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Casemiro elogia esperteza de Osorio e foca apenas México: “Não pensamos na final”

É certo, para Casemiro, que Juan Carlos Osorio prepara alguma surpresa à Seleção no duelo de segunda-feira, pelas oitavas de final da Copa do Mundo. O volante

Casemiro elogia esperteza de Osorio e foca apenas México: “Não pensamos na final”
Casemiro elogia esperteza de Osorio e foca apenas México: “Não pensamos na final”

Redação Publicado em 29/06/2018, às 00h00 - Atualizado às 16h16


Volante buscou referências sobre técnico do México com amigos do São Paulo, ex-clube dos dois

É certo, para Casemiro, que Juan Carlos Osorio prepara alguma surpresa à Seleção no duelo de segunda-feira, pelas oitavas de final da Copa do Mundo. O volante nunca trabalhou com o técnico do México, mas buscou referências com amigos do São Paulo, ex-clube tanto dele quanto do colombiano.

– O treinador deles é muito esperto, trabalhou no São Paulo, e já me falaram muito bem dele. Tenho certeza de que ele vai querer nos surpreender – disse o também ex-são-paulino, nesta sexta-feira, em Sochi.

Casemiro deu entrevista coletiva em Sochi nesta sexta-feira (Foto: Hannah McKay/Reuters)

Casemiro deu entrevista coletiva em Sochi nesta sexta-feira (Foto: Hannah McKay/Reuters)

De fato, Osorio costuma esmiuçar muito bem seus adversários na tentativa de surpreendê-los. Questionado sobre que informações colheu com os amigos no Brasil, Casemiro riu.

– Você quer que eu entregue o ouro para o México, pô (risos). Nós sabemos, é um técnico que sempre surpreende. Tem que estar esperto. Ele tem o respeito de todos nós, porque quer surpreender o Brasil – reforçou.

O Brasil, igualmente, é claro, também quer surpreender Osorio e o México. Por isso, o foco de Casemiro e companhia é apenas no rival de segunda-feira. Ainda que restem apenas quatro jogos até um eventual título mundial, todos só pensam na partida em Samara.

– É logo ali (a final), mas está bem longe. Tem que viver jogo a jogo, não adianta pensar na Bélgica. Não, tem que pensar no México. Tem que enfrentar o México e ganhar do México. Depois, sim, em outras seleções. Todos estamos voltados só ao México. Não estamos pensando na final.

Veja outros trechos da entrevista:

  • Neymar

“Futebol sempre se tem um jogador que falam mais. Mas tem que ter um conjunto muito bom, e claro um jogador acima da média. É inevitável dizer que o nosso jogador acima da média é o Neymar, mas não podemos nos esquecer que temos outros grandes jogadores, uma defesa muito sólida, um grande goleiro. Assim como em outros anos, quando foi Ronaldo, Pelé, Romário. Futebol são 11, 14 jogadores. Tem que ter todos à disposição muito bem”.

  • Proteção ao craque

“Proteger Neymar? É uma estrela mundial faz muito tempo. Ele sabe como lidar com crítica. Se Neymar não joga bem um jogo, toma porrada. Se joga bem um jogo, é o melhor do mundo. Ele está acostumado e sabemos da qualidade dele. Ele está fazendo a diferença. No primeiro jogo, todos podem ter feito um jogo regular, mas ele já demonstrou estar mais solto contra a Sérvia, fez grande partida. Ele sabe bem lidar com isso. Por isso é o Neymar, o grande jogador do Brasil.”

  • Neymar x Cristiano Ronaldo

“São dois jogadores excepcionais, que podem mudar um jogo a qualquer momento. São jogadores, no meu ponto de vista, de outro mundo. São jogadores que estão entre os três melhores do mundo, juntando com Messi. Que bom que um deles está do nosso lado. Sem dúvida, o Neymar pode mudar um jogo a qualquer momento”.

Evolução do time

“Sabemos que a cada jogo estamos melhorando. Primeiro foi um empate, mas com sabor de que poderia ter feito mais, até mesmo não jogando mal, mas um pouco mais. O segundo jogo, contra a Costa Rica, com propósito somente de se defender, e o terceiro deu para demonstrar um pouco mais de futebol, contra uma equipe um pouco mais aberta. Facilitou nosso estilo de jogo. Estamos crescendo da competição, é normal, até pela ansiedade no começo da competição. Na minha opinião, a evolução vai ser maior ainda na próxima fase.”

  • Aniversário do título de 1958

“Faz bastante tempo, não tenho tanto conhecimento. Mas sabemos que quando se ganha, fica para a história. Faz 60 anos, e são jogadores que ficaram para a história. É o propósito que temos. Falamos no vestiário que quem ganha títulos é que fica na história. É o que estamos tentando fazer neste ano também.”

  • Crescimento pessoal

“Diria que foi um conjunto de profissionais, de clubes. Até mesmo da minha atitude. Fiquei muito feliz da minha evolução dos últimos anos para cá. Tenho 26 anos e quero seguir crescendo muito mais na minha carreira. Tem grandes jogadores na função (de volante), hoje em dia se fala muito do Busquets, apesar de ser característica bem diferente da minha. É um primeiro volante que gosto muito, tem grande qualidade. Jogador com a minha característica é um pouco difícil falar, porque tem poucos jogadores da minha característica de primeiro volante. Jogador com a minha característica não tem tanto. Sempre tem o que melhorar. Mas não falta entrega, concentração. Ainda mais se tratando de Seleção, você tem sempre que estar melhorando. Para ser titular da seleção brasileira, tem ter que ter pensamento sempre de evoluir.”

  • Perigo de suspensão por cartões

“Não me preocupa, não. Tenho esse estilo de jogo que o pessoal fala mais agressivo. Não muda meu estilo de jogo. Se estou na seleção brasileira e no Real Madrid, é por meu estilo de jogo. Se tomar (cartão) amarelo no próximo jogo, temos Fernandinho e outros jogadores que podem fazer essa função.”

  • Diálogo com a comissão

“Sempre falo que por trás de uma comissão técnica tem que ter grandes profissionais. A seleção brasileira está muito bem servida. São pessoas com bom diálogo. Você tem liberdade de trocar ideias, são pessoas de cabeça aberta. Tem que valorizar isso. Tudo que eles passam para nós é mastigadinho. Tem que valorizar, porque essas pessoas estão nos ajudando, fazendo um grande trabalho.”

  • Decisão por pênaltis

“Nós já estamos treinando. Desde Londres. Sabemos que treinamento é uma coisa, jogo é outra. Com a pressão, é outra história. Tenho certeza de que já estavam jogando desde a Granja Comary também. Acho que ainda não tem. Todos estão treinando quantos pênaltis têm que treinar. Essa pergunta tem que ser feita ao Tite, ele que vai escolher. Se eu estiver no jogo, vou querer bater o pênalti sem dúvida. Mas o Tite é quem sabe quem vai bater os pênaltis. Da parte física, sabemos que agora faltam quatro jogos. São quatro jogos em que tem que dar tudo, tem que fazer o melhor dentro de campo. Tem que ser com o coração, a raça. São quatro jogos para alcançar o grande sonho que estamos em busca.”

Ambiente leve

“Não diria mais alegre, mas é claro que o primeiro objetivo foi conquistado. O ambiente sempre foi muito alegre, não falaria mais alegre. Estávamos sempre alegres, não mudou nada do meu ponto de vista”.

Força mental

“Sem dúvida, porque estamos há mais de um mês junto. Agora não tem muito o que trabalhar, o que fazer dentro de campo. É mais ajuste, parte física, tática, mais vídeo. Não tem muito o que trabalhar agora. É mais ajuste mental, detalhezinho, porque já trabalhamos no decorrer da preparação.”

  • Colchão ruim

“Estão falando que colchão é ruim, é bom. Não tem muito o que falar. Na nossa infância, muitos jogadores dormiam no chão, sem colchão. Cada um coloca a culpa no que for, mas eu dormi muito tempo no chão. Cada um tem suas explicações.”

  • Favoritismo

“Favoritismo vem de vocês. Camiseta não ganha jogo. Temos o exemplo da Alemanha. Com todos os jogadores que tem, todo o favoritismo, caiu na primeira fase. Estamos muito tranquilos. Todos os jogadores são de grande nível, de clubes sempre favoritos. Já estamos acostumados a essa pressão, a esse favoritismo que todo mundo fala. Nós temos sempre muito respeito, tranquilidade, humildade. Temos que jogar muito futebol para ganhar do México.”

  • Razão x Emoção

“Tem que juntar os dois. Dentro de uma partida, vai ter momentos em que o México vai estar melhor, momentos em que o Brasil vai estar melhor. Diria que tem que juntar os dois, o coração e a cabeça. Vamos sofrer em alguns momentos, o México vai nos atacar. Temos que juntar os dois, ter um equilíbrio em campo.”

  • Hora do gol?

“Sem dúvida, meu trabalho é dar equilíbrio à equipe, fazer meus companheiros jogarem. Mas claro que se sair um golzinho de cabeça ou de fora da área, ajudaria (risos). Mas meu primeiro pensamento é dar equilíbrio à equipe. Um golzinho ajudaria não só a mim, mas à Seleção também.”

  • Possibilidade de eliminação

“Uma das conversas que tive com o Edu (Gaspar, coordenador) nessas Eliminatórias foi questão de acontecer isso, porque é futebol. A qualquer momento, pode ser eliminado. Pode fazer um grande jogo contra o México e ser eliminado. Existem diversas formas de perder. Posso dizer que se perdermos esse jogo, vai ser com uma grande atuação. Resultado é outra coisa. A única coisa que o mister nos pede é fazer um grande jogo. A qualquer momento, a bola pode entrar. Mas persiste no seu trabalho, que as coisas vêm. Tenho certeza de que vamos fazer o máximo para fazer um grande jogo.”

Quatro jogos para o título

“É logo ali, mas está bem longe. Tem que viver jogo a jogo, não adianta pensar na Bélgica. Não, tem que pensar no México. Tem que enfrentar e ganhar do México. Como falei sobre o cartão amarelo, não, tem que pensar no México. E depois em outras seleções. Todos estamos voltados só ao México. Não estamos pensando na final.”

  • Zidane

“Como treinador, demonstrou ser um grande. Ganhou tudo com o Real Madrid, mas minha questão particular com ele, tenho que agradecer muito a ele, me deu muita confiança, me fez entender a função do primeiro volante. Só tenho a agradecer. Tenho certeza de que vai deixar muita saudade não só para mim, como para todos. Era treinador e amigo nosso.”

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