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Caso Cueva: Santos espera nova batalha judicial após vitória e tem conta elevada para pagar

O Santos venceu o "primeiro round" da briga contra o meia Cueva e o Pachuca, do México, mas o imbróglio ainda está longe de um fim.

Caso Cueva
Caso Cueva

Redação Publicado em 16/12/2020, às 00h00 - Atualizado às 10h32


Disputa com jogador e Pachuca pode demorar até dois anos para ser encerrada se chegar à Corte Arbitral do Esporte, segundo advogado. Peixe ainda terá de quitar dívida com Krasnodar

O Santos venceu o “primeiro round” da briga contra o meia Cueva e o Pachuca, do México, mas o imbróglio ainda está longe de um fim.

Na última segunda-feira, o atleta e o clube foram condenados pela Fifa a pagarem mais de R$ 37 milhões ao Peixe – cabe recurso.

Cristiano Caús, advogado que representa o Santos, detalhou os próximos passos em entrevista ao ge. Segundo ele, o caso pode demorar “de um a dois anos” até que seja completamente julgado. Ou seja, ainda há muita coisa para acontecer até que o Peixe tenha a certeza do recebimento da quantia.

– Existe uma fase agora, na sequência, que é quando as partes podem pedir os fundamentos da decisão tomada pela Fifa. Tanto nós quanto eles (Pachuca e Cueva) iremos pedir à Fifa para mandar a decisão completa. Inicialmente eles só mandam o extrato. Demora um pouquinho. Pode nem ser enviado esse ano, já que os tribunais esportivos também entram em recesso. Depois disso é que se abrem os 21 dias para recurso – disse Caús.

O Santos, obviamente, acredita que Cueva e Pachuca recorrerão à Corte Arbitral do Esporte (CAS) a repeito da decisão tomada pela Fifa. Isso atrasaria ainda mais o processo.

– Isso pode demorar de um a dois anos no CAS. Só após isso que o Pachuca e o atleta são chamados a fazer o pagamento. Claro, se a decisão for mantida – disse o advogado que representa o Santos.

Caús também explicou todo o processo até a vitória do Santos na Fifa.

– Em junho desse ano, o Santos deu entrada no processo, pleiteando a indenização pela quebra do contrato. O Cueva abandonou o clube e foi para o Pachuca. Ele fez uma notificação, alegando que o Santos devia pagamentos relacionados a direitos de imagem. O Santos fez o pagamento do que tinha em atraso, mas depois ele notificou o clube novamente, rescindindo o contrato, alegando que não tinha sido inscrito no Paulista. O Santos entendeu que o contrato foi rescindido por manifestação do atleta.

Vale lembrar que, caso receba o valor, o Santos não ficará com o dinheiro integralmente. O clube ainda precisa pagar US$ 7 milhões (cerca de R$ 35 milhões, na cotação atual) ao Krasnodar, da Rússia, pela compra dos direitos de Cueva em 2019. O meia já até deixou o Pachuca e está atualmente no Malatyaspor, da Turquia.

Os processos contra Pachuca e Krasnodar, obviamente, não estão ligados. Os russos cobram na Fifa o pagamento imediato pela compra de Cueva. Recentemente, o presidente Orlando Rollo previu uma nova punição pela contratação do peruano para o ano que vem.

– Temos processo na Fifa, sim, mas está suspenso por enquanto. Esse é um caso, e não podemos enganar o torcedor, que vai estourar ano que vem. É herança maldita do presidente afastado (José Carlos Peres). O próximo presidente (Andrés Rueda) terá sérios problemas com o caso do Cueva. Pode gerar punição na Fifa. Nosso competente departamento jurídico conseguiu a suspensão, mas é temporário. O Santos vai ser sentenciado a pagar no ano que vem, é um valor elevado. E a gestão que fez a negociação foi irresponsável – disse Rollo.

Entenda o “caso Cueva”

Em fevereiro de 2020, a Fifa autorizou Cueva a se transferir para o Pachuca, de forma provisória. O jogador já treinava no clube mexicano há mais de uma semana. Ele deixou a Vila Belmiro alegando atrasos nos pagamentos de direitos de imagem.

Cueva foi contratado pelo Santos em 2019 do Krasnodar, da Rússia, por US$ 7 milhões (cerca de R$ 35 milhões, na cotação atual) – o Peixe ainda não pagou um centavo sequer aos russos. Ele passou o primeiro ano na Vila Belmiro vinculado por um contrato de empréstimo que venceu no dia 30 de janeiro – dois dias antes, porém, ele parou de se apresentar no CT Rei Pelé.

O acordo com Cueva previa esse contrato de empréstimo que se tornaria um vínculo definitivo logo em seguida, quando o Santos iniciaria o pagamento ao Krasnodar em três parcelas anuais – 2020, 2021 e 2022. Um pré-contrato assinado por Cueva garantia a operação.

Cueva, porém, jamais assinou o contrato definitivo, o que impediu o Santos de registrá-lo ao final de janeiro e deu início a todo esse imbróglio judicial, que parece que não acabará tão cedo.

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GE – Globo Esporte.

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