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Carnaval deve aquecer vendas de parte do comércio paulistano

O carnaval de São Paulo deve aquecer as vendas de apenas parte dos estabelecimentos comerciais. De acordo com levantamento feito pela Associação Brasileira de

Carnaval deve aquecer vendas de parte do comércio paulistano
Carnaval deve aquecer vendas de parte do comércio paulistano

Redação Publicado em 19/02/2020, às 00h00 - Atualizado às 15h11


Pontos situados na rota dos blocos podem ter queda no faturamento

O carnaval de São Paulo deve aquecer as vendas de apenas parte dos estabelecimentos comerciais. De acordo com levantamento feito pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), os pontos localizados na rota dos blocos carnavalescos podem registrar queda de até 50% no faturamento. A avaliação é a mesma do ano passado.

Por outro lado, para os estabelecimentos que ficam mais longe das aglomerações de pessoas, a expectativa é de aumento de 10% a 20% de ganhos. Segundo a Abrasel, o resultado positivo está relacionado à vinda de turistas para a capital. Em 2019, a alta esperada para esses casos era menor, de 8% a 10%.

Em nota, a Abrasel explica que a grande diferença na margem de lucro observada entre empresários do ramo deve-se ao fato de que o acesso a vários locais é limitado durante o período, com a interdição de ruas. Com isso, ressalta, alguns deles ficam em desvantagem.

Na percepção dos comerciantes consultados pela entidade, a concorrência com os vendedores ambulantes é outro fator que pode levar a prejuízo nos negócios. Na pesquisa, também são citadas circunstâncias como a preferência dos foliões por comprar produtos em supermercados, em vez de adquiri-los em bares e restaurantes, e a ausência de uma clientela já consolidada, que acaba viajando para outras cidades e deixando de consumir nos cinco dias de feriado.

No comunicado distribuído à imprensa, a Abrasel destaca que diversos empresários ouvidos para o levantamento reivindicaram à prefeitura mais segurança pública e investimento. A entidade pede que as autoridades revisem os critérios para definir o roteiro dos blocos, de maneira que haja menos bloqueios nas ruas e “rápidas lavagens e varrições”, além de incentivos para atrair turistas para espaços gastronômicos da capital.

Para o presidente da Abrasel São Paulo, Percival Maricato, a variação no índice mais otimista explica-se pelo porte da edição deste ano do carnaval. Em número recorde de participações, 865 blocos e cordões somarão 960 desfiles, que foram iniciados no último dia 15 e se encerram em 1º de março.

“Está crescendo porque o carnaval de São Paulo está crescendo. É um fenômeno que tem causas específicas, a animação dos blocos. Pode ter algo [associado ao cenário econômico] do país, mas o principal é um evento específico, que está se animando”, afirmou Maricato à Agência Brasil.

Panorama

A prefeitura de São Paulo estima que, este ano, o lucro gerado ao longo do carnaval ultrapasse o registrado em 2019. No ano passado, a festa movimentou R$ 2,1 bilhões somente com as atividades de rua. As comemorações feitas no Sambódromo deram retorno adicional de R$ 220 milhões.

Projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgada no último dia 3, mostra que a capital paulista deve ter crescimento de 5,4% nas receitas produzidas no carnaval, atingindo R$ 1,94 bilhão.

Na previsão da CNC, 18,2 mil vagas de empregos serão oferecidas no carnaval, em todo o país, pelo segmento de serviços de alimentação. O volume corresponde a cerca de 71% do total de postos de trabalho abertos na data.

EBC

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