aniversário de Allana Brittes disse à Polícia Civil que Edison Brittes “ordenou” que ela e outros convidados limpassem as manchas de sangue que ficaram pela casa depois das agressões.

“[…] Relatando que inclusive o colchão do casal foi cortado na parte em que havia sangue – o tecido da parte de cima, sendo que este pedaço foi queimado junto com os documentos do Daniel”, diz trecho do depoimento.

A namorada de Eduardo Henrique da Silva, de 17 anos, disse que ele estava “estranho e assustado” quando voltou para a casa da família Brittes depois do assassinato do jogador.

A testemunha afirmou perguntou ao namorado o que tinha acontecido e ele respondeu que Edison Brittes tinha matado Daniel Correa: “Júnior ficou louco e passou a faca no cara”.

Uma terceira testemunha, que também já foi ouvida pela polícia, disse que pulou o portão da casa da família Brittes para fugir quando notou que “algo mais grave” poderia acontecer.

A casa da família Brittes, em São José dos Pinhais — Foto: Reprodução/RPC

A casa da família Brittes, em São José dos Pinhais — Foto: Reprodução/RPC

A família de Daniel

A tia e a prima do jogador também foram ouvidas.

No depoimento, a tia disse que Allana Brittes trocou mensagens via WhatsApp com a mãe do jogador e se prontificou a ajudar.

Questionada pela família onde estaria Daniel Correa, Allana Brittes respondeu que não sabia dele, que não houve briga na casa dela e que o jogador foi embora, sozinho, por volta das 8h da manhã de sábado.

“Ele só deu tchau, levantou e foi embora”, dizia a mensagem.

Allana Bristes, uam das suspeitas da morte de Daniel, trocou mensagens coma  mãe e com a tia do jogador — Foto: Reprodução

Allana Bristes, uma das suspeitas da morte de Daniel, trocou mensagens coma mãe e com a tia do jogador — Foto: Reprodução

Dois dias depois do crime, Edison Brittes ligou para dar os pêsames à mãe do jogador, segundo o advogado de defesa da família do jogador. Quando soube que Edison Brittes confessou o crime e a versão da família Brittes, a mãe disse que eles “são monstruosos”.

Segundo a polícia, ele usou um celular que pertence a um homem assassinado em 2016 para fazer essa ligação.

A polícia também apreendeu na casa da família Brittes uma moto que está no nome de um traficante preso pela Polícia Federal (PF).

Daniel

Daniel Correa Freitas nasceu em Juiz de Fora (MG), e jogou pelo Coritiba, em 2017.

Ele estava emprestado pelo São Paulo ao São Bento, equipe que disputa a Série B do Campeonato Brasileiro. O jogador foi revelado pelo Cruzeiro e também jogou pelo Botafogo e pela Ponte Preta.

O corpo dele foi velado e enterrado em Conselheiro Lafaiete (MG), cidade onde mora a família.

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